sexta-feira, abril 29, 2011

Velhas Vontades Novas


Todos os dias me (re)nascem (velhas) vontades novas nas pontas dos dedos.
São vontades de ti. De te dizer e de te ser.

Procuro não poucas vezes a sua origem, mas ela permanece guardada nas entranhas de um tempo de mim. Algures perdida nos vincos das minhas mãos.

Por vezes, surgem nas batidas pulsadas dos sentimentos nas memórias de ti.

Outras, surgem num pensamento de tempo guardado numa das nossas sombras que deixamos para trás. Em algum canto. Como se não tivessem importância, ou o momento tivesse sido apenas mais um. Perdido. Numa colecção de momentos (tão) nossos.

Mas… os nossos momentos, nunca são apenas mais um. As misturas das nossas sombras nunca acontecem por acaso. São momentos sombras sempre pensados. Sempre esperados e muito desejados. Nunca são apenas mais um. E quando acontecem, a nossa sombra não tem a tua forma nem a minha. Tem a minha forma dentro da tua. E tu, és uma forma tão maior que nós, que nos consegues fazer: Vulto único. Sombra ímpar. Consegues fazer-nos (um só). Assim. Não duas formas unidas. Mas apenas uma. Uma forma maior: Nós.

Todos os dias me renascem velhas vontades novas nas pontas dos dedos. Vêm dos vincos das minhas mãos.

Mas eu sei que não são vontades. És tu!
És tu que te renasces em mim.

De novo.

Sempre.

Em cada novo dia que começa.