tag:blogger.com,1999:blog-246089052024-03-13T21:57:05.827+00:00TaradissesNum "mundo de loucos", em que as relações interpessoais muitas vezes nos "passam ao lado", vamos, com base nas nossas vivências e alguma imaginação à mistura, fazer deste cantinho um centro de reflexão e de diversão.Brainhttp://www.blogger.com/profile/18128746396850214506noreply@blogger.comBlogger317125tag:blogger.com,1999:blog-24608905.post-4230178182668205832024-02-24T21:00:00.001+00:002024-02-24T21:00:00.154+00:00DEIXA QUE TE AME SEM PALAVRAS<p class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0in;"><span style="font-family: arial;">Deixa que eu te ame sem palavras.<br />
Encontro-te nos meus lábios imensa de
tudo o que não tenho. Um simples deslize entre o pouco e o nada. Acompanho-te
no suspiro fundo que me colas ao rosto. Enquanto encaixo devagar na curva dos
teus desejos. E toda uma p<span style="line-height: 107%;">rosa selvagem corre solta para ti. Sem
palavras. Com sede de tudo. No silêncio dos teus sentidos a segredar o toque
dos meus. Em todos os instantes em que me esperas. E toda me recebes. E me
bebes até à última gota de sol.<br /></span><span style="line-height: 107%;"><br />Digo-te:
Há flores que dependem de ti.<br /></span>E tu guardas esta minha confissão com a chave da tua boca.
Enquanto esmagas as palavras com o teu olhar denso. Com impronunciáveis
emoções. E me guardas. E me demoras em ti. Com a inexatidão de um desejo
anunciado que ferve na alma. Com o meu nome a escorrer em cada veia. Com as
marcas invisíveis de um tempo sem medida.</span></p><p class="MsoNormal"><span style="font-family: arial;">
Quando foi que as tuas mãos se cruzaram com as minhas e ficaram? <br />
Quando foi que começaram a sorrir em silêncio?<br />
<br />
Estão ainda húmidas as toalhas que nos secaram os corpos depois do Amor.<br />
Estão ainda húmidos os lábios que acolheram o calor dos teus.<br />
<br />
Porque todos os teus beijos são eternos.<br />
E nunca morrem na minha boca.<br /></span><span style="font-family: arial;">Em nenhuma palavra. </span></p>Brainhttp://www.blogger.com/profile/18128746396850214506noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-24608905.post-33864193337094662092024-02-17T21:00:00.001+00:002024-02-17T21:00:00.142+00:00CASA<span style="font-family: "Calibri",sans-serif; font-size: 11.0pt; line-height: 107%; mso-ansi-language: PT; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin; mso-hansi-theme-font: minor-latin;">Permanecemos
aqui. Nesta casa em que nos sendo, não nos diz.<br />
Casa com paredes de silêncio. Chão aberto ao tempo. E tudo aquilo que jamais
será dito. As portas que se fecham atrás da tua sombra. E a partilha de todas
as nossas ausências. Que fazem todos os vazios. Dos toques inexistentes da tua
mão na minha. Do silêncio da tua voz do outro lado de nenhum telefone.<br />
<br />
Quando foi que o universo deixou de ser perfeito?<br />
Talvez apenas um segundo. Ou apenas um pouco mais. Mas permanecemos no foco.
Porque luz nenhuma se divide para a (sua) partilha. Existe única. Sempre. Com
toda a (sua) intensidade. E por vezes fere. Outras vezes, sangra. Faz-nos golpe
da própria luz. Invade todos os oceanos. E revela. Todos os lados abertos. Dessa
tua porta fechada.<br />
<br />
Sou tábua inerte de algum naufrágio.<br />
A cada noite repetida sem lua.<br />
<br />
Em que nenhuma água se agarra ao teu corpo.<br />
E tu. Não te agarras ao meu.<br /></span><p> </p>Brainhttp://www.blogger.com/profile/18128746396850214506noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-24608905.post-28482711331262393402024-02-03T21:00:00.003+00:002024-02-03T21:00:00.136+00:00DUELOS DE AMOR<p><em><span style="font-family: "Calibri",sans-serif; font-style: normal; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-font-style: italic; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-hansi-theme-font: minor-latin;">Nos olhos parados damo-nos conta do silêncio.<br /></span></em><em><span style="font-family: "Calibri",sans-serif; font-style: normal; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-font-style: italic; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-hansi-theme-font: minor-latin;">São assim os momentos que antecedem todos os abandonos. Únicos. Ínfimas frações
de tempo.<br /></span></em><em><span style="font-family: "Calibri",sans-serif; font-style: normal; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-font-style: italic; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-hansi-theme-font: minor-latin;"><br />Os dedos trauteiam desejos na vénia de uma carícia lenta. Os cabelos enleiam-se
no hálito. As respirações cruzadas captam o olhar que se fecha. - Pequenas rendições
ao quente que espalhamos no ar que nos envolve.<br /></span></em><em><span style="font-family: "Calibri",sans-serif; font-style: normal; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-font-style: italic; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-hansi-theme-font: minor-latin;"><br />Prendem-se os gestos ao desassossego que reina debaixo da nudez. E já somos
nada em controlo. Nesse teu beijo que é o molde do meu. Nas bocas famintas que
se molham. Que se bebem. Se procuram e se necessitam. Nelas arde esse fogo por
dentro. Que inflama todas as lutas. No enrolar solitário das línguas no desejo.<br /></span></em><em><span style="font-family: "Calibri",sans-serif; font-style: normal; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-font-style: italic; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-hansi-theme-font: minor-latin;"><br />Incendeiam-se os corpos numa paixão duplamente enfurecida. Na qual matamos o
anseio numa quase raiva estonteada que nos atravessa. Confunde. Ficando sem
saber se é a tua paixão enfurecida que se esvai no meu desejo, ou se é o teu
desejo que enlouquece a minha fúria de paixão. Nelas somos sempre inteiros. Até
nos raros momentos que em palavras rasgamos o silêncio. Dizendo-nos.<br /></span></em><em><span style="font-family: "Calibri",sans-serif; font-style: normal; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-font-style: italic; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-hansi-theme-font: minor-latin;"><br />Silêncio e Tempo.<br /></span></em><em><span style="font-family: "Calibri",sans-serif; font-style: normal; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-font-style: italic; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-hansi-theme-font: minor-latin;">Entrega e (des)Ordem.<br /></span></em><em><span style="font-family: "Calibri",sans-serif; font-style: normal; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-font-style: italic; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-hansi-theme-font: minor-latin;"><br />Duelos de Amor.</span></em></p>Brainhttp://www.blogger.com/profile/18128746396850214506noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-24608905.post-45653521273192023412024-01-27T21:00:00.002+00:002024-01-29T09:32:03.245+00:00ESPERA<p><em><span face=""Calibri",sans-serif" style="font-style: normal; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-font-style: italic; mso-bidi-theme-font: minor-latin; mso-hansi-theme-font: minor-latin;">A vida é tão pequena.</span></em></p>
<p style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0in;"><em><span face=""Calibri",sans-serif" style="font-style: normal; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-font-style: italic; mso-bidi-theme-font: minor-latin; mso-hansi-theme-font: minor-latin;">O vento viaja por todos os muros. O mar salga todas as praias. E a solidão é tão grande. <o:p></o:p></span></em></p>
<p style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0in;"><em><span face=""Calibri",sans-serif" style="font-style: normal; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-font-style: italic; mso-bidi-theme-font: minor-latin; mso-hansi-theme-font: minor-latin;">Vivo em permanência
por trás desta porta à qual passos nenhuns teus se dirigem. Deito-me em
escuridão nesta cama e penso palavras com os lábios. Pronunciam-te. De olhos fechados
pergunto-me por onde vagueia a tua sombra. E tenho medo, sabes? Medo de te saber
noutro lugar. Medo de te saber com outro alguém. Saber-te que não aqui, por tua
vontade.<o:p></o:p></span></em></p>
<p style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0in;"><em><span face=""Calibri",sans-serif" style="font-style: normal; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-font-style: italic; mso-bidi-theme-font: minor-latin; mso-hansi-theme-font: minor-latin;"> </span></em></p>
<p style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0in;"><em><span face=""Calibri",sans-serif" style="font-style: normal; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-font-style: italic; mso-bidi-theme-font: minor-latin; mso-hansi-theme-font: minor-latin;">A vida é tão pequena.<o:p></o:p></span></em></p>
<p style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0in;"><em><span face=""Calibri",sans-serif" style="font-style: normal; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-font-style: italic; mso-bidi-theme-font: minor-latin; mso-hansi-theme-font: minor-latin;">O vento viaja por todos os muros. E a estrada está a ficar demasiado longa.<o:p></o:p></span></em></p>
<p style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0in;"><em><span face=""Calibri",sans-serif" style="font-style: normal; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-font-style: italic; mso-bidi-theme-font: minor-latin; mso-hansi-theme-font: minor-latin;">Tenho a casa vazia.
