sexta-feira, março 30, 2007

Tu Aprendes...

Depois de algum tempo,
Aprendes a diferença.

A subtil diferença entre dar a mão
E acorrentar uma alma.

E aprendes que amar,
Não significa apoiares-te.

E que companhia,
Nem sempre significa segurança.

E começas a aprender que beijos,
Não são contratos,
E presentes não são promessas.

E começas a aceitar as tuas derrotas,
Com a cabeça erguida
E olhas em frente,
Com a graça de um adulto
E não a tristeza de uma criança.

E aprendes a construir
Todas as tuas estradas no hoje,
Porque o terreno do amanhã,
É incerto de mais para os planos.
E o futuro tem o costume de cair
Ao meio em vão.

Depois de um tempo aprendes
Que o sol queima,
Se ficares exposto por muito tempo.

E aprendes que não importa
O quanto te importes,
Algumas pessoas,
Simplesmente não se importam.

E aceitas que não importa
Quão boa seja uma pessoa,
Ela vai-te ferir de vez em quando,
E precisas perdoá-la por isso.

Aprendes que falar,
Pode aliviar dores emocionais.

Descobres que se leva anos,
Para construir confiança,
E apenas segundos para destruí-la.

E que podes fazer coisas num instante,
Das quais te arrependerás pelo resto da vida.

Aprendes que verdadeiras amizades,
Continuam a crescer,
Mesmo a longas distâncias.

E o que importa,
Não é o que tens na vida,
Mas quem tens na vida.

E que bons amigos,
São a família que nos permitiram escolher.

Aprendes que não temos que mudar de amigos,
Se compreendermos que os amigos mudam.

Percebes que o teu melhor amigo e tu,
Podem fazer qualquer coisa,
Ou nada,
E terem bons momentos juntos.

Descobres que as pessoas
Com quem mais te importa na vida,
São levadas de ti muito depressa,
Por isso deves sempre
Deixar as pessoas que amas,
Com palavras amorosas,
Pode ser a última vez que as vês.

Aprendes que as circunstâncias e os ambientes,
Têm influência sobre nós,
Mas nós somos responsáveis por nós mesmos.

Começas a aprender
Que não te deves comparar com os outros,
Mas com o melhor que podes ser.

Descobres que se leva muito tempo,
Para nos tornarmos na pessoa
Que queremos ser,
E que o tempo é curto.

Aprendes que não importa onde já chegaste,
Mas para onde vais.
E se não sabes para onde vais,
Qualquer lugar serve.

Aprendes que,
Ou controlas os teus actos,
Ou eles te controlarão.

E que ser flexível,
Não significa ser fraco
Ou não ter personalidade,
Pois não importa o quão delicada e frágil,
Seja uma situação,
Sempre existem 2 lados.

Aprendes que heróis,
São pessoas que fizeram,
O que era necessário fazer,
Enfrentando as consequências.

Aprendes que paciência,
Requer muita prática.

Descobres que algumas vezes,
A pessoa que esperas,
Que te chute quando cais,
É uma das poucas que te ajudam
A levantares-te.

Aprendes que maturidade,
Tem mais a haver com ciclos de experiência que tiveste,
E o que aprendeste com elas,
Do que com quantos aniversários celebraste.

Aprendes que há mais dos teus pais em ti,
Do que supunhas.

Aprendes que nunca deves dizer a uma criança,
Que sonhos são palermices.
Poucas coisas são tão humilhantes.
E seria uma tragédia,
Se ela acreditasse nisso.

Aprendes que quando estás com raiva,
Tens o direito de estar com raiva,
Mas isso não te dá o direito de ser cruel.

Descobres que só porque alguém não te ama,
Da forma que queres que ame,
Não significa que esse alguém,
Não te ame com tudo o que pode,
Pois existem pessoas que nos amam,
Mas simplesmente não sabem como demonstrar,
Ou viver isso.

Aprendes que nem sempre é suficiente
Ser perdoado por alguém,
Algumas vezes tens de aprender
A perdoar-te a ti mesmo.

Aprendes que com a mesma severidade com que julgas,
Serás em algum momento condenado.

Aprendes que não importa
Em quantos pedaços
O teu coração foi partido,
O mundo não pára
Para que o consertes.

