Num "mundo de loucos", em que as relações interpessoais muitas vezes nos "passam ao lado", vamos, com base nas nossas vivências e alguma imaginação à mistura, fazer deste cantinho um centro de reflexão e de diversão.
terça-feira, março 31, 2009
Tu!
Não são apenas os teus olhos,
Esses que quando me olhas,
Fazem prisioneiros os meus,
E passeando-se pelo interior de mim,
Tecem a teia em volta dos meus sentires,
E regeneram sempre a minha vontade,
De que me faças prisioneiro de Ti.
Não é apenas a tua boca,
Essa de lábios finos,
Que quando sorri,
Concentra nela o meu mundo,
E despoleta em mim,
A vontade quase louca de os beijar,
Beijar esse sorriso de menina,
Que esconde esse estar de Mulher!
Não são apenas os teus cabelos,
Longos fios de memórias a dois,
Que ocultam os lóbulos,
Que ocultam o pescoço,
Que me invocam memórias de pele,
Memórias de arrepios de ser,
Memórias que são maiores que tu,
Maiores que eu,
Maiores que o mundo,
Do tamanho de Nós!
Não é apenas esse pescoço,
Onde me perco na suavidade,
Onde me perco no odor,
Onde gosto de me encontrar contigo,
A sós,
Numa dança de lábios,
Tão minha,
Tão nossa.
Não,
Não é apenas um qualquer destes elementos,
Não é apenas o conjunto,
Não é sequer o todo.
ÉS TU!
Tu que me dominas o pensamento,
Me espicaças os sentidos,
Me despertas o desejo,
Me levas ao rubro,
Me tens a mim,
Assim,
Neste pequeno e perfeito estar,
Que é,
O Tanto do Quanto te Amar!
(beijo)
quarta-feira, março 18, 2009
Dia de Nada
Aquele era um dia de nada.
Um tão completo, perfeito e absoluto nada que acontecia em mim, com a mestria que só o tempo sabe empenhar na força dos sentidos perdidos.
Aquele era um dia de nada.
Um dia em que a nulidade das referências era tão útil quanto a valia das vontades. E eu (hoje sei-o) passeava-me apenas. Passeava-me pela via sacra da nulidade da vida, quando tu.
Aquele era um dia de nada. Em que tu aconteceste.
Aconteceste apenas no sorriso de um olhar, que involuntariamente (hoje sei-o) deixaste cair na direcção de mim. E eu, que (hoje sei-o) andava sôfrego por um sorriso olhado, agarrei-o com as duas mãos e escrevi-o no fundo da parede das palavras, para que (hoje sei-o) ficasses para sempre lá. Para que sempre aparecesses por trás das palavras, mesmo quando as palavras não falavam de ti. Para sempre eu te sentisse como uma presença efectiva, mesmo quando era a tua ausência que ecoava nos sentires da leitura das palavras do escrito.
Aquele era um dia de nada. Em que tu me inundaste.
Inundaste-me e fizeste-me líquido em mim, sem terra onde me agarrar, sem um porto de ancoragem, sem um vínculo ao ser que incessantemente me escorre por entre os dedos, por tão vazios de ti. Mas as palavras não! As palavras carregam-te com elas, nos espaços em branco que o desenho das letras deixa em vazio nas folhas. Fazendo-te maior nas maiúsculas - não pela área da maior dimensão dos espaços - pela força do grito que cada uma delas encerra.
Aquele era um dia de nada. Em que tu te instalaste por completo em mim.
E tu não sabes, porque eu nunca te expliquei, mas a tua presença é algo de mim para além de mim. Não está implícita sequer na minha vontade. É uma omnipresença única, que me espreita a cada passo, apenas para me lembrar da tua existência no meu sorrir. E mesmo quando até de mim duvido e me confronto com os meus valores, há sempre uma réstia de mim que diz que vale a pena. Ainda vale a pena. Mesmo que por vezes não te sinta, mesmo que o que saiba de ti, seja o que sei de cor, tu vives em mim. Nem sempre o que temos é apenas aquilo que vemos. E tu… tu és a demonstração disso.
Aquele era um dia de nada. Em que tudo se transformou.
Era um dia de nada que transformou: um nada de mim, num tudo de ti.