Quero ir-me embora. Mas não me movo. Permaneço neste carrocel. Com medo que
venhas e não me encontres. Me percas por um segundo de vida. Chegues e eu não
esteja aqui. Onde as horas já são tantas. Onde me deito nesta escuridão. Os
meus lábios pensam palavras que te pronunciam. O teu nome é uma palavra
demasiado funda no meu corpo. E todos os teus beijos vão azedando, um por um, na
minha boca.<o:p></o:p></span></em></p>
<p style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0in;"><em><span face=""Calibri",sans-serif" style="font-style: normal; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-font-style: italic; mso-bidi-theme-font: minor-latin; mso-hansi-theme-font: minor-latin;"> </span></em></p>
<p style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0in;"><em><span face=""Calibri",sans-serif" style="font-style: normal; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-font-style: italic; mso-bidi-theme-font: minor-latin; mso-hansi-theme-font: minor-latin;">Nenhum espelho aqui
lembra já o teu reflexo.<o:p></o:p></span></em></p>
<p style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0in;"><em><span face=""Calibri",sans-serif" style="font-style: normal; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-font-style: italic; mso-bidi-theme-font: minor-latin; mso-hansi-theme-font: minor-latin;"> </span></em></p>
<p style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0in;"><em><span face=""Calibri",sans-serif" style="font-style: normal; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-font-style: italic; mso-bidi-theme-font: minor-latin; mso-hansi-theme-font: minor-latin;">Talvez te vá
encontrar noutro lugar.<o:p></o:p></span></em></p>
<p style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0in;"><em><span face=""Calibri",sans-serif" style="font-style: normal; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-font-style: italic; mso-bidi-theme-font: minor-latin; mso-hansi-theme-font: minor-latin;">Talvez te vá
encontrar com outro alguém. <o:p></o:p></span></em></p>
<p style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0in;"><em><span face=""Calibri",sans-serif" style="font-style: normal; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-font-style: italic; mso-bidi-theme-font: minor-latin; mso-hansi-theme-font: minor-latin;">E o teu silêncio vá
ser maior que o mundo.<o:p></o:p></span></em></p>
<p style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0in;"><em><span face=""Calibri",sans-serif" style="font-style: normal; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-font-style: italic; mso-bidi-theme-font: minor-latin; mso-hansi-theme-font: minor-latin;">E apenas consigas dizer
o meu nome com os teus dedos.<o:p></o:p></span></em></p>
<p style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0in;"><em><span face=""Calibri",sans-serif" style="font-style: normal; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-font-style: italic; mso-bidi-theme-font: minor-latin; mso-hansi-theme-font: minor-latin;">Quando tocarem a tua pele.
Em todos aqueles pontos onde já não os meus.<o:p></o:p></span></em></p>
<p style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0in;"><em><span face=""Calibri",sans-serif" style="font-style: normal; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-font-style: italic; mso-bidi-theme-font: minor-latin; mso-hansi-theme-font: minor-latin;">(há tanto tempo que já
não os meus)<o:p></o:p></span></em></p>
<p style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0in;"><em><span face=""Calibri",sans-serif" style="font-style: normal; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-font-style: italic; mso-bidi-theme-font: minor-latin; mso-hansi-theme-font: minor-latin;"> </span></em></p>
<p style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0in;"><em><span face=""Calibri",sans-serif" style="font-style: normal; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-font-style: italic; mso-bidi-theme-font: minor-latin; mso-hansi-theme-font: minor-latin;">E então, saberei.<o:p></o:p></span></em></p>Brainhttp://www.blogger.com/profile/18128746396850214506noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-24608905.post-15000709457299736522024-01-13T21:00:00.001+00:002024-01-13T21:00:00.135+00:00NEM TUDO ESTÁ DITO AINDA<p><span style="font-family: Calibri, sans-serif; text-align: justify;">Não. Nem tudo
está dito ainda.<br /></span><span style="font-family: Calibri, sans-serif; text-align: justify;">Há várias
páginas em branco por preencher. P</span><em style="font-family: Calibri, sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-style: normal;">áginas desprendidas
que a carne não escreve. Exaltação de fogo que nem os olhos, nem as mãos, nem a
razão conseguem dissolver no meu tempo sem ti. </span></em><span style="font-family: Calibri, sans-serif; text-align: justify;">Calor </span><em style="font-family: Calibri, sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-style: normal;">insatisfeito na sede de tudo e de coisa
nenhuma. Que guardo num espaço que só se abre com a chave da tua boca. E com as
metades de cada um de nós, faço um filho às palavras. E espero que cresça. Até à
prosa selvagem. A correr à solta. Sob o olhar atento dos teus sentidos. Sem o
toque dos meus.<br /></span></em></p><div style="text-align: justify;"><em style="font-family: Calibri, sans-serif; text-align: justify;"><em style="text-align: left;"><span style="font-style: normal;"><br /><span style="font-size: 12pt;">Talvez as palavras que
desassossegam as entrelinhas rasguem (todos) os verbos.</span><br /><div style="font-size: 12pt; text-align: left;"><em style="text-align: justify;"><span style="font-style: normal;">Talvez essa carícia que me afaga os sonhos
seja precisamente o instante onde me esperas. Onde me fazes sentir que sabes o
que sinto em mim. Num tempo sem medida. Onde me és. Como um dia inteiro que acontece
num fim de tarde. Pois nunca a ausência dos teus lábios foi a forma de esquecer
o que não foi pronunciado. Naquela tua voz. Onde sobra o desejo. À qual sempre chego
a ti sem saber o que me acontece ao corpo. Que abre a janela e voa. Cai no chão
e chora. Sangra e gosta. Ri do meu silêncio. Faz-me os gestos. Na fuga em que
tudo volta. E me chama. Uma vez mais. A ti.<br /></span></em><span style="text-align: justify;"><br />Não. Nem tudo
está dito ainda.<br /></span><span style="text-align: justify;">Há várias
páginas em branco por preencher.<br /></span><em style="text-align: justify;"><span style="font-style: normal;"><br />Deixa a porta entreaberta. Apaga a luz.<br /></span></em><em style="text-align: justify;"><span style="font-style: normal;">E grita bem alto o meu nome. Em todos os
teus silêncios.</span></em></div></span></em></em></div><p></p>Brainhttp://www.blogger.com/profile/18128746396850214506noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-24608905.post-11033762060972180082024-01-06T21:00:00.001+00:002024-01-06T21:00:00.139+00:00SONHO DE TE TER<p>Sinto-te permanentemente em mim.<br />Como chocolate quente que derrete sob o meu corpo e adquire as minhas formas, envolves-me.
