terça-feira, junho 27, 2006

Não quero viver assim!

Será que vale a pena viver a qualquer custo?

A minha resposta a isto é um redondo NÃO!

Eu não quero viver, se por força de uma doença ou de um acidente, ficar incapacitado das minhas faculdades mentais, que me possam dar autonomia para o meu dia-a-dia, para poder gerir a minha vida.

Eu não quero viver, se não tiver possibilidade de ter autonomia (de qualquer forma, mesmo que não seja a natural) para realizar as minhas necessidades básicas, desde as de locomoção até as mais elementares.

Acredito que a vida deve ser vivida na sua plenitude, sem obstáculos que nos levem a necessitar de terceiros para que ela possa ser vivida.

Assim, desculpem-me as pessoas que amo, não julguem que não penso também em vocês ao ter este profundo desejo. Quero que se lembrem de mim como a pessoa que sou, e não como um “estorvo” ou “incómodo” que nunca quis, nem quero de todo alguma vez vir a ser.

Assim, não hajam sequer dúvidas se, por uma hipótese alguma vez se colocar a questão da eutanásia com a minha pessoa. Eutanásia SIM, comigo pelo menos, SIM!

Na mesma linha, não quero ser enterrado num qualquer campo de mágoas e lamúrias a que denominamos de cemitério.
Não quero que os meus queridos sofram para além da minha morte.
Não quero que os meus queridos tenham obrigações macabras, de visitas programadas à mágoa e à tristeza.

Lembrem-se sempre da minha alegria de viver,
Lembrem-se sempre do quanto eu amo a vida na sua plenitude,
Lembrem-se sempre do quanto eu vos amo,
Lembrem-se sempre do meu desejo profundo e convicto:

Quero ser cremado e as minhas cinzas lançadas ao meu segundo habitat: o mar.

21 comentários:

Brain disse...

Porque andamos todos a reflectir um pouco sobre "situações do dia-a-dia", partilho agora convosco, uma "reflexão de vida" minha, pessoal, profunda e muito sentida, que já ocorreu à algum tempo, mas que por motivos diversos, apenas agora me sinto minimamente "confortável" com ela, para a poder partilhar.

Raquel Branco (Putty Cat) disse...

Brain,

Nem lhe acrescento uma virgula.
Partilho da mesma opinião.

Somos nós que temos de consumir os dias e nunca o contrário.

Beijo
Pcat

Anónimo disse...

Boa tarde,
Antes de ler o que partilhas agora,retomo na tua sugestão dos "Medos e Vontades".
Levei-te para o almoço.Brain,estes "medos e vontades",encaixariam na Flôr que estava a viver,sem voltar atrás!
Era assim,conseguia "saltar altos muros",porque as "vontades fazem-nos "ignorar"os medos".
E sabendo ,que o ponto HOJE,é também ele começo;agora é bem mais díficil!
Não tenho paginas em brancos,apenas linhas ,ou espaço para colorir.
Se a vontade predominou,agora o "Medo" é tatuagem do que se viveu!
Consigo compreender,debato-me com ideologias,e "correntes de sentidos" que me vão guiando.
Mas ,hoje esse medo,não se mostra barreira transponível;mas tranca na porta "das vontades".
É por isso que te digo,é triste as marcas impedirem-nos de sermos livres de viver!
Tens talvez a fase da criança e do adulto para comparação,a dita tomada de consciência!
Quando a inocência da idade ,se vai deixando no passado,mudamos as coisas,as cores porque agora sim,os olhos são outros!
Não posso "ignorar" os medos.O excesso de vontade,fez-me "esbarrar" nele!
E isto leva-me agora ao teu post "Adiar".

Anónimo disse...

