Uma cicatriz algures,
Umas rugas na face,
Umas mãos mais ásperas,
Marcas de vida,
Marcadas na pele.
Um olhar mais profundo,
Uma reserva no contacto,
Uma serenidade no diálogo,
Marcas de vida,
Marcadas na forma de estar.
Uma data que ficou,
Um momento que não esquece,
Um dia diferente,
Marcas de vida,
Marcadas na memória.
Uma mágoa no lembrar,
Uma alegria no viver,
Um gostar de alguém,
Marcas de vida,
Marcadas no sentir.
São várias e de vários tipos,
As marcas,
Que a vida nos vai imprimindo.
Algumas,
Surgem de onde menos esperamos,
Em completa surpresa.
Outras,
Surgem de forma natural,
E fazem parte de um processo saudável.
Mas há outras…
Outras,
Que somos nós próprios,
Que as fazemos.
A nós,
Por passividade,
Por falta de capacidade,
Ou simplesmente,
Por não saber lidar com elas.
A outros,
Por vezes a quem mais gostamos,
E ficamos a desejar nunca o ter feito.
E ao fazê-las,
Ficamos com uma cópia delas,
Gravadas em nós próprios.
E nunca,
Por muito que nos esforcemos,
Conseguimos apagar,
Sendo que em nós,
Doem muito mais,
Do que neles.
A outros,
Porque simplesmente lhes estendemos a mão,
Porque simplesmente os ouvimos,
Porque simplesmente existimos,
E estamos ali,
Dispostos,
A ouvi-los,
A apoiá-los,
A fazê-los sentir,
Que não estão sozinhos,
E que a vida,
É mesmo algo,
Que vale a pena,
Ser vivido.
Eu gosto de pensar
Que marco de alguma forma alguém.
Eu gosto de pensar
Que essa marca,
Acompanhará esse alguém,
Ao longo da sua existência.
Eu gosto de pensar,
Que esse alguém,
Quando um dia se lembrar de mim,
Irá sentir,
Em si,
Uma marca de vida,
Marcada no sentir!
1 comentário:
A vida que por nós passa, é uma grande história. E as rugas, que nos vincam a pele, são pequeninas histórias que retratam momentos dessa vida, bons, austeros, de sofrimento, de sorrisos.
Eu, não eliminarei as minhas histórias, porque ao apagá-las eliminar-me-ei a mim própria, ao meu percurso, às minhas pegadas, e que por mais insignificante ou comum que tenha sido, não deixa de ser minha, e sei que marcas iguais às que carrego e ainda vou carregar, não têm par em mais nenhuma história.
PCat
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