Ferves(-me). Despertas-me de uma forma única que não sei dizer. Não há como.
Quero ser a tua pele. O sangue do teu pulsar. Ser parte de ti. Em
prolongamento. Em necessidade. Renascer permanentemente no conforto dos teus
lábios. E como uma seiva de ti, quero beber da tua boca todas as palavras que resgatas
dos ecos interiores da tua pele. Em sussurros. E deixas espalhadas pelo meu
corpo em murmúrios de língua. Depositadas nos poros adocicados de ti.<br /><br />Com o brilho da ânsia no teu olhar, entro em ti como quem entra em casa.<br />As tuas pernas o abraço de boas-vindas e o teu peito o sorriso que olhando nos
olhos me diz: o teu lugar é aqui! Ouço os sons do teu corpo em ecos
dobrados de suspiros e murmúrios de querer-me. Esses que não consegues conter
de todas as vezes que me perco em caminhos de ti. Em expedições de anseios e
desejos cúmplices. Na densa procura de novos pulsares. No êxtase de um céu em
chamas que te sussurro ao ouvido. Envoltos pela mistura de odores que de nós
emana. Numa mistura única e nossa. Reinventada de cada vez que fazemos Amor.<br /><br />Nesta força de existência, transporto nas minhas mãos pedaços da tua essência.<br />Nas palavras (cheias de ti) frases que me fazem fervilhar as veias. Numa <span style="line-height: 107%;"><span style="font-family: Arial, sans-serif;"><span style="font-size: 10pt;">perdição
profunda que faz tremer a pele na simples ideia da tua.</span><span style="font-size: 13.3333px;"><br /></span></span></span><span style="font-family: Arial, sans-serif;"><span style="font-size: 13.3333px;"><br /></span></span>E é neste espaço encravado entre o tempo que voa e aquele que pára.<br />Entre a eternidade e o instante que passa.<br />Que eu vivo. Intensamente.<br /><br />O sonho de te ter.</p><p class="MsoNormal"><o:p></o:p></p>Brainhttp://www.blogger.com/profile/18128746396850214506noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-24608905.post-14730624630296922002023-12-16T21:00:00.001+00:002023-12-16T21:00:00.143+00:00CAOS<span style="font-family: "Calibri",sans-serif; font-size: 11.0pt; line-height: 107%; mso-ansi-language: PT; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin; mso-hansi-theme-font: minor-latin;">Como sentir
este momento? <br />
Dedicaste a vida a produzir cor. De uma forma ávida distribuir beleza. E num
repente partiste. E agora o universo inteiro parece uma tempestade infinita de
beleza. Beleza em dor. Que nenhum sentido literário ou estético é capaz de
dissimular. Sei que queres alegria e celebração. Queres vida a brotar pela
ponta dos dedos. Queres alegria a jorrar pelos olhos. Mas eu. Eu nem sequer sei
como sorrir agora. Os meus dedos estão fechados sobre as mãos. Não têm forma de
produção. Os meus olhos estão fechados para qualquer cor. E tudo o que sinto é
esta escuridão. Dentro. Funda. Que me absorve. Que me anula.<br />
<br />
Como sentir este momento agora?<br />
Que sentido fazem as palavras quando nem a elas se bastam. Impossíveis de
entender. E este medo que cresce. Que não pára. Porque é noite. Porque foi o
absurdo que tomou o lugar. E tudo então parou. E o amanhã parece um lugar
demasiado distante. Por sem ti. E eu só procuro um sentido. Uma ponta de luz
por dentro do peito. Cada vez mais cansado. Do teu não respirar.<br />
<br />
Aporto o meu barco.<br />
O universo inteiro é agora uma tempestade infinita de beleza.<br />
E nele tu. <br />
A estrela maior.<br />
<!--[if !supportLineBreakNewLine]--><br />
<!--[endif]--></span><p> </p>Brainhttp://www.blogger.com/profile/18128746396850214506noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-24608905.post-33015142667934324862023-12-09T21:00:00.001+00:002023-12-09T21:00:00.143+00:00TEMPO<p><span style="font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 11pt;">Acordei
com o sabor do teu nome na minha boca.<br /></span><span style="font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 11pt;">Voltei a fechar os olhos como querendo resgatar-te para luz e disse baixinho o
teu nome. Como que a murmurar Amor ao teu ouvido. Mas tudo é agora longe e o
tempo tem uma dimensão muito diferente. Porque é assim o tempo dos sonhos. E no
entanto, também nele tu permaneces. Onde a intimidade é sempre outra. Onde os
dedos se riem junto com a tua pele. E nela plantam raios de sol. Que a fazem brilhar.
Como os teus olhos. Magnéticos. Dos quais todo o tempo passado longe é um
desperdício de existência.<br /></span><span style="font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 11pt;"><br />Acordei com o sabor do teu nome na minha boca.<br /></span><span style="font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 11pt;">E com a força com que um barco fende as águas de todos os mares, o meu corpo
chama por ti. Em vontades. Desejo de continuidade. Profundo. Nestes encontros
incontrolados és sempre Tu. Como uma inevitabilidade. Onde existimos a pedaços.
Em descontínuo. Mas sempre em vontades. Contínuas. Sem tempo. Pois em todos os
tempos tu existes. Em mim. Assim. Em Amor.<br /></span><span style="font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 11pt;"><br /><br />Quero-te em todos os tempos.<br /></span><span style="font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 11pt;">E o tempo contigo é sempre isso.<br /></span><span style="font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 11pt;">Medida. Em falta.<br /><br /></span></p>Brainhttp://www.blogger.com/profile/18128746396850214506noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-24608905.post-71473639779014235352023-12-02T21:00:00.001+00:002023-12-02T21:00:00.157+00:00FRIO<p><span style="font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 11pt;">Estão
já frias as páginas do livro que deixaste sobre a cama. Calor nenhum da tua
pele repousa agora sobre elas. Nem partículas do teu olhar. Ou algum dos ímpetos
com que o fechaste para me olhares. Bem dentro dos olhos. Fundo.<br /></span><span style="font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 11pt;">- Sempre me soubeste despir com o olhar.<br /></span><span style="font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 11pt;"><br />Dizias que no meu peito batia um coração selvagem. E insistias para que eu o libertasse.
Enquanto com as unhas me sulcavas na pele passagens para ele emergir. Caminhos de
sentido único. Em jeito de lava. Como torrentes. Enquanto com o corpo chamavas
pelo que dizias ser esse outro que habita em mim. Rebelde. Desregrado.<br /></span><span style="font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 11pt;"><br />Mas eu sempre fui ser dominante. E cobri de gelo todas as fissuras. Selei todos
os acessos. E fui sempre eu. Apenas eu. E por entre todos esses bloqueios,
fomos acontecendo. Como seres únicos. Que nos reconhecíamos. Em pele. Em Toque.
