quarta-feira, junho 27, 2007

Sorriso

Respondendo a uma proposta da Lya, do Blog De veludo e Sangue, elaborei um texto, para que ela o "vestisse".
O extraordinário resultado final foi o que a seguir podem ver!
Espero que gostem tanto dele como eu.
Espero que o apreciem tanto quanto eu.
A ti Lya, o meu sincero e profundo MUITO OBRIGADO por este teu carinho!

"...We're too young to reason
Too grown up to dream
Now spring is turning
Your face to mine
I can hear your laughter
I can see your smile
No I can't escape
I'm a slave to love"

Não são apenas as tuas MãOs,
Essas MãOs,
Que sempre que estamos a sós,
Se estendem para mim,
Procurando as minhas,
Para me puxarem para ti.


Essas MãOs,
As mesmas que se entrelaçam nas minhas,
As mesmas que me pressionam de encontro a ti,
As mesmas que me cravam as unhas na pele,
As mesmas que me percorrem em actos
De carícias feitos.



Não são apenas os teus BrAçOs,
Esses BrAçOs,
Que se enrolam à volta do meu pescoço,
Que me abraçam de forma exploradora,
Que me afagam o corpo com intensidade,
Que me sentem como um todo,
De uma forma única.




Não é apenas a tua BoCa,
Essa BoCa,
De lábios finos e delineados,
Que quando pousa sobre a minha,
Se abre para um encontro de danças mil,
De beijos sôfregos e sorventes,
Tentativas frustradas de
Saciar uma enorme sede do outro,
Que à medida que ocorrem,
Falham por completo no seu intento,
Pois a sede,
Essa sede latente e premente,
Nunca diminui, apenas aumenta,
Deixando sempre crescente,
O Desejo por mais.





Não são apenas os teus OlHoS,
Esses OlHoS,
Tímidos espelhos de ti,
Que no silêncio falam com os meus,
Através de finos fios de conversa silenciosa,
Dando-me conta dos teus pensamentos,
Dos teus desejos inconfessados,
De momentos a dois, ao tempo resgatados.





Esses OlHoS,
Que quando em alinhamento perfeito com os meus,
Me conduzem ao mais interior de ti,
Ao centro do teu corpo,
Perscrutando-te a alma e os sentires,
Nos quais encontro palavras de mim,
Tantas palavras de mim,
Que me levam a perder-me em ti.





Não é apenas o teu CoRpO,
Esse teu CoRpO,
Miríade dos meus desejos,
Imensidão de pele que me embriaga os sentidos,
Mar de curvas em que me delicio e perco,
Que se abre para mim,
Numa entrega única e plena de seres,
Numa cumplicidade de quereres,
Numa confiança de gostares,
Que em conjunto com o meu,
Encena ritmos de sensualidade,
Ritmos de uma dança de amor única,
Em que cada um de nós,
Se torna simultaneamente dançarino e música.




Não é tanto tudo isto,
Tudo o que descrevi até agora.


É acima de tudo...

...O teu Sorriso!


É acima de tudo o teu Sorriso,
Esse teu Sorriso,
Aberto e radioso,
Que involuntariamente se te desenha nos lábios
Sempre que me olhas,
Que não consegues evitar
Sempre que me pensas,
Que te transporta assim,
Por entre a névoa dos dias,
Numa alegria intrínseca de ser,
Com a leveza de um sentir,
Que constitui para mim,
O que melhor define,
O que na realidade somos um para o outro,
O que de facto sentimos um pelo outro,
Tudo o que no fundo,
Em ti...
...Transportas de mim!



E nesse teu Sorriso,
Que de todos os gestos é o primeiro,
Nesse teu Sorriso,
Em que eu caibo por inteiro,
É nesse teu Sorriso,
Que quando o dia findar,
Eu quero por fim,
Ficar a repousar!






Escrito Por Brain


Composto por Lya

segunda-feira, junho 18, 2007

Há dias que não acabam


Há dias em que o sol não se põe,
Mistura-se com o mar,
E produz ondas iluminadas,
Que em vagas contínuas te trazem até mim,
Embrenha-se na espuma,
Borda dos nossos lençóis,
Imiscui-se na areia,
Personificação do palco do nosso amor.

Há dias que não acabam na noite,
Prolongam-se no luar,
Reflexo da tua lembrança,
Prolongam-se nas estrelas,
Polvilhadoras do céu,
Como os teus beijos sobre o meu corpo,
Prolongam-se no sono,
Que nos sonhos te têm presente.

