quinta-feira, julho 27, 2006

Sombra

Aqui mesmo ao lado de mim,
Está uma sombra.

É uma sombra,
Que me acompanha,
Desde que tenho memória.

Muito escura,
Muito densa,
Muito absorvente.
Difícil de ver qualquer coisa lá dentro.

Embora a sinta ao meu lado,
Embora saiba que ela está ali,
Sempre,
Vigilante,
Raramente olho para ela,
Procuro,
Não me tentar a fazê-lo.

Por vezes,
Com o cair da luz,
Ela cresce,
E parece que só ela existe,
De tão grande que se torna,
Por se fundir com a noite.

Outras vezes,
Com todo o resplendor,
Que a luz é capaz de ter,
Ela fica pequenina,
Quase imperceptível,
Mas,
Não deixa de estar ali,
Não deixa de existir.

Qual planeta,
Ela tem uma força gravitacional,
Que com o cair da luz,
Também ela,
Ganha força.

Por vezes,
Não sei se é a sombra que cresce,
Ou o poder de atracção que aumenta.

Por vezes,
Não tenho vontade de olhar para o outro lado,
Não tenho vontade de lhe fugir,
Apetece-me até,
Nela entrar,
E deixar-me levar,
Até à maior das profundezas,
Que ela conseguir.

E eu sei,
Que ela é como um buraco negro,
Que absorve toda a luz,
E que uma vez lá dentro,
É muito difícil sair.

Do seu interior,
Dificilmente se avista,
O que se passa lá fora.
No seu interior,
Toda a nossa luz,
Toda a nossa vontade,
Todo o nosso querer,
É por ela consumido,
Chegando mesmo,
A tornar-nos fantoches,
Fazendo-nos agir,
E até pensar,
Ao gosto dos seus caprichos.

Essa sombra,
Que eu tão bem conheço,
Não é,
Nem nunca foi minha amiga,
Mas,
Qual amigo que se preze,
Está sempre lá,
Ao meu lado,
Não para me apoiar,
Mas para de mim,
Se aproveitar.

E é incrível,
Como somos capazes,
De,
Por palavras,
Actos,
Ou omissões,
Afastar de nós,
Até os nossos melhores amigos,
Mas a sombra…
A sombra, não!

De onde provém,
A força,
A perseverança,
Que a sombra tem,
Para connosco,
E que nós muitas vezes,
Não conseguimos ter,
Para com os outros?

Qual o segredo dela?
Qual o alimento,
Que permite a sua subsistência?

Eu penso que a resposta,
Está em nós próprios.
O motivo da sua existência,
Está no nosso interior,
Porque ela sabe,
Ela sabe tão bem,
Que mais cedo ou mais tarde,
Para ela vamos olhar,
Com vontade de nela entrar,
E muitas das vezes,
Dela não mais,
Querer sair.

E o que penso,
Constituir o seu verdadeiro alimento,
É a nossa fraqueza!
A fraqueza que todos nós,
Temos guardada no nosso íntimo,
E que de forma infalível,
Mais tarde ou mais cedo,
De uma forma ou de outra,
Por um motivo ou por outro,
Acaba por se elevar em nós,
Superando,
Todas as nossas vontades,
Todos os outros sentires,
E fazendo com que nós,
Não só olhemos para a sombra,
Mas desenvolvamos em nós,
Uma vontade crescente,
De nela entrar.

Porque é assim com a sombra,
E não o é com a luz?
Porque será ela tão mais forte?

Depois de algum pensar,
Concluo que o seu segredo,
Reside no facto de ser,
Muito mais fácil cair,
Do que levantar!

75 comentários:

Anónimo disse...

sublime!!!

Anónimo disse...