Odores. Existência.<br /></span><span style="font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 11pt;"><br />O livro permanece sobre a cama.<br /></span><span style="font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 11pt;">Foram momentos únicos. Irrepetíveis. E na sua irrepetibilidade reside o
conforto da familiaridade do porvir. Ainda que em surpresa. Sempre em surpresa.
Para além de todas as letras. Sobre todos os espaços de silêncios. E de todas
as palavras que ficaram por dizer.<br /></span><span style="font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 11pt;"><br />Porque as palavras nem sempre são complemento.<br /></span><span style="font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 11pt;">E as aspas não nos dizem do texto completo.</span></p>Brainhttp://www.blogger.com/profile/18128746396850214506noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-24608905.post-56662862563127735492023-11-25T21:00:00.001+00:002023-11-25T21:00:00.151+00:00NÃO ME PERGUNTES<p> <span style="font-size: 12pt;">Não me
perguntes de novo o que é a verdade.<br /></span><span style="font-size: 12pt;"><br />Que te dizer mais senão que tudo dentro de mim chama por ti.<br /></span><span style="font-size: 12pt;">Que é nas entrelinhas dos nossos beijos que melhor me encontro sem palavras.<br /></span><span style="font-size: 12pt;">Que só me completo quando te ouço chamar pelo meu nome, onde já tudo és tu.<br /></span><span style="font-size: 12pt;">E que é quando me afagas a mão, em aperto, que mais me sinto teu.<br /></span><span style="font-size: 12pt;">Só Teu.<br /></span><span style="font-size: 12pt;"><br />Amo-Te. E amar-te é reconhecer o excesso de todas as restantes coisas.<br /></span><span style="font-size: 12pt;">É reconhecer que os meus dias só começam com o teu “Bom dia”.<br /></span><span style="font-size: 12pt;">Que são as palavras que trocamos que conferem razão aos minutos.<br /></span><span style="font-size: 12pt;">E que o auge da minha existência ocorre quando os meus braços te envolvem o
corpo.<br /></span><span style="font-size: 12pt;">Os teus olhos segredam aos meus a infinitude de todos os instantes.<br /></span><span style="font-size: 12pt;">E os teus lábios me repetem em silêncio, num beijo, que és minha.<br /></span><span style="font-size: 12pt;">Só Minha.<br /></span><span style="font-size: 12pt;"><br /><br />Por isso Meu Amor, não me perguntes.<br /></span><span style="font-size: 12pt;">Não me perguntes de novo o que é a verdade.<br /></span><span style="font-size: 12pt;"><br />Porque impotente me reconheço,<br /></span><span style="font-size: 12pt;">como totalmente incapaz,<br /></span><span style="font-size: 12pt;">de te responder.</span></p>Brainhttp://www.blogger.com/profile/18128746396850214506noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-24608905.post-76049573361623930032023-11-11T21:00:00.002+00:002023-11-11T21:00:00.135+00:00TODOS OS BEIJOS<p><span face="Calibri, sans-serif" style="font-size: 12pt;">Todos
os beijos nascem no teu olhar.</span></p><span face=""Calibri",sans-serif" style="font-size: 12pt; line-height: 107%; mso-ansi-language: PT; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin; mso-hansi-theme-font: minor-latin;">
São inconfidências de silêncios que os nossos olhos trocam e que os lábios não
dizem, por não saberem soletrar sozinhos a palavra Amor. E no entanto sorriem. Sorriem
porque guardam dentro de si o sabor de todos os beijos. De todos os encontros dos
nossos mais profundos íntimos, que se soltam, nas carícias das línguas quando
nas nossas bocas se amam.<br />
<br />
E nas vezes em que a boca é incapaz de conter o beijo, em que ele explode para
fora si mesmo, como quem quer mover todas as palavras num único instante para o
íntimo da pele do outro, nessas vezes, o beijo transborda. Então, deposito os
meus lábios naquela curva interior do teu pescoço, no ponto onde guardas os
segredos dos teus arrepios e, suavemente, em bicos de esmalte, mordo-te a pele
como quem diz Desejo. <br />
<br />
E aquando das distâncias sem perdão, que impedem a permanência da chama que a
tua língua provoca na minha. Que impedem o meu corpo de encontrar o teu. Que nos
castram (todos) os nossos momentos pela ausência. Nessas, é sempre a memória do
teu beijo que em mim persiste. Como luz. Sinal de existência. Farol de caminho.<br />
<br />
Por isso eu beijo-te Meu Amor. E quero beijar-te sempre!<br />
Em todas as imagens dos teus olhos. Em todas as palavras da tua boca. Em todos
os gestos do teu corpo. Em Ternura. Em Calor. Em Húmido. Em Vontade. Em
Profundidade. Em loucura. <br />
<br />
Em tudo aquilo que seja capaz de te transmitir,<br />
o quanto eu te Amo!<br />
<!--[if !supportLineBreakNewLine]--><br />
<!--[endif]--></span>Brainhttp://www.blogger.com/profile/18128746396850214506noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-24608905.post-25206246246428987512023-11-04T21:00:00.001+00:002023-11-04T21:00:00.132+00:00INTIMIDADE EM SUSPENSO<span style="font-family: "Calibri",sans-serif; font-size: 11.0pt; line-height: 107%; mso-ansi-language: PT; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin; mso-hansi-theme-font: minor-latin;">Sempre
que vens ao meu encontro, trazes em ti um recato de Amor. Nunca vens o vulcão
em que te tornas. Não. Vens sempre pé ante pé. Aos poucos. Como que com receio
de acordar o lobo adormecido. Primeiro o olhar. Fugidio. Como que de soslaio.
Seguido de umas poucas palavras. Os lábios que começam a arquear até ao
sorriso. Para só mais tarde as mãos. Essas que igualam as minhas em dimensão.
Em forma e em toque. Em pequenos encontros fugazes. De sensações.<br /><br />São assim os regressos. Pequenos reencontros em que não nos sabemos. E vais
tentando perceber de mim. Aos poucos. Em pequenos espasmos de curiosidades.
Para garantires que sou o mesmo que deixaste. O que preenche as tuas memórias.