Aprendes que o tempo não é algo,
Que possa voltar para trás.

Portanto,
Planta o teu jardim
E decora a tua alma,
Em vez de esperares
Que alguém te traga flores.

E aprendes que realmente podes suportar,
Que realmente és forte,
E que podes ir muito mais longe,
Mesmo depois de pensares que atingiste o limite.

E que realmente a vida tem valor,
E que tu tens valor diante da vida.

Nossas dúvidas são traidoras,
E fazem-nos perder,
O bem que poderíamos conquistar
Se não fosse o medo de tentar!

(William Shakespeare)

quarta-feira, março 28, 2007

Receita de Jovialidade


Deita fora todos os números não essenciais à tua sobrevivência.
Isso inclui idade, peso e altura.
Deixa o médico preocupar-se com eles.
É para isso que ele é pago.

Frequenta, de preferência, amigos alegres.
Os de "baixo astral" põem-te em baixo.

Continua aprendendo...
Aprende mais sobre computador, artesanato, jardinagem, qualquer coisa.
Não deixes o teu cérebro desocupado.
Uma mente sem uso é a oficina do diabo.
E o nome do diabo é Alzheimer.

Curte coisas simples.
Ri sempre, muito e alto.
Ri até perder o fôlego.

Lágrimas acontecem.
Aguenta, sofre e segue em frente.
A única pessoa que te acompanha a vida toda és tu mesmo.

Mantém-te vivo, enquanto vives!
Rodeia-te daquilo de que gostas:
família, animais, lembranças, música, plantas, um hobby, o que for.

O teu lar é o teu refúgio.

Aproveita a tua saúde;
Se for boa, preserva-a.
Se está instável, melhora-a.
Se está abaixo desse nível, pede ajuda.

Não faças viagens de remorso.
Viaja para o Shopping,
para a cidade vizinha,
para um país estrangeiro,
mas não faças viagens ao passado.

Diz a quem amas,
que realmente os amas,
em todas as oportunidades.

E lembra-te sempre de que:

A vida não é medida
pelo número de vezes que respiraste,
mas pelos momentos em que perdeste o fôlego:
de tanto rir...
de surpresa...
de êxtase...
de felicidade..."

"Há pessoas que transformam o Sol numa simples mancha amarela, mas há também as que fazem de uma simples mancha amarela o próprio Sol"

(Pablo Picasso)

terça-feira, março 27, 2007

Em Ti...


Uma nova vida agora se inicia,
Em Ti,
Que já geraste uma.

Um novo ser toma lugar,
Em Ti,
Que já desenvolveste outrora outro.

Um novo coração,
Em Ti,
Bate apressado.

Fragmentos das nossas vidas,
Em Ti,
Têm origem.

Impulso da geração,
Em Ti,
Assumes.

Palco dos nossos sonhos,
Em Ti,
Personificas.

Um novo projecto,
Em Ti,
Ganha agora corpo.

Que em pleno,
Em Ti,
Ele se possa desenvolver.

Meu Amor,
Uma vez mais,
Perante Ti,
Eu me prostro,
E me rendo,
Perante essa capacidade,
Que tanto invejo,
De dares origem,
A um novo ser,
A uma nova vida.

Por Vós,
Velarei!

Por Vós,
Como sempre,
Aqui estarei!

sexta-feira, março 23, 2007

Aniversário


Porque o gosto pela escrita,
Não se havia desvanecido,
Apenas estava adormecido.

Porque o gosto pela partilha,
Sempre esteve activo,
E nunca foi esquecido.

Porque num instante alguém falou,
A possibilidade me lembrou,
O interesse me despertou,
A vontade me atiçou.

Porque “a pessoa”,
Sempre esteve em primeiro lugar,
Em posição de destaque,
De todo e qualquer meu olhar.

Porque na rede,
Tudo se consegue,
E é possível…

Faz hoje 1 ano,
Que o projecto/espaço “Taradisses”,
Nasceu!

Neste ano,
Houve uma grande partilha,
De pensares,
De sentires.

Neste ano,
Houve uma grande dádiva,
De uns,
Para ou outros.

