Num "mundo de loucos", em que as relações interpessoais muitas vezes nos "passam ao lado", vamos, com base nas nossas vivências e alguma imaginação à mistura, fazer deste cantinho um centro de reflexão e de diversão.
sexta-feira, fevereiro 23, 2007
Destroços (2)
Nos destroços do que fomos,
Passeio muitas vezes o meu pensamento,
E neles,
Deito o meu corpo,
Que inexplicavelmente,
Ainda chama por ti.
Nos destroços do que fomos,
O meu sentimento teima em ficar,
Neles parece ter estabelecido morada,
Ainda que sempre que nos lembro,
Uma mágoa se faça sentir,
E quase, quase sempre,
Uma lágrima surja,
Para me turvar o olhar.
Pelos destroços do que fomos,
Não gosto de me passear.
Para os destroços do que fomos,
Não gosto que o meu pensamento,
Recorrentemente corra para lá.
Mas nada consigo fazer,
Para combater este meu estar,
Principalmente,
Quando à noite,
Na travesseira a cabeça deito,
Na tentativa de,
Quem sabe,
De nós,
Enfim,
Conseguir repousar.
Mas quanto mais tento,
Mas quanto mais me esforço,
Mas quanto mais uma parte de mim
Grita o querer com esta situação terminar,
Mais eu,
O meu sentir,
O meu pensar,
E até paradoxalmente,
O meu gostar,
Teimam em por lá se passear.
Ás vezes,
Penso que por lá te vou encontrar.
Ás vezes,
Penso que também tu,
Por lá deverás andar.
Ás vezes…
Gostava tanto que assim fosse…
Nos destroços do que fomos,
Ainda te sinto.
Sinto o teu cheiro,
Impregnado nos estilhaços,
Sinto a tua forma,
Cravada nas formas das ruínas,
Sinto a tua voz,
Nos sons que vento profere,
Sinto-te até dentro de mim,
Quando aqui me deito,
No fundo,
Para te encontrar.
O que fomos,
Sei que não voltaremos mais a ser.
Mas no meu íntimo,
Embora a razão teime
Em mo fazer negar,
Eu sei…
Eu quero…
Eu desejo…
Espero por ti!
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3 comentários:
Muito giro, mas assim Brain é dificil não pensar, não lembrar, não esperar...
Fica-te pelos Destroços (1) que já te chega!
E em vez de chamares pelos "outros" chama primeiro por ti.
Eu hoje, e à semelhança de outros dias, estou fartinha de gritar por mim, mas ainda sem conseguir ouvir-me.
Em vez de destroços, pulsa em mim uma tempestade desmedida.
Aguardam-se com expectativa, os bons ventos.
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