Há um tudo e um nada,
Que nos deixa à deriva,
Por entre um mar de sentimentos,
Difusos,
Por vezes confusos,
Até contraditórios,
Mas para alguns,
Só para alguns,
Plenos.
Tão plenos,
Com um preenchimento de ser,
Que,
Não sendo tudo,
Também não deixa que seja o nada,
Completando-nos como ser vivo,
Pensante,
Que age,
Que sente,
Que tem quereres,
Que por vezes,
Vão muito além dos poderes,
Sendo que isso,
Constitui,
O tudo de um querer,
Mesmo sabendo,
Equivaler,
Muitas vezes,
A um nada de um poder.
E neste “jogo”,
Não poucas vezes,
Cruzamo-nos com outros,
Sendo que alguns,
Mesmo não sabendo,
São por nós,
Constituídos jogadores,
Ficando eles,
Equipa ou adversários,
Conforme,
A ala do campo
Em que se encontram.
E por vezes,
Este jogo torna-se perigoso,
Até mesmo agressivo,
E desgastante,
Chegando mesmo a ser,
Corrosivo do “Ser”.
E então,
Torna-se necessário,
Procurar quem arbitre,
Quem julgue em “causa alheia”,
Que nos imponha as regras,
Que por muito que delas,
Tenhamos conhecimento,
Por não poder,
Por não querer,
Teimamos em não obedecer.
E assim,
Com este recurso a “terceiros”,
Consegue-se como que
Um equilíbrio,
Que não sendo perfeito,
Por vezes ténue até,
Nos mostra,
Que não é possível,
O tudo,
Sem o nada.
Não é possível querer tudo,
Não dando nada,
Nem é possível,
Não querer nada,
Dando tudo.
E nesta dicotomia de “sentidos”,
Estabelecem-se fluxos de relações,
Com “deves” e “haveres”,
Que colocados numa balança de dois pratos,
Têm cada um deles,
O seu “peso relativo”.
Mas esse peso,
Esse peso é quase sempre viciado,
Quer pelo querer,
Quer pelo sentir,
E quando olhamos,
Do “nosso” lado da balança,
Raramente conseguimos ver,
Os verdadeiros pesos de cada prato,
Pois acrescentamos pesos extras,
Ao prato que,
Nos possibilita obter,
O objecto do nosso tudo querer.
E assim,
Gera-se o conflito,
Entre o querer ter,
E o querer dar,
Sendo que,
Não se tratando,
Do tudo
E do nada,
No final,
Muitas das vezes,
É nesta dicotomia,
Que uma vez mais,
Acabamos por cair.
E nesta posição,
Que uma vez estabelecida,
Torna-se difícil de contornar,
Tornamo-nos fracos,
Escravos de um querer,
Que pelo seu preenchimento do ser,
A outra parte não nos permite ver,
Fazendo com que,
Os pesos extras
Continuem a aumentar,
E com isto,
Os conflitos alimentar,
E no final,
A ruptura,
Inevitável se tornar.
Mas…
Quem são os outros jogadores?
Com que direito,
Os incluímos no “nosso jogo”,
Para no final,
Acabarmos por os lesionar?
Com que vontades,
Entraram eles no nosso jogo?
Ou será,
Que no final de contas,
Sem que de tal nos apercebêssemos,
Não estávamos a jogar o nosso jogo,
Mas sim o deles?
E sendo assim,
Com que direito,
Nos incluiu ele no seu jogo,
Para no final,
Tanto nos magoar?
E desta forma,
Deste “lado de cá”,
Consoante o prisma com que olhamos
Para um mesmo jogo,
Ele assume características
Completamente diferentes.
E no entanto,
O que eu penso ser,
Verdadeiramente importante,
É que cada um de nós,
Tenha a consciência de que,
No jogo da vida,
Cada um de nós,
É simultaneamente,
Caça e caçador,
Apenas derivando,
No plano,
Sobre o qual fazemos a análise.
E sabendo,
Que como caçadores,
Queremos tudo,
E como caça,
Queremos nada,
O que será mais válido?
O tudo do caçador,
Ou,
O nada da caça?
E o “estranho”,
No meio desta reflexão,
É que assumo a plena consciência,
Que a maioria do tempo,
Preferindo ser
E até agindo como caça,
Na maioria do tempo,
Sou caçador!
E sendo assim,
Mediante esta minha constatação,
A todas as minhas “vítimas”,
Deixo aqui o meu pedido de perdão,
E a todos os meus caçadores,
O desejo de boa sorte,
Porque no fundo,
Eu sei,
Que dela,
Bem vão necessitar!
29 comentários:
Soberbo!
E sempre tão no contexto :)
Bom dia!
HHEEEEELLLLLLLLLOOOOOOOOO!!!!!!!
Que eco magnifico!Outras vezes vozes se misturavam,agora é o retorno da minha voz!
É bom ouvir-mo-nos,nem sempre acontece !Um bom dia para todos.