Neste ano,
Criaram-se novas amizades,
Cresceram amizades recentes,
Cimentaram-se amizades antigas.

Neste ano,
Neste espaço,
Viveu-se,
E respirou-se,
Um (para mim) novo ar.

Neste ano,
“Neste espaço,
Onde parte do meu ser coabita,
As palavras,
Deixam de “ser tudo”,
E no final,
Do escrever e do pensar,
É no fundo um sentir,
O que acaba por ficar!

E é por isso,
Talvez por isso,
Que parte do meu ser,
Neste espaço,
Tanto goste de estar,
E nele acabe,
Em si mesmo por ficar,
Neste pequeno canto,
A coabitar.”
(2007-07-13 "Neste Espaço")


Por tudo isto,
Eu comemoro,
Um ano de existência do espaço,
Um ano de partilha de emoções,
Embrulhadas em palavras,
Deixadas na brisa,
Do espaço cibernético,
Em 103 Post's publicados.

E a todos os quantos,
Me lêem,
Me comentam,
Me incentivam,
Me criticam,
Me vêm na sombra,
Me interpelam à luz do dia,
Me fazem sentir,
Que no fundo,
Este foi um projecto,
Bem sucedido,
O meu sincero,
Profundo,
E sentido,
Muito Obrigado!

E individualmente,
Um por um,
Beijo a todas!
Abraço a todos!
E um sorriso!
Um sorriso do tamanho,
Da minha satisfação,
Por vos saber,
Aí,
Desse lado!

Tchim Tchim!!!

quarta-feira, março 21, 2007

21 de Março


Dia de entrada da Primavera,
Dia mundial da poesia,
Dia mundial da árvore,
Dia mundial do sono,
Dia Internacional da Luta Contra o Racismo.

Tudo causas válidas,
Nobres até,
Mas…
Vão todos desculpar-me,
Mas para mim,
21 de Março,
Marca a data da realização do meu
Mais profundo e enraizado sonho:
O de ser Pai!

Faz hoje 5 anos
Pelas 20:35,
Que uma menina,
Com 2,930 Kg,
Medindo 46 cm,
Mostrou-se pela primeira vez,
Respirou ar pela primeira vez,
Fez-se ouvir pela primeira vez.

Faz hoje 5 anos,
Que a epopeia de sermos pais
Se iniciou de forma plena.

Faz hoje 5 anos,
Que a nossa vida
Se tornou mais completa,
Mais preenchida,
Mais viva!

E por isso,
No meu post de hoje,
E apesar de todos os motivos
Que teria para efectuar algo mais,
Os meus,
Pensamento,
E sentimento,
Vão apenas num sentido:
Do meu núcleo familiar.

A ti, Filhota,
Que ainda não lês, mas percebes,
Que ainda não escreves, mas transmites,
Que ainda não sabes que o mundo
É um lugar simultaneamente
Belo e Feio
Mas sentes,
A ti,
Prolongamento do meu ser,
Personificação do nosso Amor,
A ti,
O tudo de mim,
Que melhor eu possa,
E te saiba dar.

A ti, Querida Esposa,
Que te dispuseste a comigo,
Palmilhar os caminhos desta vida,
Que te dispuseste a comigo,
Dar corpo a este meu sonho,
A ti,
Que comigo partilhas,
A responsabilidade,
A alegria,
Os cuidados,
As noites mal dormidas,
Os momentos de felicidade,
Desta nossa Filha,
A ti,
O tudo de mim,
Que melhor eu possa,
E te saiba dar.

Beijo orgulhoso a ambas.

segunda-feira, março 19, 2007

Ao de Leve



Toca-me nos sentidos,
Passa os teus dedos pela minha pele,
Fala-me aos ouvidos,
Leva-me a lugares perdidos,
Mas tudo…
Tudo ao de Leve.

Leva-me a um altar,
De colchão de penas feito,
Mostra-me que me queres amar,
Tocando-me assim, no peito,
Toma-me nos teus braços,
Envolvendo-me sem deixar espaços,
Explora o meu corpo,
A minha pele os meus sentidos,
Reencontra esses sentimentos
Em lugares perdidos,
Mas tudo…
Tudo ao de Leve.

