"Brain, um dia desafio-te a escrever uma "fronha de almofada" das minhas, e eu prometo tentar escrever um "lençol" dos teus :) Beijinhos”
Daí "nasceu(-me)" a ideia de cada um, a partir de uma imagem utilizada num texto do outro, fazer "a sua versão", sendo que eu teria de escrever uma "fronha" e ela um "lençol".
O acordado foi que aqui eu colocaria o texto dela, seguido do meu texto.
E no "A Minha Nuvem" ela faria o mesmo.
Aqui ficam então eles:
NO SILÊNCIO DO TEU TOQUE (por Nuvem)
Quero-te.
E é no silêncio do teu toque
que te digo que sou tua.
Digo-to com os meus olhos
rasgando o mar dos teus olhos,
e os meus lábios, segredando
as marés dos teus cabelos
que ondulam nas minhas mãos.
Digo-to sem falar,
porque entre as nossas bocas
as palavras já não têm espaço...
Digo-to com a minha pele
respirando ávida nos teus dedos,
como se fosse morrer no segundo
em que deixasses de lhe tocar.
Sinto-te como o vento,
percorrendo cada recanto meu
como se sempre tivesse sido a sua casa,
como se me conhecesse
mesmo antes de eu saber que existia.
Houve um dia em que eu não era tua.
E tu também não eras meu.
Um dia em que vento e mar
eram só palavras vazias para mim.
Um dia em que o mar e o vento
não me conheciam.
Um dia em que os meus olhos
não sabiam navegar,
e os meus lábios padeciam de sede
sem saber...
Um dia em que o meu corpo
não tinha janelas.
Sim, houve um dia,
um dia muito distante,
um dia que já não sei lembrar,
em que eu não sabia que tu eras vida
e mar e vento e tudo o que há.
Hoje só sei ser tua.
(Como a espuma pertence ao mar,
como as janelas se abrem ao vento.)
Só sei querer-te.
(Como o coração quer a vida
que pulsa a cada segundo dentro dele.)
E digo-to no silêncio do teu toque,
sempre que os meus olhos
são os teus olhos e os meus lábios
são segredos que se perdem
nos teus cabelos,
que se perdem nas minhas mãos...
Quero-te.
E é no silêncio do teu toque
que te digo que sou tua.
Digo-to com os meus olhos
rasgando o mar dos teus olhos,
e os meus lábios, segredando
as marés dos teus cabelos
que ondulam nas minhas mãos.
Digo-to sem falar,
porque entre as nossas bocas
as palavras já não têm espaço...
Digo-to com a minha pele
respirando ávida nos teus dedos,
como se fosse morrer no segundo
em que deixasses de lhe tocar.
Sinto-te como o vento,
percorrendo cada recanto meu
como se sempre tivesse sido a sua casa,
como se me conhecesse
mesmo antes de eu saber que existia.
Houve um dia em que eu não era tua.
E tu também não eras meu.
Um dia em que vento e mar
eram só palavras vazias para mim.
Um dia em que o mar e o vento
não me conheciam.
Um dia em que os meus olhos
não sabiam navegar,
e os meus lábios padeciam de sede
sem saber...
Um dia em que o meu corpo
não tinha janelas.
Sim, houve um dia,
um dia muito distante,
um dia que já não sei lembrar,
em que eu não sabia que tu eras vida
e mar e vento e tudo o que há.
Hoje só sei ser tua.
(Como a espuma pertence ao mar,
como as janelas se abrem ao vento.)
Só sei querer-te.
(Como o coração quer a vida
que pulsa a cada segundo dentro dele.)
E digo-to no silêncio do teu toque,
sempre que os meus olhos
são os teus olhos e os meus lábios
são segredos que se perdem
nos teus cabelos,
que se perdem nas minhas mãos...
DESAFIA-ME (por Brain em 2007.04.30)
Desafia-me!
Tira-me do sério,
Obriga-me a uma loucura,
Leva-me a uma superação de ser.
Espicaça-me!
Vira-me do avesso,
Arrepia-me os sentidos,
Revela-me as entranhas.
Tenta-me!
Faz dos teus lençóis o meu chão,
Do teu corpo o meu alimento,
Do teu suor a minha água.
Surpreende-me!
Leva-me por um caminho sem rumo,
Tira-me as direcções,
Atira-me ao ar sem rede,
Obriga-me a cair de pé.
Desafia-me,
…a mente!
Espicaça-me,
…os sentidos!
Tenta-me,
…a pele!
Surpreende-me,
…os sentimentos!
(Tira-me desta letargia!!!)
(Resta-me agradecer-te Nuvem o carinho da partilha. Do fundo de mim, um Beijo meu)
11 comentários:
Ainda bem que levaste a sério as minhas palavras Brain, porque foi um prazer ler a tua "fronha de almofada", tão bem aconchegada nos sentidos da poesia.
Quanto ao meu lençol, foi uma honra escrevê-lo, e espero não ter desiludido muito, nem tão pouco ter depreciado o poema original...
Obrigada pelo desafio e pela estima que sempre me dedicas e que espero que saibas ser recíproca.
Mil beijos
Que Maravilhoso momento de Leitura !...
Só interrompido pela Névoa que Tao LINDAS palavras criaram no meu Olhar !
É Magnifico o resultado do vosso desafio , PARABENS !!!
Tenho-te seguido ha ja algum tempo e É sempre um prazer ler-te !
A Nuvem ... a Nuvem É a escritora do meu coraçao , que em silencio , só no seu simples respirar ... Eu sinto Poesia e Beleza pelo simples facto de Existir !!!
Parabens aos Dois !!!
Adorei!
O teu e o da Nuvem.
é muito bom ler coisas assim.
Um bj,
Que descoberta este blog! Obrigada à Núvem, que me apontou para aqui com o post de hoje, e que tece tão bons lençóis como fronhas. Gostei imenso dos quatro poemas e da forma como se cruzam. Ler aqui para trás foi um excelente início de dia, ainda por cima ao som de uma das minhas músicas preferidas. E esta versão é arrepiante.
Gostei do bordado do jogo de lençois.
Um beijo
Magnifico complemento de textos... tanto um como o outro fantásticos com palavras bem sentidas e cheias de sensualidade... mto belo este momento... ainda bem que não ouve um cobertor por ai se não isto seria demasiado quente :-)
Forte abraço Brain e Bjs na nuvem.
Nuno
excelente a combinação de ambos!!
gostei mesmo!
:)
Um momento único de leitura!!
Parabéns aos dois
Martinha
Antes de mais devo dizer que adorei os termos. "lençois" e "fronha de almofada", depois cobri-me com um e encontei a cabeça ao outro e deixei-me fluir por ambos.
Vale a pena adormecer assim...
Beijo
já tinha lido, sem conseguir comentar. nas esferas onde andava na net não dá para tudo.
como disse à nuvem... que seriam das fronhas de almofadas sem lençóis e vice-versa!
gostei bastante desta vossa partilha.
beijinho para ti e para a nuvem.
luísa
Penso que já foi tudo dito. Um magnífico lençol a cheirar a nuvem de algodão doce, com enfeites de bilros que o enriquecem e uma fronha condicente embora com arroubos de provocação tão ao jeito do autor.
Parabéns a ambos.
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