Hoje, estou triste. Verdadeiramente triste. Não é apenas um dissabor, uma arrelia, um agravo… É um buraco que se abriu – uma sombra – que me ofusca a alegria que podemos retirar de todas as coisas… sobretudo das mais simples e menos elaboradas… como o gostar, o admirar, o contemplar as maravilhas que grassam em plena comunhão neste mundo.
Hoje, sinto-me só. Verdadeiramente só. Não é apenas a ausência, a falta, o isolamento… É a redoma que se fechou – uma barreira de sombra – que me mantêm além da existência, da actualidade, da realidade.
Hoje, estou tomado pela descrença, pelo meu EU que é a minha antítese e me quer aniquilar na contradição daquilo que sei que realmente sou.
Hoje, não devia ter acordado… o pesadelo é maior assim…
Meus dEUSES, como a tristeza pode ser incomensuravelmente maior do que aquilo que admitimos e estamos preparados para encaixar...

Anónimo disse...

"...como a tristeza pode ser incomensuravelmente maior do que aquilo que admitimos e estamos preparados para encaixar..."

Por vezes quando menos se espera somos deparados com o poder da tristeza. O seu poder aniquila toda a luz que nos rodeia.

Também sei, que embora forte este poder é, principalmente se for combatido, temporário.

Com certeza que o que te está a causar esta tristeza não passa por um pequeno degrau que foi descido...

Tens toda a luz à tua volta, andarilhus! è só deixa-la entrar nesse teu ser...

beijos

Brain disse...

Na essência dos sentimentos, está o nosso íntimo querer ou deixar que os mesmos aconteçam.

Acredito nisto, sinto isto.

Assim sendo, Andarilhus, assim que tenhas verdadeiramente VONTADE que esse estado passe, em algum tempo (pouco espero), ele estará superado.

Assim o queiras...
Assim o sintas...

Até lá, vive esse sentimento que hoje te povoa, porque no final, será o sabor doce da derrota do mesmo, que irá pervalecer.

Um forte abraço.

Brain disse...

Papoila,

Gosto de ouvir estas tuas opiniões feitas de um saber.

No caso presente, não será o melhor saber, mas... não deixa de o ser, e tu... muito bem revelas saber falar.

Beijo grande para ti.

Anónimo disse...

ahahha

sim saber falar....

acusei o toque

Anónimo disse...

Bom dia!
Hoje falta concentração para uma leitura válida.
Andarilhus,no percurso mais sabido ,existem por vezes despistes.Atrasam a viagem,mas não nos mudam o destino.
Volta atrás e segue pelo caminho que te parece,ser o melhor.
Talvez para chegar,seja preciso o caminho mais longo!
Fortalece ,esse "daquilo que realmente sou",é em frente rapaz.
Um beijo da Flôr

Brain disse...

Papoila,

Desta vez, enganas-te!

Não foi nenhum toque. Foi mesmo um elogio. Por vezes, fico agradavelmente surpreendido com o que escreves.

E "nota-se" quando escreves sobre algo que bem conheces (como me parece ser o caso).

Nota-se pela estrutura e pelo conteúdo e nestes casos, revela-se o teu poder de expressão.

Não foi toque, foi elogio mesmo!

Anónimo disse...

:))))

obrigada!!! é como me dizem: faz sempre a leitura das coisas pelo lado negativo...

em fim.. é a vida..

Brain disse...

A todos,

Por hoje, vou-me ausentar.

Deixo-vos este espaço livre, para as vossas considerações.

Um Bom fim de semana a todos.

Anónimo disse...

Estives-te no meu blog e comentas-tes os meus desabafos(que de total maluqueira, mas é o que sinto) e dizes que tenho saidas para as broncas que me caem em cima todos os dias! devo dizer que gostei que tenhas comentado o meu blog! e já que disses-te que tinhas respostas para as minhas questões, gostava de saber quais são ás respostas que tens para me dar!

