"... E de novo acredito que nada do que é importante se perde verdadeiramente.
Apenas nos iludimos, julgando ser donos das coisas, dos instantes e dos outros.
Comigo caminham todos os mortos que amei, todos os amigos que se afastaram, todos os dias felizes que se apagaram.
Não perdi nada, apenas a ilusão de que tudo podia ser meu para sempre."
Miguel Sousa Tavares
(a propósito da perda de sua Mãe, a escritora e poetisa Sophia de Mello-Breyner)
Julho 2004
2 comentários:
Esta tomada de noção e perda de ilusão,é dura.Mas a definição é bem verdadeira.
Nada é nosso.Carreguei dois filhos no ventre,que desde bébés reparti com outros.Crescem e são mais dos outros que meus...A raíz o tronco,sou eu,mas todos os ramos sereis vós,pais ,irmãos,filhos,amigos.E plátanos centenários existiram sermpre,grandes troncos ,tantos anos,novas folhagens.Para ti,ranco desta ravore que eu sou.
Bom dia,
Cada vez que releio este pensamento encontro mais coisas contidas nele...
A noção de posse está tão enraízada em nós... fruto da sociedade de consumo, talvez...
Aquilo que "guardo" para mim são olhares, sorrisos, carícias, beijos... "instantes" (como diz o MST) registados na memória e que por isso não estão perdidos.
e a vida pode-nos pregar muitas partidas, mas aprendi que a maior dádiva que se pode receber é poder dar, dar e dar aos outros... e receber em troca nem que seja apenas um relance de olhar reconhecido...
Bom fim de semana, fiquem bem
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