O que dizes,é o pedido que que faz,ou melhor a conversa que a minha irmã faz comigo;exactamebte na parte de ser cremado.
Não vou dizer que não concordo contigo...mas,como ser terreno e presa ao mundo,prefiro para mim leves abordagens ao tema FIM!
Sei que perpétuar a imagem de bom amigo,companheiro,etc;será melhor que uma cara de sofrimento,a pedir para acabar...sem ter de acabar com a força dos outros e assim o fim separar a imagem da força e da impotência.
Mas,quão delicado...pedires a quem fica...separa-te para sempre...dá-me ao mar ,a ele pertenço...Fica dentro de cada um também uma sensação esquisita...
Questões delicadas.Mas não me importo tanto com o FIM,mas com o caminho.Onde termina não sabemos!Por isso,guardemos estes registos,falemos,partilhando vontades,e vivamos a dar-nos os melhores momentos,a transmitir alegrias.
Em cinza,em corpo,com terra ou água,deremos a quem nos ama a saudade eterna da separação.
E estaremos sempre,naquele quarto,naquela cadeira,naquele canteiro onde tratamos das plantas.
Este amor fará de nós a marca do tempo.Cada um terá mais um Anjo da guarda.
A visão ,não é um sentido dessa vida,mas muitas vezes terás o olfacto e o tacto,na breve ilusão de um amor,que a falta de visão jamais apagará!

Anónimo disse...

Concordo com quase tudo o que dizes explicitamente e nas entrelinhas.

Admiro-te pela coragem que é assumir esta posição assim publicamente. mas já pensaste na força que os teus também têm que ter?

Há uns 2, 3 anos atrás tivemos aqui no work uma formação EXPECTACULAR!!! Orientada para produtvidade, espirito de equipa, qualidade de vida, familia, bem estar na familia e bem estar pessoal e reflexo disso na produtividade.

Um dos formadores contou-nos uma história que não esqueci. vou tentar "passa-la" aqui:

"No seu 95º aniversário uma certa pessoa (cheia de $$$$), reuniu toda a sua familia, amigos e conhecidos, numa grande festa, com montes de presentes para cada um dos convidados.
A meio da festa deu a cada um deles um papel e um caneta.

Tendo em conta a idade e a elevada probabilidade de ele não estar vivo no ano seguinte, pediu-lhes que escrevessem lá aquilo que verdadeiramente cada um, dos convidados, pensava sobre ele.

Pediu-lhes sinceridade naquilo que iriam escrever, pois essas frases iriam traduzir o que ele, aniversariante, tinha conseguido "deixar" a cada um.

Será que o que os convidados escreveram é aquilo que o aniversariante queria ouvir?"

Moral da história: tentar viver a vida de forma a que os papeis que iremos receber dos nossos convidados tenham escrito aquilo que queremos ler. Para isso há que "trabalhar" o nosso dia-a-dia e não esperar simplesmente pelo dia em que iremos fazer 95 anos...


Brain, o que tu escreveste sobre a forma como gostavas que se recordassem de ti fez-me lembrar esta história...

Acredito que consigas reunir "n" de papeis com "n" de frases compativeis com o que dizes no teu post...

Brain disse...

Papoila,

Uma (entre muitas) das minhas convicções, é a da reciprocidade.

Eu acredito (embora já tenham ocorrido situações opostas, bem concretas e infelizes, mas as excepções são o que confirmam as regras) que receberemos na forma e proporção do que dermos.
Eventualmente não na mesma forma, eventualmente não com a mesma intensidade e/ou proporção, mas de certeza, que se semearmos ventos, nunca colheremos primaveras.

Acredito nisso e tenho comigo, desde criança a máxima de "Não faças aos outros, aquilo que não gostavas que te fizessem a ti".
E interiorizei tanto isto, nos meus tempos de criança, que com o evoluir da idade, adoptei também o simétrico, ou seja, "Faz aos outros, aquilo que gostarias que te fizessem a ti!"

Só assim, acredito ser possível termos relações boas, estáveis e agradáveis com outras pessoas.

E agora, só como "reparo" ao início do teu comentário: esta minha posição é tomada e assumida a pensar Principalmente "nos meus"!

Gostei do teu comentário.

Bj

Brain disse...

Flôr,

Eu não quero que os meus queridos se separem de mim, o que eu pretendo, é que eles fiquem precisamente e apenas, com o melhor de mim.

A minha "imagem saudável" e não como uma lápide.
Recordem-me quando quiserem, quando lhes apetecer, mas uma forma saudável, sem qualquer tipo de obrigações e/ou rituais.

