quarta-feira, agosto 12, 2009

Estarás?


Quando eu já não for vigor,
E apenas um par de pernas fracas e trémulas,
Estarás lá comigo (por mim)?

Quando eu já não for alegria,
E apenas um amontoado de mágoas da vida,
Estarás lá comigo (por mim)?

Quando eu já não for sorriso,
E apenas músculos empedernidos no meu rosto,
Estarás lá comigo (por mim)?

Quando eu já não for aquele que te ampara,
Mas o que procura amparo,
Estarás lá comigo (por mim)?

Quando eu já não for porto,
Mas uma constante tempestade incerta,
Estarás lá comigo (por mim)?

Quando tu me perguntares pelo ser,
E eu te responder com o tempo que (não) faz,
Estarás lá comigo (por mim)?

Quando tu me falares de ti e dos teus,
E eu te olhar com ar de desconhecido,
Estarás lá comigo (por mim)?

Quando me abraçares à procura do meu calor,
E apenas o frio sentires nos meus braços,
Estarás lá comigo (por mim)?

Quando o meu cair for uma constante,
Quando o meu existir for uma dúvida,
Quando a dor for o meu sentir,
Quando eu já não acreditar,
Estarás lá comigo (por mim)?

Quando não for capaz,
Quando não ambicionar o amanhã,
Quando as maiores penas,
Quando as (não) lembranças,
Quando a frustração
Quando a angústia
Quando a dor
Quando a noite
Quando o frio
Quando o ontem
Quando o MEDO
QUANDO O NÃO EU

Serás TU...
...o EU de mim?

quarta-feira, agosto 05, 2009

Quebraste-me as Palavras


Quebraste-me as palavras
E os monossílabos não conseguem exprimir o que sinto.
É um complemento que falta,
Uma metade de mim, num todo em que me minto.

Quebraste-me as palavras
E nas metades eu não me encaixo,
São apenas partes de mim,
Não me elevam, arrastam-me, baixo.

Quebraste-me as palavras
Deixaste-me incompleto,
E agora em nada me encontro,
Sempre distante, num sempre, sempre perto.

Quebraste-me as palavras
E eu não tenho mais como te dizer,
Que não foi só pelas palavras,
Mas por todos os gestos, que ficaram por fazer.

Quebraste-me as palavras
E agora eu...
...não sei se as consigo de novo...
...juntar!