Anónimo disse...

há dias em que o sol deveria ser proíbido de nascer, hoje é um deles


dei por mim sentada na café com 6 pessoas com o dobro da minha idd..

tem sido estes os meus tempos livres. cada vez me falta mais a vontade de sair, procurar passar melhor o tempo...

vim até aqui. se ficasse mais uns minutos desfazia-me em legrimas...

vazia é como me sinto.

sim, eu sei que tenho tudo,
sim, eu sei que tenho que controlar o meu cerebro
sim, eu sei que tenho que deixar de pensar

até as minhas meninas falam nele quando menos se espera..

é só um desabafo... e não precisam de responder... já sei as respostas de cada um. o problema é encontrar a resposta dentro de mim.

Anónimo disse...

Bom dia a todos.
Papoila, esse vazio é imenso (também já me foi - e por vezes regressa - chão), mas tem limites. Suponho que seja de forma circular. Assim, se estiveres no meio do vazio, decide-te por uma direcção e percorre-a em linha recta, para superares mais rapidamente a extensão dessa terra queimada. Movimenta o braço da iniciativa e procura novos interesses ou encontra-os – onde menos esperas – dentro do teu mundo. Não fiques estática. Reage. Sabes onde nos encontrar… bjs

Anónimo disse...

bom dia,
Uma boa semana para todos.
Se um pouco do meu perfume vos "sacar" um sorriso,uma quebra nessa vossa expressão fico contente!
Beijo meiguito para ti Papoila,Andarilhus.
Quanto a ti Brain,aquele sorriso que aprendi a fazer :))

Anónimo disse...

"Sabes onde nos encontrar… bjs"

Eu sei, mas não posso andar constantemente a "chatear" com as minhas coisas, que como te dizes voltam sempre. Circulo que não consigo quebrar...

Desde Julho do ano passado que este circulo já se completou umas 6 vezes e ainda não o consegui quebrar...

Ontem ao acordar lembrei-me que para agravar a situação hoje começam as férias das minhas meninas com o pai. Vai ser dureza aguentar também essa ausência...

Como é? "Movimenta o braço da iniciativa e procura novos interesses ou encontra-os – onde menos esperas – dentro do teu mundo. Não fiques estática. Reage." Só de ler fico cansada...

Notícia boa: Castelo já tem tecto, e vai começar a ter muralhas...

ps: gostei MUITO de VOS ver... por vós e por mim (dá esperanças)..

Anónimo disse...

pensava-te de férias, flor!...

Anónimo disse...

...perdoa-me... hehehe... mas, para mim, escrever sem vestir umas roupas aos conceitos, não dá gosto.
Quero dizer: pelo que sei, há duas formas de dar a volta a um momento menos bom: Uma é confrontar tenazmente a situação até um desfecho decisivo; a outra é procurar interesses novos, que nos preencham a atenção. Se olhares para as realidades que já conheces com um outro olhar, talvez encontres, internamente, outros focos onde esqueças esse vazio (nem que seja apenas por algum tempo). É bonito acompanhar o crescimento do castelo, não é?
Sim, mantem a esperança por companhia... ela ajuda bastante.

Brain disse...

Bom dia a todos,

Papoila,
"é só um desabafo... e não precisam de responder... já sei as respostas de cada um. o problema é encontrar a resposta dentro de mim."

Relativamente a isto, tenho vontade de te dizer uma série de coisas, no entanto, há apenas duas que vou "deixar sair":

1. Tens toda a razão, conforme bem demonstras saber, quando dizes que o problema é encontrares a resposta dentro de ti. Tens de facto que o fazer. Mas, apenas acrescento a isto que, a resposta está de facto dentro de ti e tens de a encontrar aí, mas não tens necessariamente de contar apenas contigo para a encontrar.

2. NUNCA penses que já sabes a resposta de cada um. Se pensarmos isso, as razões do diálogo acabam. E porque as situações evoluem, e porque todos os dias há "dados novos", as respostas nunca poderão ser as mesmas. Similares... talvez. As mesmas, nunca.

Beijo grande para ti.