Por isso digo, quando eu partir, acabei fisicamente sobre todos os modos!
Fiquem com a recordação, com os pensamentos, com a saudade, com as minhas "Marcas de Vida", e bem patente na memória, com a minha alegria de viver, para com isso, viverem também felizes, mesmo que eu não esteja por perto fisicamente, mas que estarei sempre, em sentimento.

Brain disse...

Flôr,

Eu compreendo bem a distinção temporal que fazes, assim como os motivos que alegas.

Mas defendo que o que vivemos, deve servir-nos de ensinamento, experiência.
Os erros, não os devemos esquecer, devemos lembrar-nos deles, para não os repetir.

Agora, não podemos deixar que o medo, se "apodere da situação".
Eu penso que o medo, deve servir para não avançarmos de forma "inconsciente", mas não deve servir para nos travar.

Medos, todos nós temos. Fundados ou infundados, com maior ou menor expressão, eles existem e sempre existirão. Mas não será "fechando-nos" que os conseguiremos vencer e ultrapassar.

Quando eu tinha 4 anos, tive uma doença do foro nervoso em que tinha como que "alucinações".
Mas já com essa idade, sabes o que fazia? Eu quando por exemplo abria a porta do quarto e via uma pessoa de pé no corredor, encostada à parede a olhar para mim, acendia a luz e mesmo tendo já verificado que não se tratava de uma pessoa, mas sim de uma outra qualquer coisa, avançava pelo corredor fora, e ía tocar nesse objecto, demonstrando a mim mesmo, que se tratava apenas disso: de um objecto.

E eu sempre venci os meus medos assim: enfrentando-os!
Com precaução, com cuidado para nos magoarmos o menos possível, mas não deixando de os enfrentar, não deixando de lhes mostrar que eu sou mais do que eles, e que eles não me vencem pela incerteza.

Levaste-me para o almoço, leva-me agora para o jantar, e pensa bem nisto. Acho que vale a pena. Acho que deves a ti mesma isso.

Bj

Raquel Branco (Putty Cat) disse...

Este post fez ressurgir em mim logo um pensamento, no entanto, não me "apeteceu" falar dele.
Mas agora surgiu a vontade.
Há alguns anos atrás estive prestes a fazer uma loucura: suicidar-me. Na altura a luz ao fundo do túnel era essa. Por fim a tudo.
Até que "acordei para a vida".
Ora a morte não me assusta minimamente. A morte é tão natural como nascer e impedir de nascer ainda se consegue, mas impedir a morte é que não.
E ainda não consegui perceber o "terror" que algumas pessoas têm em falar da morte! Andam por aí tantos "mortos" a deambular por este mundo, que mais valia morrerem de verdade! E isso não é pior? Andar no mundo sem objectivos de vida, sem rumo, sem ninguém, ...?

Alguém discorda?

Anónimo disse...

Brain,andas lá perto...e sabes provocar-me as reacções...O medo ,o maior,é ver que nada acontece!Não avanço ,por falta de vontade,mas por falta de situação.
O tempo passa e desepero entre tantos sonhos e tantas desilusões.
Este fsemana bateu-me a solidão a carência.Queria namorar,queria sorrir como menina,andar de mão dada.É tão simples...apenas um pouco de mel...
e depois porque nada disso acontece ,o MEDO...de não voltar a ponderar se a vontade se o medo.
Empurro tudo com alegria,falo e entendo muito bem...
e depois quem "cuida" um pouco de mim...Passo à frente e os espaços,os tais vazios formam-se.
Agora,e se posso:Amigo Brain,para ti,porque tens sido isto para mim.
Um beijinho e obrigado

"O meu abrigo

Olha pra mim
Deixa voar os sonhos
Deixa acalmar a tormenta
Senta-te um pouco aí
Olha pra mim
Fica no meu abrigo
Dorme no meu abraço
E conta comigo
Que eu estarei aqui

Enquanto anoitece
Enquanto escurece
E os brilhos do mundo
Cintilam em nós
Enquanto tu sentes
Que se quebrou tudo
Eu estarei
Sempre que te sentires só

Olha pra mim
Hoje não há batalhas
Hoje não há tristeza
Deixa sair o sol

Olha pra mim
Fica no meu abrigo
Perde-te nos teus sonhos
E conta comigo"

bjs a todos,até amanhã

Anónimo disse...