Não quero juras nem compromissos,
Obrigações ou sentimentos submissos,
Quero apenas o pleno de um momento,
A liberdade de poder contigo estar,
Sem a preocupação de um amar,
Assim…
Tudo ao de Leve.

Porque há peso nos sentimentos,
Há peso nos compromissos,
Que tantas vezes se mostram falsos,
Pela força da exigência,
Da sua simples existência,
Tão mais fácil seria,
Se pudesse ser por um dia,
Assim…
Tudo ao de Leve.

Porque tu não tens de voltar amanhã,
Não tens que a isso, obrigado te sentir,
Não querendo, não precisas de vir,
Mas se quiseres, se isso te apetecer,
Podes passar para ver,
Se ainda aqui estiver, até pode ser,
Mas só se for assim…
Tudo ao de Leve.

Não quero sentimentos profundos,
Nem quero compromissos longos,
Daqueles que só nos fazem sofrer,
E noites inteiras, em claro ter.

Quero o gozo e o prazer,
Eternos do momento,
Quero a paz e a felicidade,
De o meu mundo assim poder manter,
À margem que daquilo se passar,
Só possível,
Sem a obrigatoriedade de um amar,
Assim…
Tudo ao de Leve.

E se nas voltas do vento,
Tu regressares sempre para mim,
Se nas voltas do vento,
Acabarmos por ficar sempre assim,
Contigo no vento acabarei por ir,
Contigo no vento também irei sentir,
Nesse gosto de contigo estar,
Esse sentimento a despontar,
Que muitos reclamam, mas não sabem dar:
Esse simples e Leve… Amar.

Dá-me tudo…
Quero tudo…

Mas assim…
Ao de Leve!

sexta-feira, março 16, 2007

Pudera eu ser...

Pudera eu ser neblina,
Envolver-te por completo,
Ser respirado por ti,
E assim,
Ver o mundo através dos teus olhos,
Pensar os teus pensamentos,
Sentir os teus sentimentos,
Viver os teus medos e angústias.

Pudera eu ser brisa,
A brisa que te trespassa,
A brisa que te arrepia,
E te leva a abraçares-te,
Abraçando-me assim também,
Sentindo eu o teu calor.

Pudera eu ser um raio de sol,
Que te aquecesse o corpo,
O coração e a alma,
Que te reconfortasse,
E te iluminasse os caminhos.

Pudera eu ser luar,
Que rasgasse a noite,
E chegasse até ti,
Como luz calma e fria,
Que te proporcionasse,
Algum conforto e alegria.

Pudera eu ser chuva,
Que te molhasse,
Que te percorresse o corpo,
Que te lavasse da pele e do espírito,
Todas as impurezas que te povoam.

Pudera eu ser remédio,
Que injectado no teu corpo,
Perseguisse e anulasse,
Com acervo e eficácia,
A origem das tuas enfermidades.

Pudera eu ser tudo isto,
Pudera eu ser alguma destas coisas,
Pudera eu ser…
Mas não posso.

Por isso,
Limito-me a ser este,
Que se interessa,
Que atenta,
Que olha,
Que fala,
Que no fundo,
Tenta conseguir obter algo mais,
Para além daquilo que se vê,
Para com isso,
Tentar igualmente,
Conseguir algo mais,
No reino daquilo que não se vê.

Pudera eu ser…

quarta-feira, março 14, 2007

DÁ-TE

Dá-me o teu presente e o teu futuro,
Não quero saber do teu passado.

Dá-me os teus pensamentos de agora,
Dá-me os teus desejos para o futuro.

Fala-me!

Fala-me,
Sobre os lugares que queres visitar,
As praias onde te queres deitar,
As águas em que queres mergulhar,
As flores que queres cheirar,
As comidas que queres saborear,
Os lugares que queres visitar,
As danças que queres dançar,
As crianças que queres abraçar,
Os assuntos sobre os quais queres falar,
Os projectos que queres realizar,
As coisas que queres amar,
Tudo o que achas que vais gostar.

As músicas que queres ouvir,
Os sentimentos que queres sentir,
As montanhas a que queres subir,
As paisagens nas quais te queres fundir,
As multidões nas quais queres fluir,

Os livros que queres ler,
As pessoas que queres ver,
Os caminhos que queres percorrer,
Os calores que queres ter,
A vida que queres viver.