Um tão completo, perfeito e absoluto nada que acontecia em mim, com a mestria que só o tempo sabe empenhar na força dos sentidos perdidos.
Aquele era um dia de nada.
Um dia em que a nulidade das referências era tão útil quanto a valia das vontades. E eu (hoje sei-o) passeava-me apenas. Passeava-me pela via sacra da nulidade da vida, quando tu.
Aquele era um dia de nada. Em que tu aconteceste.
Aconteceste apenas no sorriso de um olhar, que involuntariamente (hoje sei-o) deixaste cair na direcção de mim. E eu, que (hoje sei-o) andava sôfrego por um sorriso olhado, agarrei-o com as duas mãos e escrevi-o no fundo da parede das palavras, para que (hoje sei-o) ficasses para sempre lá. Para que sempre aparecesses por trás das palavras, mesmo quando as palavras não falavam de ti. Para sempre eu te sentisse como uma presença efectiva, mesmo quando era a tua ausência que ecoava nos sentires da leitura das palavras do escrito.
Aquele era um dia de nada. Em que tu me inundaste.
Inundaste-me e fizeste-me líquido em mim, sem terra onde me agarrar, sem um porto de ancoragem, sem um vínculo ao ser que incessantemente me escorre por entre os dedos, por tão vazios de ti. Mas as palavras não! As palavras carregam-te com elas, nos espaços em branco que o desenho das letras deixa em vazio nas folhas. Fazendo-te maior nas maiúsculas - não pela área da maior dimensão dos espaços - pela força do grito que cada uma delas encerra.
Aquele era um dia de nada. Em que tu te instalaste por completo em mim.
E tu não sabes, porque eu nunca te expliquei, mas a tua presença é algo de mim para além de mim. Não está implícita sequer na minha vontade. É uma omnipresença única, que me espreita a cada passo, apenas para me lembrar da tua existência no meu sorrir. E mesmo quando até de mim duvido e me confronto com os meus valores, há sempre uma réstia de mim que diz que vale a pena. Ainda vale a pena. Mesmo que por vezes não te sinta, mesmo que o que saiba de ti, seja o que sei de cor, tu vives em mim. Nem sempre o que temos é apenas aquilo que vemos. E tu… tu és a demonstração disso.
Aquele era um dia de nada. Em que tudo se transformou.
Era um dia de nada que transformou: um nada de mim, num tudo de ti.
segunda-feira, março 02, 2009
Quando já nada mais te resta...
Quando os dias se sucedem uns após os outros e a vontade pelas manhãs é a mesma que pelos dias e pelas noites…
Quando as horas são meras sucessões de minutos, que apenas marcam o completar do número certo de segundos e a tua vontade é a mesma, a mesma tanto para que o tempo passe como pelo seu parar…
Quando a noite chega e te é indiferente, não te interessa se ficas ou se sais…
Quando amanheces embrenhada nos braços dos lençóis, amarrotados pelas tuas vontades e olhas… olhas as tuas mãos que encobrem o teu rosto, para o espelho não mostrar o amarrotado da tua pele… que contorna o esgar do teu olhar fundo… vazio…
Quando os teus pensamentos não se transformam em voz,
Quando tudo está sempre bem, num lado de ti,
Enquanto o outro, o das vontades,
Permanece sempre adormecido,
E raramente está,
Raramente se faz sentir,
E tu já não tens certezas,
Já nem em ti acreditas.
Quando o pior é sempre o que esperas,
E nos entretantos em que te desesperas,
Abres os braços e as mãos,
Ergues a cabeça e negas todos os teus nãos,
E deixas cair o nada que há em ti,
Enquanto repetes numa voz que fala para dentro de si,
Que vai ficar tudo bem,
Vai ficar tudo bem…
Quando tudo te sugere que partas, tanto quanto fiques…
Que faças tanto como que pares,
Que olhes tanto como que ignores,
Que grites tanto como que cales…
Já nada mais te resta…
Mas tu sabes,
Apesar de tudo tu sabes…
Sabes que a tua hora não chegou,
Sabes que o teu tempo não acabou,
Mas também nada mais tens a esperar,
Nada mais tens a tentar,
Nada mais,
Tens…
Já nada mais te resta,
Nenhuma alternativa mais,
Senão,
Continuares a viver.
Até ao teu final.
Quando já nada mais te resta…
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