Olá!
Muito se escreve por aqui!
Queria dizer, tão somente, e porque o momento é oportuno, que hoje, durante uma conversa séria, tentei encontar definição de um comportamento...mas não consegui e também não sei se é definivel.
Agora ao ler os comentários encontrei-a, em parte nas palavras da Flôr, mas dou-lhe um "toque" pessoal: "...medo,mostra-se barreira quase intransponível e tranca na porta "das vontades".É por isso que te digo,é triste as marcas impedirem-nos de sermos livres de viver!"
É realmente triste que assim seja, mas há que lutar e tentar ultrapassar tudo...
Aquele beijinho para ti caminheiro!
Flôr, Papoila e todos os outros: beijinhos!
Até amanhã.

Anónimo disse...

Realmente, arcoiris, o matiz das cores é tão diverso que, neste céu ou naquele, assusta ver as suas repentinas cambiantes de tons tão brilhantes como luz pura para os cinzentos obscuros e fechados. Não se pode abafar a vontade e afastá-la do risco, da aposta no crescimento… Temos de inverter a relação com as marcas: sermos nós a aprisioná-las onde não têm voz ou visibilidade. As marcas existem para ser substituídas por outras marcas. E há marcas boas que, com o seu destaque, soterram as demais. Há um tempo para tudo. Demos uma oportunidade a cada “tempo”.
Um beijinho bem “encaminhado”!

O medo é o silêncio da alma. Quando nos sentimos vazios, quando nos sentimos no escuro, quando pomos pé sobre terreiro do desconhecido e não sabemos, nem temos pistas sobre o que se segue. A incerteza, o descrédito assaltam a alma e emudecem-na. Deixa de querer, de sonhar, de inquirir. Fecha-se e isola-se como uma flor, à noite.
Todavia, os medos são para ser vencidos. São desafios que enfrentamos e para os quais temos sempre uma palavra a dizer. Do outro canto, tomamos a coragem e a esperança para identificar e desenraizar o medo. Necessários são os estímulos internos e externos para arrancar com o processo. Os externos recebem-se de braços abertos quando temos a sorte de os ter; os internos exigem um grande esforço para a vontade, mas são os mais importantes e exigentes.
Viver com medos é viver com uma toupeira traiçoeiro: levantamos as nossas cidades, e quando tudo parece uma unidade harmónica, começa a ceder de um lado, minado pelo bicho, e a ruína geral anuncia-se.
Putty: Admiro a tua dupla coragem: o superares a “vontade” do auto-extermínio e a abertura no nos dares esse conhecimento. A morte é um conceito extremamente pessoal. Podemos mesmo falar de várias mortes, entre as quais, a física é a mais definitiva.

Um bom dia de VIDA para todos…

Anónimo disse...

Bom dia!
bjs para todos

Brain disse...

Flôr,

Existe uma linha muito ténue, que separa o desejo da ânsia.
E quando o desejo de algo é muito grande, à medida que o tempo passa, a ânsia cresce proporcionalmente ao tempo, toma conta do ser e cria a angústia.
Com base nessa angústia, outros sentimentos sobressaem, entre os quais a tristeza e o medo de (no caso) o desejo que teve por base esta “viagem” não se chegue a realizar.

Isto nada tem de estranho, anormal, ou sequer de novidade.

Chegados a um qualquer destes estádios do sentimento, interessa avaliar o que está na base deles, seu fundamento e até sua utilidade.

Sabia-te bem um carinho, uma mão dada, uns dedos que tocam de uma forma especial.
A quem não sabe isso bem? Quem nunca precisou, em algum momento de os ter?
Mas… isso será condição essencial de vida para ti?
Os “benefícios futuros”, compensam a angústia do presente?

Temos de saber balancear. Temos de ser perseverantes, persistentes até, MAS, sem fazer disso questão essencial de vida.

Pelo pouco que te conheço, afiro de uma forma rápida e fácil, que és alguém que vive com “os sentimentos” no seu dia-a-dia, e que vive com os mesmos “à flor da pele”.