Fala-me do presente e do futuro.

Não quero o teu passado,
Os teus medos,
As tuas fugas,
As tuas histórias,
As noites mal dormidas,
As culpas não assumidas,
As frustrações sentidas,
Os corações despedaçados,
O mal que te fizeram,
O ódio que sentiste,
O amor que renegaste,
O sol que apagaste,
O tanto que pensaste,
O tudo a que te alheaste,
A vida que não viveste.

Porque hoje…
Hoje a vida começa de novo,
Connosco,
Aqui.

E a partir de hoje,
Não há passado,
Nem presente,
Apenas o futuro.

Eu,
Que o teu passado não conheço,
Quero poder oferecer-te,
Tudo o que guardas de desejos dentro de ti,
Tudo o que precisas,
Para viver bem contigo mesma,
E que nunca tiveste.

Quero poder oferecer-te,
Aquele lugar de paz interior,
Que te reconforta e te dá calor,
Que te abriga das tempestades da vida,
Onde te sintas sempre querida,
Que te dê a certeza de que,
A vida é boa,
E que será sempre boa,
Enquanto partilhada,
Com quem te mereça,
E nunca te esqueça.

Por isso,
O teu passado não me interessa,
A menos que…
Seja uma forte condicionante,
Do teu futuro feliz.

E não é sempre assim?
Não somos nós uma história viva,
De toda a nossa vivência passada?

Então…
Diz-me tudo sobre ti,
Dá-te a conhecer a mim,
Abre o teu livro,
O teu peito,
Dá-me a conhecer o teu coração,
Todos os medos,
Todos os sentimentos,
Todos os teus desejos,
Para que eu possa procurar,
Aquele lugar especial,
Sem medos e sem sombras,
Onde bem te hás-de sempre sentir,
Onde apenas conseguirás sorrir,
E onde sempre me encontrarás,
Com os braços abertos e prontos,
Para te segurar,
Te aconchegar,
Te fazer sentir,
O quão possível e bom é…

Viver em pleno,
E sempre a sorrir!

DÁ-TE!

terça-feira, março 13, 2007

Para lá de Mim

O que existe para lá do que o meu olhar alcança?
O que existe para lá do que os meus dedos sentem?
O que existe para lá do que o meu olfacto absorve?
O que existe para lá do que o meu gosto saboreia?
O que existe para lá do que os ouvidos captam?
Eu não sei,
Mas…
Sinto falta de o saber…

Será que para lá do que o meu olhar alcança,
Existem pessoas que me esperam?
Me olham através de um qualquer tipo de olho mágico
E no segredo do seu íntimo, esperam pela minha presença?

Será que para lá do que os meus dedos sentem,
Existem milhares de sensações para sentir,
Para sentir na partilha com outros,
Cujas peles têm uma textura única,
Impossível de obter ao toque de qualquer outra coisa?

Será que para lá do que o meu olfacto absorve,
Existem mil e um aromas por experimentar,
Geradores de sensações desconhecidas,
Capazes até de mudar a minha concepção,
Do que é de facto bom e cheira bem?

Será que para lá do que o meu gosto saboreia,
Existe um mundo de outros sabores,
Agradáveis, viciantes,
Maus, repugnantes,
Mas diferentes, capazes até de mudar o meu gostar?

Será que para lá do que os meus ouvidos ouvem,
Existem outros sons, noutros tons noutras frequências,
Capazes de estabelecer um novo conceito
De composição sonora,
Capazes de estabelecer por si,
Um novo conceito de música?

Tudo isto,
Eu não sei,
Mas…
Sinto falta de o saber…

Porque eu não sei o que fica para lá do fim
Das imagens que os meus olhos vêm,

Porque eu não sei o que fica para lá do toque
Que os meus dedos conseguem fazer,

Porque eu não sei o que está para lá do que
Cheiro, saboreio e ouço,

Eu continuo…
Eu prossigo nesta demanda pelo conhecimento,
De tudo aquilo que não sei,
De tudo aquilo que não alcanço,
De tudo aquilo que fica,
Para lá de mim!