As emoções guardadas. Em (sempre) pequenas caixas. Aquelas que usas para as
coisas importantes. Em salvaguarda do turbilhão da vida. <br /><br />Aos poucos, vais-te deixando amanhecer. Soltas a face. Vertes algumas palavras pelo
meio do olhar. Esse, que resume todas as frases e todos os silêncios. E voltas
ao reencontro dos lábios com que nos despedimos para a rarefação de ambos. E assim
nos fazermos de novo unidade. (Re)descobrirmo-nos nas loucuras partilhadas. Nas
gramáticas dos peitos ofegantes. Nas gotículas na pele. E nos detalhes dos corpos
em tumulto. <br /><br />Sempre que vens ao meu encontro, trazes em ti um recato de Amor.<br />
Intimidade em suspenso que as mãos deixaram uma na outra.<br />
Para um novo mergulhar que responda a todos os silêncios.<br /></span><span style="font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 11pt;"><br />Aqueles que se fizeram. <br />Quando em solidão chamei por ti.</span> <br /><br />Brainhttp://www.blogger.com/profile/18128746396850214506noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-24608905.post-6422520498878332762023-10-28T21:00:00.001+01:002023-10-28T21:00:00.145+01:00NÃO ME LEMBRO<p><span style="font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 11pt;">Não me
lembro das tuas últimas palavras de hoje. Aquelas que ficaram para trás de ti,
antes de fechares a porta. Não me lembro. Não me lembro de nenhum som articulado
senão da imagem dos teus lábios a dizê-las. Pelo espelho do quarto. Onde pouco antes
partilháramos uma vez mais todos os silêncios. Aqueles. Que têm não mais que a
espessura da tua pele. Sobre a qual dizias que todos os gestos aconteciam
sempre pela primeira vez. Por mais repetidos que fossem.<br /></span><span style="font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 11pt;"><br />Sempre pensámos que daríamos pelo mais pequeno engano. Alguma inflexão, uma
vírgula a mais, ou algum querer novo que não encaixasse no que erámos. Mas no
tempo fomos cedendo. Às fúrias. Às novas. Mas também às antigas. Impossíveis de
conter nas barreiras de qualquer calendário. Aquelas que ficam guardadas nas
traseiras da pele. Onde cada um de nós acontece sem que o outro saiba. Sem que
por vezes, nós próprios o saibamos.<br /></span><span style="font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 11pt;"><br />Nos invernos interiores os olhos andam mais pequenos. Semicerrados. Existimos em
espaços exíguos. Sem amplitude que nos permita ver para além da chuva que risca
todos os limites. E nada nos consegue aquecer como num qualquer início. Como no
dia em que dissemos para sempre. E éramos verdade. Hoje dizemos até logo. E não
somos certeza.<br /></span><span style="font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 11pt;"><br />Não me lembro das tuas últimas palavras de hoje.<br /></span><span style="font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 11pt;">Apenas da imagem dos teus lábios a dizê-las pelo espelho do quarto.<br /></span><span style="font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 11pt;"><br />Acho que não te voltarei a ver.<br /></span><span style="font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 11pt;">Ninguém regressa de tão longe dos lugares da memória.</span></p>Brainhttp://www.blogger.com/profile/18128746396850214506noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-24608905.post-9814487592112377342023-10-21T21:00:00.002+01:002023-10-28T11:41:23.741+01:00ELEMENTOS<p class="MsoNormal">Vazio das tuas mãos, todo o tempo é um lugar inóspito.<br />
Existes em mim em todos os momentos, mas somos feitos de distâncias que por
vezes parecem intransponíveis. É então que somos como que um acto de fé.
Pequenas ilhas. Absolutamente líquidas. Cuja base mais firme é a âncora de um
barco à deriva. Feito eu.<br />
<br />
Quero ser continente. Preso a ti sob a base do teu chão.<br />
Que me sejas terra. Ar. A outra metade que sustenta as minhas insuficiências. Me
assegura os caminhos e impede que me perca. Por não os teus dedos em mim.
Agarrando-me e fazendo-me teu. Por não as tuas mãos em
mim. Percorrendo-me e dizendo-te minha.<br />
<br />
Quero ser fogo. Sempre. Percorrer o sabor da tua voz na magia dos sussurros. Dos
descontrolos impossíveis. Em contínuo. Ter o teu pescoço como farol. Que me
orienta para a tua boca. Para nela me perder numa medida que número nenhum é
capaz de dizer. Infinito de paixão. No qual tudo cabe. Sem medida. Ou sequer
escala.<br />
<br />
Quero contigo ser, e não apenas existir.<br />
Acompanhas-me?<o:p></o:p></p>Brainhttp://www.blogger.com/profile/18128746396850214506noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-24608905.post-4434894065346101722023-10-07T21:00:00.001+01:002023-10-07T21:00:00.156+01:00A TUA AUSÊNCIA<p><span style="font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 11pt;">Desculpa
hoje não ter palavras.<br /></span><span style="font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 11pt;">Todas as mãos estão fechadas e todos os braços me apertam o corpo.<br /></span><span style="font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 11pt;">Não há horizonte para lá das minhas varandas interiores. Em escuro. Sou apenas sombra.
Caminhos curtos. Becos. Minha voz perde-se nas minhas próprias paredes. Sem
melodia ou sentido. E eu não me reconheço em nada. Em sítio nenhum. Sou pó.
Sobras de outras línguas. Sílabas por dizer.<br /></span><span style="font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 11pt;"><br />Hoje não tenho palavras. E dói-me.<br /></span><span style="font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 11pt;">Dói-me ser silêncio. Peso. Ausência de som. Que não sendo dito estrilha. Em
rasgos. Pequenas lâminas de papel. De cortes finos, invisíveis. Porque assim me
é a inexistência da tua presença. Paralisa-me. Não me permite. Aniquila-me e
não me deixa ser eu. Pelo que tudo o que resta é apenas isto: o não eu. Que se
confunde. Que me confunde. Me leva a questionar qual deles sou.<br /></span><span style="font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 11pt;"><br />Não quero ser este ninguém. Que não conheço.<br /></span><span style="font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 11pt;">E no entanto, já vou conhecendo vezes demais.<br /></span><span style="font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 11pt;"><br />A tua ausência dói-me.<br /></span><span style="font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 11pt;">Hoje, é tudo o que tenho para te dizer.</span></p><span style="font-family: "Calibri",sans-serif; font-size: 11.0pt; line-height: 107%; mso-ansi-language: PT; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin; mso-hansi-theme-font: minor-latin;">
<!--[if !supportLineBreakNewLine]--><br />
