Toca-me onde me dói
e verás uma flor a abrir-se lentamente sobre a pele, 
a maravilha nunca adivinhada de um mistério. 
Esta é a tua vez de o desvendares.
Paixão é uma palavra demasiado antiga no meu corpo, 
já não sei a última vez, 
a única vez. 
Toca-me
por isso devagar, 
não me lembro da primavera 
que fez nascer a doença sobre a ferida, 
não sinto o recorte da cicatriz que o tempo
pousou nela. 
Agora 
chama-me ao teu peito com as mãos, 
tal como a chuva 
chama pelos narcisos sem cessar, 
ano após ano; 
diz o meu nome 
com os dedos a serem rios
que latejam no coração adormecido
de uma aldeia. 
Não me adivinhes.
Lá, onde me doer, 
vou recordar-me.
(Maria do Rosário Pedreira)
1 comentário:
Bom dia,
Hoje já olhamos as flores.
Brain,vem,custa mas trata deste recanto,faremos um ,ou farás só teu,com o cuidado de todos e de onde estaram as mais belas e perfumadas flores.
Força amigos.
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