E colocas um pouco demais de sentimentos, nas coisas que dizes e que fazes. (esta é apenas a minha opinião, pelo, como disse, pouco que conheço de ti)
Talvez por isso, quando encontras alguém, tenhas tendência a exacerbar a “importância” desse alguém e do papel do mesmo, pelo que, quando mais tarde “confrontada” com a realidade, que sempre existiu e sempre assim foi, desanimas e até te desiludas um pouco.

E com isto, prolongas e alimentas a espera de alguém que corresponda e se encaixe no perfil que tu idealizaste e que provavelmente… não existe!

Assim, desta forma, uma vez mais, alimentas as desilusões, e a crescente necessidade da busca por outro alguém.

E assim, eu volto ao início. Isso é condição de vida? Absolutamente necessária?
Há muitas pessoas que vivem “sozinhas” uma vida e são felizes com isso.
Outras são infelizes uma vida inteira, por estarem com alguém.
Outras há que só acompanhadas se sentem bem.
Mas uma vez mais questiono: isto será válido a qualquer preço? A tua resposta, eu já a sei, pelas conversas anteriores.
Então, se a convivência a dois não é válida a qualquer preço, será que a busca por essa pessoa o será?

Procura a tua alma gémea (se assim lhe quiseres chamar) mas de uma forma calma, sem stresses.
Se e quando acontecer, será bem vinda.
Até lá, vai aproveitando o melhor dos que passam por ti, sem que disso, tires apenas a negatividade da não ocorrência do pleno.

A acima de tudo, vê-te, do cimo do teu ser, como auto-suficiente que és.
Uma coisa é o desejo, outra, a necessidade.

Bj.

PS: Gostei de mais esta letra da MV.

Anónimo disse...

oi boa tarde.

o que eu acho curioso em relação à flor (e se me permites flor) é a tua recente mudança de discurso.

falas cada vez mais na "necessidade" de ter alguém. quando te conheci dizias-me que não. que isso (reconstruir uma vida a dois) não era para ti.

gosto por um lado de te ver a "mudar", porque no fundo eu nunca acreditei que o que tu dizias era mesmo o que pensavas. achava que era uma forma de te "protegeres" do que poderiam pensar de ti. do género: "não! ter alguém a tempo inteiro! eu já não aguento, nem quero isso!"

acho que todos cremos ou gostavamos de ter, mesmo os que vivem sozinhos a vida inteira e são "felizes".

concordo com o que brain diz sobre a busca "desesperada" de alguém (frase que já ouvi muitas e muitas vezes dirigidas à minha pessoa). ter alguém a qq preço não é o correcto, embora tb neste caso e relativamente à minha pessoa a teoria tenha pouca aderência à prática.

sabes brain, eu compreendo a flor nessa busca, na desilusão de não encontrar ninguém, nos medos que se vão acumulando...

quando saímos de uma relação que não deu certo a frustação é enorme. a vontade de encontrar alguém e de fazer "certo" tudo aquilo que achamos que fizemos "errado" na relação anterior é tanta que nos dá uma energia, uma vontade tal que vivemos para aquilo.

é como se uma nova relação que corresse bem nos fosse compensar de alguma forma a frustação da anterior. de alguma forma permitiria-nos provar a nós mesmos que afinal nós também conseguimos. nós também sabemos fazer as coisas de uma forma correcta. Nós também temos sucesso nos nossos relacionamento...

queremos correr, apanhar a vida, compensar os anos gastos ao lado da outra pessoa..

depois vêm as relações "futeis", escorregadias. vêm as desilusões, as quedas, as dores... há medida que o tempo passa acumula-se o medo. esse medo que abafa a vontade.

quando aparece alguém neste contexto, o medo é tal que nos faz pensar e repensar. se esse alguém está na fase “após termo de outra relação”, com toda a vontade inerente, ainda é maior o meu medo. afinal eu já passei por isso e sei que essa vontade que o outro está a sentir não é só por si sinónimo de sucesso na próxima relação.

vem o medo de magoar-mos o outro, por ventura menos experientes nesta “força da vontade”...

encontro-me felizmente neste cenário. associado e esse medo há a marca na pele e na alma de um amor não vivido.
há uns meses atrás eu nem pensava duas vezes. neste momento o medo faz-me pensar, principalmente por não querer desperdiçar oportunidades com precipitações...