E porque nem sempre,
O que não alcançamos está longe,
Eu olho para cada um dos que comigo se cruzam,
Como um universo.
Um universo por explorar,
Com milhares de possibilidades,
Em que tudo pode ser novo,
Em que tudo pode ser gratificante,
Em que à partida,
Tudo pode valer a pena.

Muitos são os que não ficam
Tempo suficiente para que eu os “veja”.

Muitos são os que não querem
Que o seu mundo seja desvendado
E por isso não se abrem,
(ou pelo menos assim o pensam)
Para que eu possa lá entrar,
E vislumbrar o seu interior.

Mas,
Muitos também são aqueles que,
Mesmo sem o seu consentimento explícito,
Através da sua não recusa,
Dentro do seu silêncio,
Com o seu olhar,
Transmitem imagens, sons,
Melodias, sabores e texturas,
Que nunca pensei existirem,
Que nunca pensei receber,
De outro ser humano.

E com isto,
Com a revelação do eu de cada um de nós,
Faz-se a partilha,
Verdadeira dádiva ao próximo,
Daquilo que,
Na sua essência,
É o mais puro que podemos oferecer a alguém:
O nosso maior e melhor,
Sentimento de Amizade.

E por isso…
Eu continuo…
Eu prossigo nesta demanda pelo conhecimento,
De tudo aquilo que não sei,
De tudo aquilo que não alcanço,
De tudo aquilo que fica,
Para lá de mim!

quinta-feira, março 08, 2007

Dia Internacional da Mulher

Porque hoje é o dia Internacional da Mulher,
Porque é na mulher, no seu corpo, que a vida começa,
Porque a mulher é um ser admirável,
Porque a mulher consegue chorar até de felicidade,
Porque a mulher…

Porque hoje é o dia Internacional da Mulher,
Porque não é preciso nenhum dia em específico,
Por tudo e por nada,
A todas as mulheres,
Os meus sinceros e sentidos:

PARABÉNS!!!!


“Mulheres

Elas sorriem quando querem gritar.
Elas cantam quando querem chorar.
Elas choram quando estão felizes.
E riem quando estão nervosas.

Elas brigam por aquilo que acreditam.
Elas levantam-se para injustiça.
Elas não levam "não" como resposta quando
acreditam que existe melhor solução.

Elas andam sem novos sapatos para
suas crianças poder tê-los.
Elas vão ao médico com uma amiga assustada.
Elas amam incondicionalmente.

Elas choram quando suas crianças adoecem
e se alegram quando suas crianças ganham prémios.
Elas ficam contentes quando ouvem sobre
um aniversário ou um novo casamento.“

(Pablo Neruda)

Beijo a todas!

quarta-feira, março 07, 2007

1 Ano

1 Ano,
1 Mulher,
1 Esposa,
1 Mãe.

1 Ano se passou.

1 Ano se passou,
Desde aquela madrugada,
Em que o toque do telefone,
Rasgou a noite,
E nos trouxe,
A última notícia,
Da sua existência.

1 Ano se passou.

1 Ano de saudade,
1 Ano de lembranças,
1 Ano de vida a custo,
1 Ano de flores,
1 Ano de palavras mudas,
Ditas no silêncio,
Da sua memória.

“Na hora de pôr a mesa éramos cinco:
O meu pai, a minha mãe, as minhas irmãs, e eu.
Depois, a minha irmã mais velha casou-se.
Depois, a minha irmã mais nova casou-se.
Depois, o meu pai morreu.

Hoje,
Na hora de pôr a mesa,
Somos cinco,
Menos a minha irmã mais velha,
Que está na casa dela,
Menos a minha irmã mais nova,
Que está na casa dela,
Menos o meu pai,
Menos a minha mãe viúva,
Cada um deles é um lugar vazio nesta mesa
Onde como sozinho,
Mas irão estar sempre aqui.

Na hora de por a mesa,
Seremos sempre cinco.
Enquanto um de nós estiver vivo,
Seremos sempre cinco.”
(autor desconhecido)

Que tenha encontrado a paz!

(à memória da minha Sogra)

terça-feira, março 06, 2007

Dentro de ti

Dentro de ti, ainda que nunca suspeitasses.
Também a terra acaba e o mar começa.
Estavas em poiso firme. Agora esbracejas, líquida.
Em ti, a terra também acaba e o mar começa.
É onde o diabo faz o ninho.

