Companheira dos amantes,
Aumenta a saudade,
Reforça os sentimentos,
Intensifica o sentir.
Reveladora das verdades,
Afasta as falsas amizades,
Fazendo valer a velha máxima:
“Longe da vista, longe do coração”
Assim é em relação aos outros.
E em relação a nós próprios?
Distantes de nós próprios,
(se o conseguirmos)
Abrangemos “o todo”,
Perdemos o pormenor,
Encontramos a razão.
Por estarmos demasiado “próximos de nós”,
Não conseguimos a auto-análise crítica.
A razão assiste-nos sempre,
E não conseguimos ver para além dessa razão.
Distantes de nós,
Existimos como um outro ser,
Que por não sermos nós,
Nos mostra o nosso “eu”,
Que muitas vezes desconhecemos,
Que muitas vezes estranhamos,
Do qual por vezes,
Nem sequer gostamos.
Afastemo-nos então de nós,
Para que possamos,
No momento seguinte,
Voltar,
Mais fortes,
Mais convictos,
Mais determinados,
Mais conhecedores,
Mais humildes.
A razão que é sempre nossa,
Passa a ser secundária,
E o sentimento pelos que nos são queridos,
Revela-se,
Com certeza,
Como sendo o aspecto,
Mais importante da nossa existência,
Do nosso mundo,
Do nosso “EU”.
Então,
Nem que por breves instantes,
Afastemo-nos de nós,
Aproximemo-nos dos outros!
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