terça-feira, junho 16, 2009



Cheguei para sempre a este lugar que és Tu.

Descreve-me agora
Como se eu fosse possível de existir sem ti

Porque eu já não sei falar-me,
Sem dizer-Te.


segunda-feira, junho 08, 2009

"Desafio"

A Nuvem (do blog A minha Nuvem) a propósito do tamanho dos meus textos (a que chamamos de lençóis) vs. os dela (que por comparação, passamos a chamar de "fronhas de almofada"), um dia escreveu-me isto:

"Brain, um dia desafio-te a escrever uma "fronha de almofada" das minhas, e eu prometo tentar escrever um "lençol" dos teus :) Beijinhos”

Daí "nasceu(-me)" a ideia de cada um, a partir de uma imagem utilizada num texto do outro, fazer "a sua versão", sendo que eu teria de escrever uma "fronha" e ela um "lençol".

O acordado foi que aqui eu colocaria o texto dela, seguido do meu texto.
E no "A Minha Nuvem" ela faria o mesmo.

Aqui ficam então eles:


NO SILÊNCIO DO TEU TOQUE (por Nuvem)

Quero-te.

E é no silêncio do teu toque
que te digo que sou tua.

Digo-to com os meus olhos
rasgando o mar dos teus olhos,
e os meus lábios, segredando
as marés dos teus cabelos
que ondulam nas minhas mãos.

Digo-to sem falar,
porque entre as nossas bocas
as palavras já não têm espaço...

Digo-to com a minha pele
respirando ávida nos teus dedos,
como se fosse morrer no segundo
em que deixasses de lhe tocar.

Sinto-te como o vento,
percorrendo cada recanto meu
como se sempre tivesse sido a sua casa,
como se me conhecesse
mesmo antes de eu saber que existia.

Houve um dia em que eu não era tua.
E tu também não eras meu.

Um dia em que vento e mar
eram só palavras vazias para mim.
Um dia em que o mar e o vento
não me conheciam.

Um dia em que os meus olhos
não sabiam navegar,
e os meus lábios padeciam de sede
sem saber...

Um dia em que o meu corpo
não tinha janelas.

Sim, houve um dia,
um dia muito distante,
um dia que já não sei lembrar,
em que eu não sabia que tu eras vida
e mar e vento e tudo o que há.

Hoje só sei ser tua.
(Como a espuma pertence ao mar,
como as janelas se abrem ao vento.)

Só sei querer-te.
(Como o coração quer a vida
que pulsa a cada segundo dentro dele.)

E digo-to no silêncio do teu toque,
sempre que os meus olhos
são os teus olhos e os meus lábios
são segredos que se perdem
nos teus cabelos,
que se perdem nas minhas mãos...


DESAFIA-ME (por Brain em 2007.04.30)

Desafia-me!
Tira-me do sério,
Obriga-me a uma loucura,
Leva-me a uma superação de ser.

Espicaça-me!
Vira-me do avesso,
Arrepia-me os sentidos,
Revela-me as entranhas.

Tenta-me!
Faz dos teus lençóis o meu chão,
Do teu corpo o meu alimento,
Do teu suor a minha água.

Surpreende-me!
Leva-me por um caminho sem rumo,
Tira-me as direcções,
Atira-me ao ar sem rede,
Obriga-me a cair de pé.

Desafia-me,
…a mente!

Espicaça-me,
…os sentidos!

Tenta-me,
…a pele!

Surpreende-me,
…os sentimentos!

(Tira-me desta letargia!!!)


(Resta-me agradecer-te Nuvem o carinho da partilha. Do fundo de mim, um Beijo meu)