Os extremos são balanço da vida. São condição limite, porque, nos nossos dias, vivemos nos limites, para sermos competitivos, para sobrevivermos. No outro extremo do extremo também encontramos aquilo que somos, aquilo que em nós podemos esticar para nos adaptarmos às mudanças bruscas dos estímulos externos.
E chegamos a uma regular conclusão: não me conhecia assim, nem me sabia capaz de... É mau quando não gostamos de nos encontrar, nas antípodas. Seremos mesmo nós, ou um nosso reflexo originado numa superfície espelhada circunstancial? Devemos admitir as metamorfoses ou procurar saber exactamente a pessoa singular que nos julgamos ser?
Boas férias para quem o augúrio se aplique! "(º0º)"
Bom dia Flôr,
"Lamento" mas o teu eco, terá sempre de contornar a minha voz, para te chegar perfeito!
:)
Bom dia Andarilhus,
Andaste "fora"...
É bom ter-te "de volta".
Continuo sem conseguir aceder ao teu blog. Qual o servidor de internet que usas para aceder a ele? (Telepac, Novis, Clix, Oni, qual?)
Se o ouvi tão perfeito,foi por ter-te contornado primeiro :)
Huuummmm.......
Penso que não.
Penso é que não tinhas o ouvido suficientemente apurado para:
1. Te aperceberes de um ruído mínimo;
2. Te aperceberes que o eco te chegou de certa forma "filtrado".
Continua com as tuas "mensagens", quem sabe um destes dias, o eco que te chegue, ainda que seja com "a mesma mensagem" seja de outrém.
Olá Brain! estive a pairar na maresia de férias...
O meu blog está alojado no SAPO.
Tenta colocar "galga courelas" no Google e, daí, fazer o link.
Não tenho conhecimento de dificuldades semelhantes.
Abraço
Desculpa, mas não está a perceber.
Eu sei que está no sapo, e o endereço já o sei à muito tempo.
A questão é que o facto de ter um "underscore" no domínio (galga_coirelas), vai contra os princípios básicos de atribuição de nomes a domínios (até me admira como o pessoal do sapo permite que se coloque este tipo de caracteres no nome do domínio) e a maioria das firewalls não deixa isso passar.
Mais, os ISPs (internet Service Providers) eles próprios bloqueiam isso e por isso não consigo aceder.
Já tentei via Novis, Clix e Zapp mas nada.
Por isso te pergunto, quem é o teu servidor de internet (a quem pagas a factura para teres internet) para ver o que poderei eventualmente fazer.
Desculpa a linguagem técnica, mas é a forma que tenho para te explicar com "clareza" o que se passa.
Um abraço.
...não pago factura... hehehhe! É da instituição. Esta tem servidores próprios, não fosse ela uma instituição técnica. Naõ sei especificar melhor. Mas, vou ver essa questão do underscore...
Inconfidente!
Bem vinda a este espaço, onde se partilham reflexões e muitas emoções.
Há muito que acompanho o vosso blog, e de vez em quando, lá comento.
Gostei de te ver por aqui.
Volta sempre.
Brain
Boa tarde,
As meninas deste Blog?
Papoila?Arcoiris?etc etc....
Tudo de férias?Não me parece!!
as meninas deste blog andam por aqui e por ali....
a papoila anda ao vento a ver se apanha ar!!
Papoila,
Já te estou a ver a cena... tu num descapotável a rolares por essas estradas de cabelos ao vento!
Bela imagem, sim senhora!
Bom dia,
Brain,realmente a Papoilita de cabelos ao vento..tsssttt
Quanto ao,"Tudo e nada"...
É nessa espressão que assento o meu equilibrio ,nesta "corda bamba" de sentimentos que me está a invadir...
"expressao"
e fui eu que escrevi...
Bom dia.
Flor, não te esqueças da rede sob a corda... bamba...
O Verão acalora a emoção e o sentimento... a cautela de alguma sombra é essencial à estabilidade do organismo e não só...
Andarilhus,
Olá!Não vou pensar muito nessas seguranças todas...consciente das quedas,cuidadosa q.b.,lá "bambo" eu!
"Tudo e Nada"
Lembrei-me da letra de uma música muito na moda.
Não tenho nada mas tenho tudo...ou quase tudo!!!
oi divina, essa letra não me sai da cabeça...
eu tenho tudo e mas não tenho nada...
mas quem não tem nada, tem tudo, não é? duas negações = a positiva, né?
ou estou a inventar? (matemática criativa?!?)
se calhar não. se calhar é mesmo assim a vida. com tudo e com nada ao mesmo tempo...
Olá "minhas meninas"!
Penso que a verdadeira questão é que nós nunca temos nada do que queremos e temos sempre muito do que não queremos.
Para além disso, há ainda a outra questão de que o nada de uns é já em si, o muito para outros e vice-versa.
No fundo, nunca ninguém está satisfeito com o que tem. Mas se disso, resultar uma busca constante pelo melhor, até pode ser bom!
