terça-feira, fevereiro 02, 2010

Retorceste o momento


Retorceste o momento
Enrolando-o nos dedos
Girando-os em movimentos circulares
Como se a circularidade concêntrica do gesto,
Fosse capaz de reter no seu centro (que eras tu)
A magnitude do tempo. Dos segundos infinitos, em que fora de ti
todos os momentos ocorriam e tudo te pertencia,
mesmo que de ti, fosse coisa nenhuma.

Retorceste o momento
Enrolando-o nos dedos,
prendeste-o em ti e encurralaste-o no tempo.
Não para que o tempo parasse, mas para que o seu avanço
não desfizesse a magia do sentir.
Não o escreveste nas páginas, porque o querias só teu,
e as páginas são efémeras, mas o sentimento não.

Retorceste o momento e escreveste-o em ti,
Mas foi em mim que o selaste, com o lacre quente de um sorriso.

2 comentários:

... a cada instante ... disse...

Infinita transparência entre palavras e sentimentos. Simplesmente perfeito.
Parabéns.
Abraço.

Estranha pessoa esta disse...

Ás vezes são estes retorce(ssos) que nos .... constrói.