<!--[endif]--></span>Brainhttp://www.blogger.com/profile/18128746396850214506noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-24608905.post-75474577033396804082023-09-30T21:00:00.002+01:002023-10-03T20:52:05.040+01:00CASAMENTO<p><span face="Calibri, sans-serif" style="background-color: black; color: white; font-size: 14.6667px;">Trouxe-te pela mão até aqui, ao lugar de todos os sim.</span></p><span style="background-color: black;"><span style="color: white;"><span face="Calibri, sans-serif" style="font-size: 14.6667px;">E como quem olha a vida através dos teus olhos, digo-te todos os prometo.</span><br class="ContentPasted0" style="font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 14.6667px;" /><span face="Calibri, sans-serif" style="font-size: 14.6667px;">Porque felicidade só se escreve com as letras do teu nome.</span><br class="ContentPasted0" style="font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 14.6667px;" /><span face="Calibri, sans-serif" style="font-size: 14.6667px;">Porque tu estás na origem de todas as minhas palavras.</span><br class="ContentPasted0" style="font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 14.6667px;" /><span face="Calibri, sans-serif" style="font-size: 14.6667px;">Porque és tu. Em tudo. Como coisa única. Sem partes.</span><br class="ContentPasted0" style="font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 14.6667px;" /><br class="ContentPasted0" style="font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 14.6667px;" /><span face="Calibri, sans-serif" style="font-size: 14.6667px;">Por isso agora diz-me.</span><br class="ContentPasted0" style="font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 14.6667px;" /><span face="Calibri, sans-serif" style="font-size: 14.6667px;">Diz-me que o verão nunca é eterno. Diz-me que dias de inverno também virão. E que todas as estações passarão por nós mas tu, tu sempre estarás aqui comigo. Porto para a minha frágil embarcação emocional. Em querer. Em seguro. Em ficar.</span><br class="ContentPasted0" style="font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 14.6667px;" /><span face="Calibri, sans-serif" style="font-size: 14.6667px;">Tu Sabes dos meus braços cansados. Sabes das minhas sombras. Sabes que por vezes preciso tanto delas como do sol. Sabes que elas são tanto eu como a luz.</span><br class="ContentPasted0" style="font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 14.6667px;" /><br class="ContentPasted0" style="font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 14.6667px;" /><span face="Calibri, sans-serif" style="font-size: 14.6667px;">Por isso Meu Amor, diz-me.</span><br class="ContentPasted0" style="font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 14.6667px;" /><span face="Calibri, sans-serif" style="font-size: 14.6667px;">Diz-me não que ficarás, mas que te irás esforçar.</span><br class="ContentPasted0" style="font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 14.6667px;" /><span face="Calibri, sans-serif" style="font-size: 14.6667px;">Diz-me não que seremos sempre nós, mas que irás lutar.</span><br class="ContentPasted0" style="font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 14.6667px;" /><span face="Calibri, sans-serif" style="font-size: 14.6667px;">Diz-me não que a vida será sempre bela a teu lado, mas que no fim de todos os túneis tu estarás lá.</span><br class="ContentPasted0" style="font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 14.6667px;" /><span face="Calibri, sans-serif" style="font-size: 14.6667px;">Diz-me.</span><br class="ContentPasted0" style="font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 14.6667px;" /><span face="Calibri, sans-serif" style="font-size: 14.6667px;">Diz-me porque eu, eu já não me sei sem ti.</span><br class="ContentPasted0" style="font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 14.6667px;" /><br class="ContentPasted0" style="font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 14.6667px;" /><span face="Calibri, sans-serif" style="font-size: 14.6667px;">E o Amor,</span><br class="ContentPasted0" style="font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 14.6667px;" /><span face="Calibri, sans-serif" style="font-size: 14.6667px;">esse,</span><br class="ContentPasted0" style="font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 14.6667px;" /><span face="Calibri, sans-serif" style="font-size: 14.6667px;">já só se diz pela tua voz.</span><o:p class="ContentPasted0" style="font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 14.6667px;"> </o:p></span></span>Brainhttp://www.blogger.com/profile/18128746396850214506noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-24608905.post-39113816384673844302023-09-23T21:00:00.001+01:002023-09-23T21:00:00.141+01:00NÃO PARTAS AINDA<p><span style="font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 11pt;">Onde vais?
Deixando-me aqui sozinho a soletrar carinhos com a ponta dos dedos. É cedo
ainda. E as palavras que semeei na tua pele ainda não ganharam raízes. Não têm
força de subsistência. Por isso não partas. Ainda. Não me deixes sozinho. Sob todo
o silêncio. Espera que a luz das letras forme o dia. Deixa que as frases nasçam.
Espera uns minutos mais só para que se desenvolvam. E quem sabe, formem um
texto. Que te seja ternura. Ou quase ternura. E que te leve a ficar. Umas
letras mais. Um verso. Uma estrofe. Ou na loucura até todo um poema.<br /></span><span style="font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 11pt;"><br />Não partas ainda. Há todo um tempo vida que parou quando chegaste. E eu não
mais envelheci pelo lado de dentro. Onde não sou a minha idade pele. Sou a
idade completa dos teus sonhos. E se te vais, todos eles esmurecem. Dissipam. E
a minha idade torna-se matéria obsoleta. E eu não quero ser só passado. Sem
linha de horizonte de futuro. Sem o atrevimento de querer seguir. E apenas ficar.
E fazer de toda a luz cantos escuros. E deixar que as palavras apodreçam
desarticuladas na minha boca. Indizíveis. Por falta de destinatário.<br /></span><span style="font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 11pt;"><br />Tu sabes que é o teu respirar sobre as letras que as alimentam.<br /></span><span style="font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 11pt;">Tu sabes que são as correntes quentes da tua voz que as aquecem.<br /></span><span style="font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 11pt;">Tu sabes que é a claridade dos teus olhos que as revelam.<br /></span><span style="font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 11pt;"><br />Por isso não partas. Ainda.<br /></span><span style="font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 11pt;">Deixa-me tentar uma vez mais, escrever o meu nome no avesso da tua pele.<br /></span><span style="font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 11pt;"><br />Onde estás agora?</span></p><span style="font-family: "Calibri",sans-serif; font-size: 11.0pt; line-height: 107%; mso-ansi-language: PT; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin; mso-hansi-theme-font: minor-latin;">
<!--[if !supportLineBreakNewLine]--><br />
<!--[endif]--></span>Brainhttp://www.blogger.com/profile/18128746396850214506noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-24608905.post-39271236219951156802023-09-16T21:00:00.003+01:002023-09-16T21:00:00.143+01:00DOEM OS DIAS<p><span style="font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 11pt;">Sabes
Pai, por vezes doem-me os dias.<br /></span><span style="font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 11pt;"><br />É tremendo o peso que carrego sobre os ossos dos pés. E os dias doem. São pálpebras
de pedra que batem contra todos os espelhos. Racham. Esmagam. Pela dor, chego a
desejar o esquecimento. Deixar de ser eu frente a este mar imenso de nomes a que
outros chamam vida. Não ser nem </span><span style="font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 11pt;">memória.
Ser apenas silêncio. Ou olhar. Por cima do ardor.<br /></span><span style="font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 11pt;"><br />Doem-me tanto os dias às vezes Pai.<br /></span><span style="font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 11pt;">São toda uma devastação. São as feridas de todos que me rasgam a pele. Tudo
sangra. Como espinhos numa garganta que canta. Canta a sua dor numa tentativa
parva de purga. Porque a dor não se purga. A dor não se expele ou sequer se
aniquila. A dor vive em nós. Em pequenas trevas. A dor somos nós. Em pequenas lâminas.<br /></span><span style="font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 11pt;"><br />Doem-me tanto os dias Pai.<br /></span><span style="font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 11pt;">Na lembrança das coisas, vejo todas as despedidas. Todas as casas agora
sombriamente vazias. Todos os abraços dissolvidos. Leitos desfeitos. Palavras
caladas. Há frases inteiras para sempre gravadas no vento. E sinto. Tudo acaba.