Anónimo disse...

Amigos,boa tarde!
Brain,lê e ouve Mafalda ,é muito lindo!
Quanto ao que me dizem...talvez vos pareça confusa,talvez esteja.
É muito confuso através de letras passar a ideia,mas vocês entendem.
Tens razão quando dizes que ponho muito sentimento nas coisas.É essa falha no doseador que por vezes me dá um "sofrimento"desnecessário.
Fui assim,com o meu casamento,onde fui mais mãe que mulher.Fui assim no trabalho,onde tratava de tudo como se fosse meu,onde arrastava tudo comigo mesmo após a hora.
Em tudo que me "meto",sou empenhada e vivo intensamente.
Agora,essa possível busca o outro lado...
Não é assim,agora já não sou assim...
Apurei em mim o refinado sentido da insatisfação,e quando obtenho o razoável,canso-me!
Perdi...perdi-me...
E como não sou nina,re andar a "brincar aos relacionamentos",falo agora dessa solidão.
Papoila,não quero ninguém para estar ao meu lado.
Esse espaço é dos piratitas.
Mas um bom amigo,um ambiente de partilha de intimidade,faz-me falta ,como a todos acho!
Tornei-me egoista,um pouco fria ...por vezes acho ter deixado muito do meu lado bom!
Eu já tive um relacionamento mais próximo e sério.E findos dois anos,cansei-me...
Eu tenho uma ou outra ocasião,onde o amigo,aquela pessoa diferente,está ali...mas não quero!
"Birra" de quem não sabe o que quer??
Ou excesso de "medos" e de consciência.
E é tudo muito bonito,mas vejo também o outro lado.
Sou o que sou,boa menina :),mas a vida condicionou-me;ou eu a ela,e dois filhos,uma vida com estrutura pesada.Qual terceiro,será obrigado a tereste cenário para si?
É qye esse amor,que te empurrava para o salto,esse foi na idade "tenra" dos sonhos!
Agora,snho que os dias,sejam calmos.
E custa-me saber que tinha muito mais....

Anónimo disse...

"É que esse amor,que te empurrava para o salto,esse foi na idade "tenra" dos sonhos!
Agora,sonho que os dias,sejam calmos.
E custa-me saber que tinha muito mais.... "

Flôr, desculpa mas não posso concordar "na idade tenra"... nã!!! eu vivi isso há pouco mais de 1,5 anos e não devo estar na idd tenra...

dias calmos, sim! mas calmos em termos de estabilidade emocional. agora amor "louco", paixão não é só na idd tenra.

tanto mais que neste preciso momentos tens tudo o resto: casa, familia, emprego, amigos. tens isto tudo preenchido (de uma forma mais completa ou menos completa tens isto tudo).

se dias calmos forem iguais a estabilidade imocional concordo. mas que esta estabilidade emocional venha acompanhada de muita e saudável loucura. namora a beira mar, uma escapadinha do trabalho a meio da tarde, etc, etc...

tu tens tudo na vida. todas as tuas áreas estão preenchidas e estáveis, o que precisas, ou melhor o que eu preciso é essa estabilidade emocional mas com muita loucura pelo meio...

quanto aos: "E custa-me saber que tinha muito mais.... ", se sabes e se achas que podes vir de novo a ter, força!!!!!
quanto ao "

Anónimo disse...

desculpem os erros ortograficos e de digitação, mas a flor tirou-me do sério....

Brain disse...

Grande Papoila !
É bom ver-te "assim" !

Como eu já disse... "o espírito de guerreira, está lá"

Bj

Anónimo disse...

Miga Papoila,davs-me uma palmada!
Tu sabes mais de mim,que alguns...Adoro ver-te a reagir...
O "potencial" que nunca me enganou...Fazendo aqui umas trocas,pois daria tambem para mim...És boa a dar força aos outros.
Não te engano,e sabs que a minha "sede" desse alguém...é pouca...quase nenhuma...
Apenas quero molhar os lábios ,para seguir...

Anónimo disse...

quanto ao "molhar os lábios" depois falamos...

beijos