Há dias que não se esgotam nas horas,
Prolongam-se na boca,
Que mantém o teu sabor,
Prolongam-se no olfacto,
Que ainda sente o teu odor,
Prolongam-se na pele,
Cujos poros guardam partículas de ti.

Há dias que nunca acabam,
Ficam para sempre gravados na nossa memória,
E nela se perpetuam,
Vindo até nós por diversas vezes,
Trazidos pelas mais diversas impensáveis coisas.
Pelas feridas de uma persiana por fechar,
Pela cor de um céu observado de soslaio,
Rasgado por um fiapo de nuvem
Perdido da sua origem,
Pela tonalidade do som
De uma música que toca algures,
Pela dobra de um lençol
Num formato peculiar,
Pela tonalidade parda
De um candeeiro de pé,
Por um pedaço de papel
Mesmo que em branco,
Pelas letras deixadas num qualquer livro,
Numa conjugação de palavras,
Evocativas de ti.
Sempre de ti.

Todas as coisas,
Com um algo de memória,
Familiar de dois,
Numa cumplicidade única,
E muitas das vezes,
Quase indecifrável,
Até,
Para nós próprios.

Assim tenho muitos momentos,
Que guardo na memória de nós.

Momentos reconfortantes,
De aconchego de alma,
Que muitas das vezes me surgem,
Vindos do nada,
Vindos de tudo o que me rodeia,
Porque praticamente tudo,
Me fala de ti,
Porque em praticamente tudo,
Estão fragmentos de ti.

Por isso,
Há dias assim!

Dias que simplesmente…
…simplesmente…
…não acabam!

segunda-feira, junho 11, 2007

Procurei...


E em tudo o que te procurei,
Eu encontrei-te.

Na mais distante esquina do dia,
A tua sombra paira sobre a dobra do tempo.

Na folha de papel levantada pelo vento,
Partículas de ti emergem das palavras impressas.

Na batida forte da música,
Estás na baqueta que faz vibrar o tambor.

No desejo moído pelo tempo,
És a semente que resiste à força das mós,

Na pálpebra cerrada pelo tempo cronometrado,
És a imagem última que a retina guarda do prazer,

No mergulho no azul do mar,
És a estrela que surgindo espreita atrás do coral,

Em tudo o que te procurei,
Eu encontrei-te!

Emergindo do mergulho no interior de mim,
À medida que ia subindo,
Tu ias sempre aparecendo,
Mostrando-te e escondendo-te,
Ora a tua imagem,
Ora a tua sombra,
Pequenos pedaços de ti,
Carregados de luz,
Que iluminando alguns recantos mais obscuros,
Te evidenciavam,
Como real e efectiva:
Parte de mim!

E em tudo o que te procurei,
Eu encontrei-te,
E soube,
O que desde sempre sabia:

Tu, não és mais apenas “tu”,
Eu, não sou mais apenas “eu”,
Tu e eu,
Há muito não somos dois,
Mas apenas,
Um único:

NÓS!

sábado, junho 02, 2007

Hoje...


Hoje, só me apetecia falar de ti!

De como te vi,
De como me viste,
Da forma como fomos,
Do caminho que intimamente fizemos,
De como te foste soltando para mim,
De como te deixaste levar, levando,
De como gostaste, simplesmente gostando,
De como nos fomos descobrindo,
Dos carinhos que trocamos,
Das meiguices com que nos presenteamos.

De como subiste para mim,
De como te soltaste assim,
De como te demonstraste desejosa de mim,
De como nos tivemos sem ter,
De como tudo fizemos sem fazer,
E de como isso,
Foi para nós,
Tanto prazer.

De como o meu desejo por ti é sempre mais,
De como te senti vir para mim, sempre mais,
De como cada vez que estamos é em crescendum,
De como do mais simples se faz surpresa,
De como do que mais queríamos, fizemos segredo,
De como ambos queríamos, do mesmo desejo,
De como ambos fizemos música em silêncio.

Guardo em mim o teu sabor,
Guardo em mim o teu odor,
Guardo em mim as tuas formas,
Guardo em mim o teu respirar,
Guardo em mim o teu sussurrar,
Guardo em mim tudo o que posso de ti,
Sem que para isso,
Tenha de me esforçar.

E era tanto o que me apetecia dizer-te hoje,
E era tanto o que me apetecia fazer-te hoje,
E era tanto o que queria de ti hoje,
Mas já ficava feliz,
Muito feliz,
Se apenas um beijo teu,
Pudesse comigo levar,
E quando fosse dormir,
Uma vez mais, contigo,
Ficar a sonhar!