Anónimo disse...

:))) eu por vezes penso que seria mais aconselhável para mim escrever como vocês (alguns) escrevem... mas eu não consigo, o que faz com que me sinta mais exposta... facilmente me identificam ...

sabes uma coisa? hoje tá dificil e dizes certas coisas que me soltam as lágrimas: "mantem a esperança por companhia... ela ajuda bastante."

eu sei que ajuda... quando a tenho nem me descontrolo lá em casa com elas.

o problema é que não é uma companhia qq que nos satisfaz, não é? se fosse, tudo seria mais facil...

sinto o tempo a fugir-me das mãos. os meses passam, depois os anos e a falta daquela específica companhia mantem-se.

antes ainda saltava por aí em outras companhia, agora não. não vale a pena. tb considero isto um progresso, mas doi.

ps: flor, não tentes dar-me um empurrão. hoje não...

isto passa. quando o circulo se fecha novamente, na fase dura, custa no princípio. depois passado uns tempos (minutos, dias, meses, não sei) começa a voltar tudo ao normal.

o meu normal é alone...

Anónimo disse...

quanto ao castelo: sabe muito bem.

ontem andei a explicar onde se situavam as divisões... andam todas contentes. eu tb! vai ser o MEU castelo...

brain... não sei o que te dizer

Anónimo disse...

Papoila, as relações de companheirismo e amizade começam por nós próprios. Temos de ser bons interlocutores connosco (internamente). A esperança deve ser procurada eventualmente no conselho ou num exemplo externo, mas deve ser sobretudo cultivada no nosso querer e acreditar.
E se, por momentos mais ou menos longos, não temos "aquela" companhia que desejamos, temos a nossa "própria" companhia. É a solidão acompanhada pelo teu melhor amigo: tu mesma.
Todavia, vê-se que a tua vida também não se resume a isto e tens muitas vivências onde procurares a fuga do vazio. Dedica-te e concentra-te mais nesses outros “povoadores” da tua pessoa.
Quanto ao “chatear”, acho que cabe a cada um de nós definir o seu ponto de saturação: abusa!
Já imaginaste o castelo pronto?

Anónimo disse...

Bom dia!
Tenho somente lido o que se escreve por aqui.Às vezes também me sinto como a Papoila, apetece-me ler e não dizer nada. Mas hoje...tenho de dizer qualquer coisa....
Papoila: então? Sei como te sentes, em tempos mais afastados também me senti assim.
Agora tudo é diferente e já sabes porquê.
Concentra-te no teu castelo,e orienta as tuas forças nele, agora que uma pequena tempestade se abateu sobre ti, afinal o castelo é algo que cresce um pouco todos os dias, e cada dia que passa ficas mais perto de ocupares esse espaço onde tenho a certeza irás ser muito feliz juntamente com as tuas princesas.
Vá, não desanimes! E mais uma vez repito o que já foi dito: sabes onde nos encontrar...
Um beijinho para todos, mas em especial a quem dá cor ao meus dias!

Anónimo disse...

ioadrtPapoila,
Ter-te amizade é acima de tudo respeitar-te.Por isso,não te vou transmitir o que o teu "ps:",me fez sentir.
Estou sempre a querer saber que estão bem.
Força!
Quanto aos meus outros dois amiguinhos,este fsemana pensei em vós.Espero que parem sempre que a encruzilhada surgir...
Temos por vezes as coisas,e falta a sua conjugação.
Ser Feliz,é algo que implica e exige muito de nós.
Fiquem bem

Anónimo disse...

as letras que antecedem o "Papoila",não tem significado.nem entendi como foram aí parar...

Anónimo disse...

:))) sim, já o imaginei pronto!

estou com saudades de ter o meu cantinho...

há quem diga que no fim do ano estará... eu não acredito, acho um exagero...

arcoiris: beijos tb para ti

Anónimo disse...

