quarta-feira, dezembro 19, 2007

Curtas (12) – A Mensagem

E numa fracção de segundo, um arrepio quente, inebriando nos sentidos um odor de ti.
E logo a seguir, aquela sensação de um crescer por dentro, de um quase não caber no peito, com um bater ritmado forte, montado pela ânsia que assim nele galopava.
Tu… estavas por ali!

E nas mãos, o formigueiro que bamboleava os meus dedos, numa pressa espelhada nos olhos, que freneticamente rebuscavam todos os recantos à tua procura.
Tu estavas na sala, eu sabia-o, não te encontrava, mas sabia-o.

Eu não te via, mas o meu corpo dizia-me que estavas presente.

A multidão que enchia aquela pequena sala, era um excessivo excesso num pequeno tanto.

Foi então que as minhas pernas, decidiram calcorrear todos os possíveis metros daquele espaço, em busca de ti. Procurava-te em todos os espaços, cantos e recantos, portas e bares. Mas não te encontrava.

Eu não te via, mas o meu corpo dizia-me que estavas presente.

Subi até um ponto alto, e com o olhar perscrutei a sala em busca da imagem de ti. Mas os jogos de luzes, a escuridão e até a própria batida da música, não me deixavam concentrar e não te consegui encontrar.

Mas tu estavas ali, eu não te via, mas o meu corpo dizia-me que estavas presente.

O passar do tempo provocava em mim um calor, um sobreaquecimento que não conseguia controlar.
E era o desejo por ti a dominar-me, a tomar conta de mim, quase até à irracionalidade.

O tempo passou…
E eu não te encontrava.

Comecei a arrefecer,
O bater acalmou,
O teu odor perdeu-se.

Talvez não tenha passado de um querer de ti feito.
Talvez estivesse enganado e o odor, fora o que eu teria querido sentir, ou de outro alguém que não tu.
Talvez…
Talvez não fosses tu.

As horas avançaram noite dentro, com o mesmo ritmo de sempre, segundo após segundo, minuto após minuto, hora após hora.

Fui-me embora sem te ver.
Fui-me embora sem ter estado contigo.
Fui-me embora, mas “estranhamente” sentindo-te em mim.

Ontem foi assim.

Hoje quando acordei, tinha uma mensagem tua no telemóvel, esquecido no móvel da entrada:
“Olá, vou estar logo no bar. Se puderes aparece!”

A mensagem, via-a hoje.
A mensagem, era de ontem à tarde.

sexta-feira, dezembro 07, 2007

Como?


Como dizer-te,
Deste sentimento que me inundou,
Desta sombra permanente em mim,
Deste escuro em que permaneço,
Que me toma os pensamentos,
Os sentimentos e as noites.

Como dizer-te,
Fazer-te compreender o tanto que de mim levas,
Fazer-te compreender o tanto que para mim és,
E que a tua indiferença,
Fere mais que as agressões de outros.

Como dizer-te,
Mostrar-te que o mundo era outro antes de ti,
Mostrar-te que a razão ganhou outros argumentos,
E que o sentido das coisas,
É agora outro, e fica perdido sem ti.

Como dizer-te,
Fazer-te sentir que eu,
Eu não quero saber de porquês ou explicações,
Quero é saber-te aí para mim,
Quero é saber-te aí por mim,
Quero é saber que também tu,
Me queres a mim,
Desta mesma forma, assim.

Como dizer-te,
Que por vezes o silêncio magoa mais que as palavras,
Que por vezes as palavras se tornam banais,
Que tudo faz sentido até ao limite de nós,
E que a partir daí,
Já nada importa.

Como dizer-te,
Que os jogos me cansam e me desgastam,
Que a incerteza de cada dia me rasga,
Que o que eu quero é simplesmente,
Poder ser eu para ti, e tu para mim,
De forma simples, clara e límpida,
Sem deveres nem obrigações,
Sem culpas nem desculpas,
Apenas pelo Real prazer de o sermos.

Como dizer-te,
Que saber-te bem é tudo,
Que saber-te por mim é tanto,
Que não saber-te...
É vazio.

Como dizer-te?
Como mostrar-te?

Como fazer-te...
... S e n t i r ?

domingo, dezembro 02, 2007

Livro - Datas Lançamento


É com enorme satisfação que informo que ambas as datas para o lançamento do meu livro, quer no Porto, quer em Lisboa, estão já devidamente marcadas e confirmadas.

Lisboa:
Dia 15 de Dezembro de 2007 (Sábado) no "Santiago Alquimista" (situado na Rua de Santiago nº19 1100-493 Lisboa), pelas 22h30m.

Porto:
Dia 21 de Dezembro de 2007 (Sexta Feira) no bar Real Feytoria (situado na Rua Infante D. Henrique 20) na Ribeira do Porto, pelas 22h30m.

A todos quantos puderem estar presentes, será com todo o prazer que lá estarei para os receber.

A todos quantos gostariam de estar presentes mas que não têm possibilidade de o fazer, a minha sincera compreensão.

A todos ainda, o meu beijo e/ou abraço, conforme o caso.