Num "mundo de loucos", em que as relações interpessoais muitas vezes nos "passam ao lado", vamos, com base nas nossas vivências e alguma imaginação à mistura, fazer deste cantinho um centro de reflexão e de diversão.
sexta-feira, outubro 19, 2007
Dor de Alma
Nas dobras do teu corpo,
Guardas marcas de memórias,
De momentos que ainda não viveste.
Nos recantos de ti,
(verdadeiro baú de ser)
Proteges a tua identidade.
Única certeza de ti,
Que te mantém viva,
Desperta para vida.
E enquanto deambulas pelo tempo,
De braços cruzados sobre ti,
(única maneira de te protegeres e sentires intacta)
Carregas contigo as tuas únicas certezas:
De que este tempo não é o teu,
De que o espaço que ocupas,
Não é aquele a que pertences.
E tudo está no seu lugar.
Tudo tem,
O seu sítio definido para estar,
Hora definida para ocorrer,
Duração estipulada,
Resultado esperado,
Ganho garantido,
…
Menos tu!
Menos tu,
Que em nada te encontras,
Em nada te reconheces,
Em nada te encontras reflectida,
Quer seja na lírica da música,
Na batida da melodia,
Ou no simples reflexo,
Que um qualquer espelho te devolve.
E num impulso contínuo,
De inúmeros momentos feito,
Expeles todo o peso do teu corpo
Sobre as costas da cadeira…
Olhas o céu…
Abres os braços…
E de olhos cerrados,
Sentes a alma elevar-se,
Sentes o espírito voar,
Fundes-te com a brisa,
Saboreias o ar,
Delicias-te com as melodias simples,
Com que os cantos dos pássaros,
Te inundam os ouvidos,
E sentes…
E sentes-te…
E pensando em ti,
Não consegues deixar
De te recriminar,
Por todo o tempo,
Que não te permites a ti mesma voar…
Por todo o tempo,
Em que amarras corpo e espírito…
Por todo o tempo,
Em que não te permites sentires-te…
Pois em cada momento que te sentes,
Em cada momento que verdadeiramente,
Sentes cada partícula do corpo,
Cada poro da pele,
Cada inspiração e expiração,
Cada batida do coração,
Cada movimento dos dedos,
Sobre eles,
Sobre ti,
Tu descobres…
Descobres,
Que entre o sentir…
E o pensar…
Não é a alma que te dói,
Mas sim…
A memória dos dias…
Em que não voaste!
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17 comentários:
Estava eu a ler o teu poema e vi pelo cantinho do meu pc que tinhas acabado me deixar uma mensagem na nuvem... Que telepatia :)... Mas esta sintonia ainda se reforçou mais em mim quando terminei de te ler... Afinal estava a ler-me a mim mesma nas tuas palavras.
Parabéns pelo poema...
Mil humildes beijos
Excelente
Beijos
Tua
Sentimo-nos verdadeiramente nas coisas simples da vida...
Mesmo que n�o me encontre reflectida no espelho
das tuas palavras elas reflectiram-se em mim.
Beijos
BF
Papoila,julgava-te a PAPOILA,que conheço dai que comentei directo um dia destes.
quanto as tuas palavras...pior que não tre asas é mesmo ter medo de voar...
E o tempo passa, os sonhos vão para o , ou baús e somos parte de coragem e meio de sonhos.
Se hoje tudo taõ diference...se ontem...teria apostado...mas para quê se o ontem e o hoje ´já traçaram parte do amanhã.
LIndo ...meu bem!Bj wife, tá quase...
Adorei!!!
uma abraço
brisa de palavras
Tu, te, ti, teu, tua... enrosca-te em cada dia, entranha-te no bater de cada segundo...
Bjs
'Abres os braços…
E de olhos cerrados,
Sentes a alma elevar-se,
Sentes o espírito voar,
Fundes-te com a brisa,
Saboreias o ar,
Delicias-te com as melodias simples,
Com que os cantos dos pássaros,
Te inundam os ouvidos,
E sentes…'
Quem não sentiu (...)
Beijo*
Brain
Hoje embrenhaste-te...
Desceste bem lá ao fundo
Do teu
Do meu
Do nosso ser...
Onde nos descobrimos
Onde nos perdemos...
Beijo
Belo poema amigo.
Palavras simples, pois é na simplesidade que tudo na vida resulta.
Um abraço
José
Brain, como já reparei que o meu blog está linkado aqui no Taradisses, não sei se queres alterar para o meu novo endereço,
mesmo assim cá vai: http://antidoto1975.blogspot.com.
Belo poema!...
Abraço.
Lindo !!
Beijo fantasma.
Porque será que me sinto nas tuas tuas palavras, mais ainda do que se fossem minhas?
Obrigada Brain.
Beijo
No fundo, bastaria "sentir-se" realmente para dissipar dúvidas latentes, porque também latente e paciente, está a mais procurada das respostas... em cada Eu.
Palavras simples,muito sentidas como o reflexo de uma realidade...
Bjs Zita
Palavras Certeiras.
Quantas e quantas vezes nos esqueçemos de nós!
Esquecemo-nos de Amar, brincar voar...
(algo do género a Minha vida SEM MIM)
Um xi
acho que acabaste de descrever muitas de nós, mulheres de hoje.
belo, brain
obrigada
:)*
Há alturas assim...não nos sentimos perença de nada, de lugares nem de épocas ou de tempos...parece que deambulamos e estranhamos este mundo pobre e rico em que vivemos. Almas soltas olhando para o passado.
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