Pois, dá largas à imaginação e constroi o teu lar. O que vais querer na cozinha, como vais forrar as paredes da sala... No teu cantinho encontrarás mais um pulo qualitativo para a harmonia e balanço. É um sítio especial para pensar... e sonhar.
Depois, faço (como tu sabes que faço) um presente especial para o teu castelo (e contrastar com os demais biblots pulidos!). Tenho de começar a pensar... lá para final do ano já lá estás!

Anónimo disse...

Bom dia,

Decidi partilhar algumas frases que gosto de ler quando estou triste.
Escolhi estas duas especialmente para a Papoila...

Quem sabe Deus quer que conheças muita gente errada antes de conheceres a pessoa certa, para que quando a finalmente a conheceres saibas estar agradecido.

Nunca deixes de sorrir, nem sequer quando estás triste porque nunca sabes quem se podera apaixonar pelo teu sorriso.

Gabriel Garcia Marquez

Anónimo disse...

Obrigada!!! fico a contar com a tua marca no meu castelo.

boa ideia!!! "forrar" o meu castelo com as marcas das coisas boas da vida!!

o empreiteiro disse isso à engenheira que acompanha a obra... vamos lá ver... tb acho um exagero. conto mais para Março...

Anónimo disse...

divina, gostei em especial desta:

"Nunca deixes de sorrir, nem sequer quando estás triste porque nunca sabes quem se podera apaixonar pelo teu sorriso."

Obrigada

Anónimo disse...

flor, por vezes os teus empurrões põe-me p'ra baixo. e já me deste alguns relacionados com este tema.. por isso te disse aquilo

Anónimo disse...

Talvez nunca te soubesse dizer exactamente o que quero!Dou-te por tal direito desse "ps",triste para quem é tua amiga.Ou talvez,tu não queiras ou saibas entender!
Mas ,aceito...
Fortalece,e segue,eu estou bem e aqui para quando quiseres.
Quanto aos teus pensamentos Divina,lindos e cheios de essência.
Vou pelo primeiro,que me parece remeter ao segundo.
Muito lindo,e HOJE,escrevo-o para mim e leio em voz alta!Isso é mesmo assim!

Anónimo disse...

oi bom dia!!!

obrigada pelo apoio ontem. tou melhor. nada como desabafar e receber o mimo dos amigos...

beijos até já

Anónimo disse...

bom dia.

Anónimo disse...

Bom dia, Papoila e Flor.
Bom dia a todos. Dia 1 de Agosto... tantas memórias...

Anónimo disse...

memórias de férias, de mar, calor, de cheiro a praia entranhado na pele...

bons momentos. a adolescência é fabulosa. deve ser vivida a 100%!

Anónimo disse...

...memórias do bilhete de autocarro, da viagem de 4 ou mais horas e a chegada ao paraíso; memórias das passagens diurnas por diferentes aldeias, a pé, descalço e visita às festas populares após o entardecer. Lembranças dos dias quentes e os mergulhos nos tanques dos campos; memórias das noites de estrelas amenas e brisas frescas. Memórias de amizade e companheirismo; de brincadeiras e traquinices. memórias...

Anónimo disse...

... e dos banhos no rio; dos namoriscos pelos campos; das noites quentes no ádro da igreja, com violas à mistura...
...das despedidas nas estações de comboio...

memórias de verão, quem as não tem?..

Brain disse...

...dos dias de calor "intermináveis";
...dos dias inteiros de praia durante 1 mês;
...dos saltos nos rochedos da praia;
...da pesca dos peixinhos "larotes", quando a maré estava baixa;
...dos passeios de bicicleta pelos montes da aldeia;
...do serrar das árvores para providenciar a lenha para o inverno;
...das 7 horas de viagem até chegar à aldeia (quando agora se faz em duas);
...das 2 horas de autocarro só para chegar à praia;
...

Anónimo disse...