Tudo morre com o seu nome. Como flores que bebem as jarras. Como raízes que
apodrecem a terra. Em silêncio.<br /></span><span style="font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 11pt;"><br /><br />Doem-me os dias Pai.<br /></span><span style="font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 11pt;">Numa dor que sou todo eu, ouço, vezes sem conta, o mesmo eco:<br /></span><span style="font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 11pt;">Porque continuo aqui? <br /><br /></span></p>Brainhttp://www.blogger.com/profile/18128746396850214506noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-24608905.post-10659753030152764422023-09-09T21:00:00.001+01:002023-09-09T21:00:00.148+01:00DUETO A SOLO<p><span style="font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 11pt;">Caminho
descalço sobre as palavras para não as ferir. Por entre o tempo que se derrama
sobre as suas letras, por vezes, mora o medo. E como não sei onde fica o seu
epicentro (fraturas expostas), de algumas guardo distância. Desconfortos de
existência. Como se num carrossel as suas letras formem uma magnetização
própria. Que me atrai em contínuo. Delas fujo. Não as uso. Em cobardia. Por não
saber o que depois delas fica. Por não saber como ficas.<br /></span><span style="font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 11pt;"><br />Há quem seja comum. Pouco acrescento. Mas não tu. Gosto de te ver chegar ao
texto. Demorares-te nele. Ver os teus olhos navegarem pelas suas ondas. Os
arqueios dos teus lábios a acompanhar a sua navegação. Os brilhos surgirem nos salpicos
deixados pelos ventos amenos que te vão trespassando o peito. E depois da
leitura, como quem beija na boca, olhares-me nos olhos. E com o seu silêncio dizeres-me
que sou teu. Como quem fala Amor. E o diz numa canção.<br /></span><span style="font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 11pt;"><br />Seremos sempre nós por entre as sílabas. Serás sempre embalo.<br /></span><span style="font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 11pt;">Condimento das frases. Música. Calor e lágrima. Corpo de texto.<br /></span><span style="font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 11pt;"><br />Vagas de sentires.<br /></span><span style="font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 11pt;">Dueto a solo.</span></p>Brainhttp://www.blogger.com/profile/18128746396850214506noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-24608905.post-64216079666460361832023-09-02T21:00:00.003+01:002023-09-02T21:00:00.139+01:00IMENSIDÕES<p><span style="font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 11pt;">Nunca
quis a profundidade do espaço. Nem toda a imensidão de desconhecido que ele
encerra. Com toda a sua beleza e possibilidades, ele é-me apenas excesso. E eu
quero-o em mínimo. Em nada. Se ele representa a distância de ti, quero-o ínfimo.
Inexistente. Porque todo o espaço é silêncio. E eu transbordo todos os teus.
Quero as tuas palavras a serem casa para os meus olhos. O teu olhar as minhas estrelas.
E que sejam as tuas curvas a definirem as minhas fronteiras.<br /></span><span style="font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 11pt;"><br />Dir-te-ia que te amava ainda antes de te conhecer. Amava a ideia de ti. Aquela
a que vieste dar corpo. Mostrando-me o quanto te pensava em pouco. Aterradoramente
incompleto. Por não te conhecer. Por te pensar para além de mim. Quando a tua
existência é tão profundamente a minha. E sem a tua, ela é tão escassa. É
possível eu existir sem ti? Os nossos caminhos nem sempre foram comuns. E ainda
assim, os nossos passos foram-se sincronizando para chegarem a hoje.<br /></span><span style="font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 11pt;"><br />Esquece o céu. A Lua. As estrelas.<br /></span><span style="font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 11pt;">Vamos ver o mar.<br /></span><span style="font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 11pt;"><br />No mar tudo se une. Todas as existências se partilham. E nas ondas temo-nos. Em
marés. Como vagas em movimento. Ora suaves. Ora em força. Mas sempre em movimento.
Como que levando-nos. Como que sendo-nos. Deixa-te elevar pelas ondas. Deixa
que o teu corpo flutue. Que seja maré. E que os meus braços te sejam rocha. Te firmem.
Como fio vermelho que liga o fim a todos os inícios. Como ponte que une margem
nenhuma. Como desculpa para a vida.<br /></span><span style="font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 11pt;"><br />Acordamos juntos?</span></p>Brainhttp://www.blogger.com/profile/18128746396850214506noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-24608905.post-18157157699066346122023-08-26T21:00:00.002+01:002023-08-26T21:00:00.138+01:00O MESMO AR<p><span style="font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 11pt;">Com os
dedos tocando-se sobre a mesa, olho-te nos olhos e é-me impossível não sorrir naquele
instante que é todo o meu mundo. Olhar-te é um diálogo intenso. Absorvente. Onde
qualquer palavra é excesso. São ainda tantos os nadas que nunca te disse. Digo-os
direto para os teus lábios que articulam também nenhuma palavra. Como em eco. Como
quem leva no bolso as chaves da mesma porta. Para as usar no final de todos os
dias. Para o repouso dos corpos sob o mesmo lençol. Respirando o mesmo ar.<br /></span><span style="font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 11pt;"><br />Sobre a mesa trocamos dedos. Pelas suas pontas tocamo-nos por inteiro. Em
harmonias de silêncio. Plenas. Formas incompreensíveis de Amor para os demais. Quem
nos olhasse não veria mais que dois silêncios. E no entanto, os toques em toda
a sua suavidade, não são menos que desejos intensos. Violentos até, na sua tão
grande força de amar. No desvario de todos os sentidos ouço os teus lábios
mudos chamar por mim. O teu cabelo ondular brisas de corpos. A tua pele fulminar
loucuras nossas. Orquestra de sentidos. Em apogeu. Como se não ali. Como se não
mais nada.<br /></span><span style="font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 11pt;"><br />As mesas contigo são mundos. Quero as mesas todas.<br /></span><span style="font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 11pt;">Quero as tuas mãos sobre elas todas.<br /></span><span style="font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 11pt;">E os teus dedos. E os teus olhos.<br /></span><span style="font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 11pt;"><br />Respirando o mesmo ar.<br /></span><span style="font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 11pt;">Sempre.</span></p>Brainhttp://www.blogger.com/profile/18128746396850214506noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-24608905.post-20384026923627239302023-08-19T21:00:00.002+01:002023-08-26T12:36:40.567+01:00EM PERTO<p><span style="background-color: black;"><span style="color: white;"><span face="Calibri, sans-serif" style="font-size: 14.6667px;">Parar. Recompor os caminhos. Evidenciar importâncias e descartar pormenores. Daqueles. Que não nos fazem. Que não são os que nos definem. Mas que tantas vezes assumem a primazia sobre nós. E passamos mais nós a ser eles do que eles a não sermos nós. Respirar. Relembrar propósitos. Reordenar vivências. Música em fundo. E tu em perto. Tu sempre em perto.<br /></span><span face="Calibri, sans-serif" style="font-size: 14.6667px;"><br />Um pássaro pousa na varanda. Olha-me fixo. Diria que calmo. Agitando todos os outros que vivem em mim. Retirando-te detrás da cena (de onde nunca sais). Trazendo-te às palavras. Nesta distância próxima em que estamos, fazemo-nos dois. Mas no entanto, ainda assim, como se todos os pássaros se unissem, os nossos corpos crescem. Fazem-se caminho. Unificação. E são propósito. E são vivência. E tu em perto. Tu sempre em perto.<br /></span><span face="Calibri, sans-serif" style="font-size: 14.6667px;"><br />Olho o horizonte e tento perceber o que os teus olhos vêem neste momento. Fecho os meus para voar o futuro. Com o pássaro vou onde ainda não estamos. Onde tudo é (também) sobre ti. Uma brisa eleva-te. Segue-te até esse lugar onde sempre acontecemos. Onde a música nos diz segredo e onde nos sabemos. Atravessamos impulsos. Bebemos olhares. E somos respiração. E canto. E sangue. Masculinidade de pensamento. Em estremecimento.<br /></span><span face="Calibri, sans-serif" style="font-size: 14.6667px;"><br />Agarra-me agora as mãos e diz-te outra vez minha.<br /></span><span face="Calibri, sans-serif" style="font-size: 14.6667px;">Leva-me onde quiseres. A todos os lados ou a lugar nenhum.<br /></span><span face="Calibri, sans-serif" style="font-size: 14.6667px;">Mas faz (uma vez mais) tudo recomeçar.<br /></span><span face="Calibri, sans-serif" style="font-size: 14.6667px;"><br />Contigo em perto.<br /></span><span face="Calibri, sans-serif" style="font-size: 14.6667px;">Dentro de mim.</span></span></span></p>Brainhttp://www.blogger.com/profile/18128746396850214506noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-24608905.post-24487875584621741332023-08-12T21:00:00.002+01:002023-08-12T21:00:00.138+01:00EM VOZ BAIXA<p><span style="font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 11pt;">Nestes
tempos de ausência, aprendi a partilhar com a minha sombra o vazio que deixa o
toque inexistente da tua mão na minha. O silêncio da tua voz do outro lado de
nenhum telefone. O nascer de nenhuma lua que te consiga trazer, sobre o meu
nome. E confesso. Confesso que sentir-me rodeado do teu nada, me assusta. Assusta-me
não te saber. Assusta-me sentir-me permanentemente deste lado aberto de uma
porta fechada. Em incógnita. Em tentativas vãs de adivinhação.<br /></span><span style="font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 11pt;"><br />Olho os restos das tuas mãos que repousam sobre as minhas e pergunto-me que cor
pode ter hoje o teu nome. Esse. Que repito a cada dia. Em voz baixa. Como uma
prece. Para que não morra em mim nenhuma das palavras que te nomeiam. Porque há
palavras que por não as articular morrem na minha boca. Amo-te. Quero-te. São nestes
dias verbos incomuns. Sem qualquer cor. E eu não consigo fingir que esta permanente
espera por ti, me suspende. Deixa como que esquecido numa qualquer dobra de
tempo por desfazer.<br /></span><br /><span style="font-family: Calibri, sans-serif;"><span style="font-size: 11pt;">Porque tu sabes. Tu sabes que há tempos que não passam. Que ficam sempre. Mesmo
que não os </span><span style="font-size: 14.6667px;">queiramos</span><span style="font-size: 11pt;"> contar. Por isso nestes dias conto pedras. Conto mares.
