Quando eu já não for vigor,
E apenas um par de pernas fracas e trémulas,
Estarás lá comigo (por mim)?
Quando eu já não for alegria,
E apenas um amontoado de mágoas da vida,
Estarás lá comigo (por mim)?
Quando eu já não for sorriso,
E apenas músculos empedernidos no meu rosto,
Estarás lá comigo (por mim)?
Quando eu já não for aquele que te ampara,
Mas o que procura amparo,
Estarás lá comigo (por mim)?
Quando eu já não for porto,
Mas uma constante tempestade incerta,
Estarás lá comigo (por mim)?
Quando tu me perguntares pelo ser,
E eu te responder com o tempo que (não) faz,
Estarás lá comigo (por mim)?
Quando tu me falares de ti e dos teus,
E eu te olhar com ar de desconhecido,
Estarás lá comigo (por mim)?
Quando me abraçares à procura do meu calor,
E apenas o frio sentires nos meus braços,
Estarás lá comigo (por mim)?
Quando o meu cair for uma constante,
Quando o meu existir for uma dúvida,
Quando a dor for o meu sentir,
Quando eu já não acreditar,
Estarás lá comigo (por mim)?
Quando não for capaz,
Quando não ambicionar o amanhã,
Quando as maiores penas,
Quando as (não) lembranças,
Quando a frustração
Quando a angústia
Quando a dor
Quando a noite
Quando o frio
Quando o ontem
Quando o MEDO
QUANDO O NÃO EU
Serás TU...
...o EU de mim?