... e do: "óhh má da-me um gelaaado!" sempre que iamos à noite à avenida (era como nos referiamos ao passeio à noite na av. brasil na foz)...

... e do: "óh má já posso ir ao banho?! "...

que paciência ela tinha...

Brain disse...

Pois era!

O banho... "só às 4!" e os minutos que nunca mais passavam!

"sai da água que já aí estás à muito tempo e estás gelado!"
"- Não! está boa a água!"
(dizia de pernas a tremer e dentes a bater)

Anónimo disse...

…memórias de assaltos aos pomares, rapinices de cachos de uvas… memórias de acordar no final da manhã e adormecer noite alta; tagarelice já para lá da vigência da luz pública. Memórias de viagens nocturnas de muitos kms, de terra em terra, atravessando campos majestosamente iluminados pelo luar e pela via láctea ou por bosques tão densos que proibiam qualquer espreitar da Lua… tantas sombras, tanta intrepidez.
…memórias de “caça” pelas capoeiras e a preparação de lautas “tainadas”, degustadas num palheiro com cobertura de colmo ou entre as giestas, sentados num confortável afloramento granítico…
…memórias…

Brain disse...


"Assaltos aos pomares"
"caça pelas capoeiras"...


Andarilhus, eras "fresquinho" eras! :)
Ou será... que ainda és?
LOL

Anónimo disse...

agora digam-me se só eu estou a sentir este bem estar, de aperto no estômago (só de lembrar as memórias) e um sorriso nos lábios?

vocês tb estão assim! apanhei-vos! estou a ver-vos iguais a mim...

Anónimo disse...

é, ele tem uma cara de menino bem comportado, mas quando dá o ar de sua graça...

Brain disse...

CLARO QUE ESTAMOS!!!!!
:) :) :)

Pois... só falta dizer que também foi acólito!

Anónimo disse...

Reconheço…era (sou?) um pestinha… bem intencionado!
Gosto de uma boa maroteira… que não prejudique ninguém… pelo menos, que não prejudique muito… ;-)
Quando os planos começam a resvalar para a aventura é quando mais me cativam…
E, noutros, tempos acontecia mais o contrário: a aventura que por vezes resvalava para os planos…

Relembrar, desperta muita coisa adormecida. desde que escrevi isto que aqui está ao lado da caixa de comentário... muita coisa recuperei em mim. Muitos tesouros, que me acodiram noutras andanças e que agora recupero para o meu bom equilibrio.

Anónimo disse...

... é como te dizia, Papoila: recuperei a minha própria companhia. Julgo que já não me sentirei só se voltar à tristeza e à solidão. sei que há outros meios (sempre os houve, eu é que os escondi de mim).
Estas lembranças mostram que temos muito por onde tirar o exemplo de força e alegria.
Recordo coisas que não lembrariam ao próprio dIABO!
Escrever no Galga Courelas também me faz viajar por tempos presentes, em conjugação com o passado e com as memórias...
O último post é exactamente sobre isto...

Anónimo disse...

já o li andarilhus..

Anónimo disse...

Boa tarde a todos.
Que agradável surpresa, quando comecei a ler este descrever de memórias partilhadas por todos
Que agradável sensação, a de recordar os tempos de verão, de férias, de juventude...
tive vontade de também partilhar algumas das minhas memórias:
- as de passar férias em casa de uma tia na aldeia e ela me ensinar a fazer "broa", amassar, levedar, fazer e por no forno;
- as de correr pelos caminhos de pedra da aldeia, com um arco de ferro e fazer tudo para que ele não caísse e continuasse sempre a rolar;
- as de tomar banho, na "lobada", junto ao moínho de água,

etc, etc, etc

que bom.....

Porque não transformar as nossas boas memórias na "tal" sombra, que está sempre presente, que nos acompanha, e deixar-nos caír nela sempre que nos sentimos "em baixo", fazendo que essas memórias boas nos acalmem a alma.

beijos

Anónimo disse...

boa ideia kitty... que bela sombra, refrescante e revitalizante...

me vou... vou apanhar sol à beira mar, com este gostinho das memórias na boca...