Nuvens. Porque esses não são tempo. Nem acumulam. Apenas têm a existência do
segundo em que o faço. Enquanto o reflexo da minha imagem numa qualquer água não
vem acompanhado da tua. E nele consigo ver. Ver que tu és mais eu do que eu alguma
vez fui.</span></span><br /><span style="font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 11pt;"><br />Então corro.<br /></span><span style="font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 11pt;">Corro a fechar este meu lado aberto da tua porta fechada.<br /></span><span style="font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 11pt;">Não vás tu nela, encontrar o caminho de saída.</span></p>Brainhttp://www.blogger.com/profile/18128746396850214506noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-24608905.post-63868509227108140352023-08-05T21:00:00.001+01:002023-08-05T21:00:00.144+01:00LINGUAGEM PARA AMAR<p><span style="font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 11pt;">Parecem-te
fortes estes braços que te sustêm. Que num abraço são capazes de te erguer.
Elevar-te acima de ti. Ser-te proteção. Segurança. Mas é porque não sabes. Não
sabes quando a palavra Amor. Ou a palavra Beijo. São meras fibras de sementes.
Apenas com a força de promessas do porvir. Que se questionam com a expectativa
do futuro. Em incógnita. Dúvida.<br /></span><span style="font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 11pt;"><br />Parecem-te firmes estas mãos que te agarram. Que seguram as tuas com a firmeza
de porto. Te são garantia. Certeza. Eternidade. Mas é porque não sabes. Não
sabes quando a palavra Pele. Ou a palavra Boca. São apenas fragilidade de dedos.
Incerteza de palmas. Na constante dúvida do saber. Do ir acontecer.<br /></span><span style="font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 11pt;"><br />Parece-te firme este tronco que te envolve. Te transmite calor. Aconchego.
Batidas. Mas é porque não sabes. Não sabes quando a palavra Amo-te. Ou a
palavra Quero-te. É apenas tremor. Inconstância. Debilidade. Doce devastação
interior.<br /></span><span style="font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 11pt;"><br />O amor no seu tempo futuro, é terrivelmente profundo. Desconstrução. Linguagem
para amar. Sem base de saber. Sem perdão na roda da vida. Porque apenas
expectativa. Porque apenas quereres. Que não seguem outra lógica que não a dos
desejos. Pensar com delicadeza. Agir com ferocidade. Em nome de todas as
loucuras contidas. Por sem ti. Aqui. Agora.<br /></span><span style="font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 11pt;"><br />O meu corpo é construído pelas palavras. São elas que o fazem. Construído com
base em sílabas únicas. Ainda que comuns. Todas elas te dizem. Todas elas te chamam.
Sem tempo. Sem lugares. Porque em mim tu existes. Em frases (in)completas. Em palavras.
Sílabas. Até à mais ínfima letra.<br /></span><span style="font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 11pt;"><br />Em contínua espera.<br /></span><span style="font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 11pt;">Pelas tuas.</span></p>Brainhttp://www.blogger.com/profile/18128746396850214506noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-24608905.post-86435545090557256272023-07-22T21:00:00.003+01:002023-07-22T21:00:00.161+01:00UMA VIDA MAIS<p><span style="font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 11pt;">Sonho
que voo. Sobre a vida abro asas e voando alto encontro um Deus no qual não
acredito. Mas ao qual peço: Preciso de uma vida mais. De todas as viagens
voltamos sempre mais velhos do que quando partimos. E eu já tenho muitas. Acumuladas.
Por entre a chuva, trago a lua que te entrego em mãos, sob o olhar atento do
urso que carregas ao peito. Com o seu lado B percorro a casa. Embrenho nos
corredores e atrás de cada porta encontro pedaços que escondes. Que não são
meus. Que não sei se são (ainda) teus. Ou sequer se são mais que fiapos de
bandeira. De um campo de rosas longe no tempo. Perdido. Em lugar incerto.<br /></span><span style="font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 11pt;"><br />Preciso de uma vida mais. Mais um ano, um dia, um segundo. Viver-te é tão intenso.
E eu preciso de tudo. Uma hora do teu olhar. Um minuto das tuas mãos. Um
segundo da tua pele. Onde as viagens sempre recomeçam. Onde com ferocidade sempre
me (re)encontro. Consecutivamente. Infinitamente. E onde te peço que venhas
comigo. Porque tenho medo que um dia não. E eu fique para sempre na noite
escura. Numa viagem sem destino. Num quarto com ecos de passos alheios a ti. Num
perfume comum. Que não o teu.<br /></span><span style="font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 11pt;"><br />Não me olhes assim. Tu sabes-me. Sou o mesmo de sempre. Cada vez mais assim.
Cada vez mais aqui. Sei que decresço. Que todos somos tempo em falta. E que por
vezes nada mais carrego senão loucuras devastadoras acumuladas em lágrimas
suspensas. Em choros que faço pequenos. Em segredo. Mas tudo o que sou e trago
cabe nas tuas mãos. Quando (em carinho) seguram as minhas. E me engolem as montanhas.
E me fazem ar. E transformam as lágrimas em gotículas de orvalho. Que deposito com
um beijo, nos lábios do teu sorriso. Levantando novo voo.<br /></span><span style="font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 11pt;"><br />Uma vida mais. Preciso de uma vida mais. Apenas uma é demasiado pouco.<br /></span><span style="font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 11pt;">Para todo este sentimento. Para todos os regressos.<br /></span><span style="font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 11pt;"><br />Para nos viver.</span></p>Brainhttp://www.blogger.com/profile/18128746396850214506noreply@blogger.com0