Rodrigo Guedes de Carvalho
in “Mulher em Branco”

segunda-feira, março 05, 2007

Curtas (8) - Busca

Em tempos que a memória não deixa precisar, viveu um homem, que por não ter a seu lado ninguém com quem a vida partilhar, se aventurou numa viagem sem data de regresso.

E assim, partindo pelo mundo, procurou em cada rua de cada cidade, esse alguém com quem pudesse partilhar a sua existência.

Á medida que ia progredindo no terreno, o cansaço ia-se apoderando cada vez mais dele. Mas o desejo de encontrar alguém era tão grande, que se sentia impelido a continuar sempre a caminhar cada vez mais e mais, mesmo sabendo que o caminho de volta era cada vez maior.

Pelo caminho, encontrou várias pessoas que, ao saberem do propósito da sua caminhada, se propuseram a ocupar aquele espaço que ele tinha disponível. Mas ao fim de algum tempo com elas, concluía que aquela ainda não seria a pessoa correcta com quem o fazer.

O tempo foi passando, o caminho aumentando e cada vez que parava a olhar para alguém, sentia que ainda não tinha estabelecido “aquele encontro”.

E o caminho foi de tal forma grande, que quando deu por si, estava novamente no ponto de partida. Ainda não refeito da surpresa que isso lhe causara, avistou ao longe a forma de um corpo que se aproximava de si, em passos rápidos e de forma decidida.

Era a Ana, sua amiga de longa data, que conhecera desde sempre. Mas que agora… estava diferente! Estava radiosa, estava incrivelmente agradável, até mesmo… “apetecível” para ele. Estivera assim tanto tempo fora? Teria ela mudado assim tanto durante a sua ausência?

Após um abraço sentido carregado de saudades e sentimentos bons, ela deu-lhe um beijo na cara, tal como sempre fazia quando se encontravam. Mas agora… esse beijo soube-lhe de forma diferente. Esse beijo, soube-lhe incrivelmente bem e naquele momento, ele soube, que havia corrido o mundo, para descobrir a pessoa incrível… que sempre estivera ao seu lado, mas que ele, nunca soubera ver.

A busca havia terminado. O espaço estava, definitiva e plenamente ocupado.

quinta-feira, março 01, 2007

Paradoxo do nosso tempo

O paradoxo do nosso tempo na História é:
Termos prédios mais altos, mas paciência mais curta;
Estradas mais largas, mas pontos de vista mais estreitos;
Gastarmos mais, mas possuirmos menos;
Comprarmos mais, mas aproveitarmos menos;
Termos casas maiores e famílias menores;
Termos mais diplomas, mas menos razão;
Mais conhecimento, mas menos juízo;
Mais especialistas e ainda mais problemas;
Mais Medicina, mas menos bem-estar.

Nós bebemos demais,
Fumamos demais,
Gastamos demais,
Conduzimos rápido demais,
Ficamos acordados até mais tarde,
Acordamos muito cansados,
Lemos muito pouco,
Vemos TV demais.

Multiplicamos nossos bens, mas reduzimos nossos valores.
Falamos demais, amamos raramente, odiamos frequentemente.
Aprendemos a sobreviver, mas não a viver.
Adicionamos anos à nossa vida e não vida aos nossos anos.
Conquistamos os espaços, mas poluímos a alma;
Escrevemos mais, mas aprendemos menos;
Planeamos mais, mas realizamos menos.
Aprendemos a nos apressar, não a esperar.
Nós construímos mais computadores para armazenar mais informação, produzir mais cópias do que nunca, mas comunicamo-nos menos.

Estamos na era do homem grande de carácter pequeno.
Esta é a era de dois empregos e vários divórcios;
Casas chiques e lares despedaçados;
Esta é a era das viagens rápidas, fraldas e moral descartáveis.
Um momento de muita coisa na montra e muito pouco na dispensa.

O segredo da vida não é ter tudo o que se quer,
Mas querer tudo o que se tem!


(autor anónimo)

PS: O Texto não é meu, tem "apenas uns retoques" pessoais.