Como em tudo, há sempre um lado positivo, não é?
ok!
vou procurar o lado positivo do meu tudo e do meu nada...
posso chamar por ele? é que estou com alguma dificuldade em o encontrar...
tou a brincar brain. hoje deu-me para isto..
Papoila,
Eu sou um assobiador nato!
Se quiseres que te "empreste" o meu assobio, para te ajudar a chamares por eles...
Lembraste do "cansaço"?
Ele impera, é rei!
Por vezes algumas palavras são sentidas por mim: "Não quero saber de mais nada, de mais ninguém"
Hoje este sentimento têm-me visitado.
Para quê? Para quê este esforço? POrque tenho que ter alguém?
Ontem disseram-me qq coisa do genero: "talvez o caminho passe por conseguires
viver sozinha, aceitares-te individulamente e não necessariamente como parte
de um casal. ..."
palavras sábias... concordo. mas na pratica ainda não cheguei ao "aceitar-me individualmente"
mais palavras sábias:
"quando o amor, o desejo, a
solidão, a razão e a necessidade de ser amado se juntam todas é difícil saber o que fazer."
só palavras sábias à minha volta...
racionalmente: já tenho problemas que cheguem... para quê aumenta-los com a busca de alguém? afinal depois sempre tenho que partilhar a minha casa de banho...:)))
mas, eu que sempre fui racional, deixei de o ser e agora aguento o "cansaço"...
Olá Brain,
Era mesmo isso que pretendia transmitir à Papoila, O tudo e o nada é muito relativo, o que para mim pode ser tudo para outra pessoa pode ser o nada e vice-versa.
Tento ver a minha situação pelo lado positivo, tenho saúde, familia,amigos, trabalho...tenho o mais importante por isso é tudo..
"palavras sábias"
Tão fácil proferi-las...
Tão difícil segui-las...
E por isso...
Valem o que valem.
"Palavras sábias", para mim, são aquelas que nos apaziguam os maus sentimentos e nos confortam a alma, e as que descreves, não fazem nem uma coisa, nem outra.
"Para quê? Para quê este esforço? POrque tenho que ter alguém?"
Se calhar porque queres, porque gostavas, porque te sentias mais completa, não é?
Esquece! Não passa por aí a análise que tens que fazer.
Há pessoas que quando perdem uma qualquer parte do corpo, só pensam numa coisa: uma prótese para colmatar a falha. Outras há porém, que só pensam nas adaptações que têm que fazer, para viver com a sua nova realidade: a falta dessa parte.
E depois, há as que fazendo parte do 1º grupo, só equacionam a situação de uma forma: a melhor prótese que houver! Outras, uma qualquer serve, desde que cumpra a função.
Cada pessoa sente as coisas da sua forma muito particular.
E não é com frases mais ou menos feitas, ou verdades universais, que passamos a sentir diferente.
O que está certo e errado, muitas vezes até sabemos o que é, MAS NÃO É ISSO QUE SENTIMOS, (logo queremos) por isso... podem dizer o que quizerem, que de nada me adianta.
Eu "apenas" te digo o seguinte:
"Procura dentro de ti própria, o que DE FACTO necessitas, te completa, te faz feliz. Uma vez encontrado, ATIRA-TE! Se caires, levantas-te! Aprendes a cair! ATIRA-TE outra vez!
Não tenhas medo de te sentires de alguma forma exposta. O dar, é muito bom, se a outra parte não o souber receber: AZAR O DELE! NÃO O MERECIA!"
Acredita em ti!
Eu acredito!
Pois é Divina...
E o teu "tudo" é tanto... que por vezes, nem nos apercebemos o quanto é!
Infelizmente, a maior parte das vezes.
tenho tudo o que disseste divina...
e um "castelo" a erguer-se lentamente, aos meus gostos. sim, brain ela já esta a "andar". ontem estavam a preparar a placa superior... vai ficar linda! aí serei feliz, pois quero e tentarei para que tudo lá dentro corra o melhor possivel...
vou caindo, brain, e levantando. tem que ser, não é?
Grande conversa :))
Olá ,boa tarde!
Não andar,por medo de cair...é um erro!
Se me vissem...Negras,marcas de "tombos",mas passo ligeiro,sorriso no rosto.
Quero viver,tenho de andar.
Um pouco de crença no destino.
Quando dizemos:"posso não estar aqui,pode acontecer tanta coisa!"
Primeiro pensamento:O negativo!Uma fatalidade,etc.
Um pouco de esforço:O positivo!Posso ter um aproposta de emprego,conseguir comprar "aquilo",fazer uma férias diferentes.
Sentir mudança para não parar.
Papoila,muita Paz e felicidade te traga tudo que constrois!
Divina:"O sol nasce todos os dias,e não aquece sempre do mesmo modo".
Para todos um bj ,Flôr
oi...
que silêncio...
por vezes incomoda-me não receber sms, mails, ou vir aqui e não vos ouvir...
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