Anónimo disse...

O espírito de cada um... engraçado!
Enquanto vocês recordam,eu faço "história",para amanhã recordar.
Animado,quase vejo a cor dos vossos calções e fato de banho da Papoila com folhitos.Bonés e chapeú de palha!O vosso riso de criança,ouviu-se durante o dia.
"Olha a batatinha!Olha a lingua da sogra e a pipoquinha"
E tudo se queria,e tudo era a alegria de ser criança.
Beijos a todos

Anónimo disse...

Bom dia,
Ficou tudo na praia das memórias?
Estou quase a ausentar-me por uns dias.Amanha vou ter com os piratitas,que bom,que saudade!
Tenham um bom dia.

Anónimo disse...

Bom dia! Bom dia flor... manténs o pátio do diálogo aberto e arejado...
As memórias podem ser um bom alimento da alma, mas não podemos esquecer as realidades. e a realidade permite - dá lugar e ensejo - a que se criem novas memórias para futuro. "(º0º)"

Anónimo disse...

oi. tenho vindo cá, mas não me apetece falar...

Anónimo disse...

há também memorias que nos prendem, que não nos deixam viver

Anónimo disse...

Olá amigos,
Andarilho,estou....Feliz!
Com o pátio do coração limpo,e o sentimento arejado :)
Bjs

Anónimo disse...

Flor, muito bem! Caminhas sobre as águas com a sapiência de quem se sente tão imperturbavelmente leve como o vento. Não te esqueças de manter a manutenção de limpeza e arejo constantes… Sê feliz e faz os outros felizes pela tua felicidade… Um olhar e um sorriso testemunham, contagiam e são cúmplices…

Papoila, hum… Não te prendas, quando tens tantos balões de sonhos por onde viajar e sair. Essas memórias, ata-as com a pedra maior do esquecimento e atira-as para o poço mais fundo, mas não te enleies no cordel. Deixa-o correr sem que pare. Algum dia verás, finalmente, a ponta de cá também a desaparecer na obscuridade. Até lá, dá mais importância às memórias e coisas presentes BOAS.
Diz-me: passavas férias sempre com o mesmo grupo de pessoas? Criavam-se laços que provocavam o desejo de o ano passar rapidamente até às férias seguintes?

Bjs

Anónimo disse...

Bem...
a trocar os nomes...estou nas nuvens :)
A correcção:Andarilhus!
Farei tudo para não esquecer de pôr em prática tudo que vou falando.
Estou mais atenta:"A água não passa duas vezes debaixo da ponte".
E eu refresquei a alma....
Bjs

(isto é das memórias:"o amor de verão!")

Anónimo disse...

sabes andarilhus há memórias que tão boas que são que nos impedem de ver a tal ponta da corda.

só este ano, umas 5 tentativas de reviver as memórias e 5 cortes absolutos...

sobra mais um atirar da pedra ao charco e tentar não olhar para não ver a ponta da corda que teima em não desaparecer.

parece praga, mas a corda não desaparece...

férias? apenas com familia ou alone. este ano já tive os meus dias sozinha, já tive férias com amigas (que foram fabulosas, tunis, tunis..) agora vou com as minhas meninas.
tenho que fazer planos para cada dia, para que a p... da corda não teime em me acenar, dizendo: "estou aqui, estou aqui"

Anónimo disse...

ups: "sabes andarilhus há memórias que tão boas que são que nos impedem de deixar de ver a tal ponta da corda"

Anónimo disse...

Papoila: Não estarás a fazer tentativas demais em tão curto espaço de tempo? (desculpa se te estou a incomodar, uma vez que tenho apenas uma vaga ideia do assunto e posso estar errado).
A vontade pode ser muita e a esperança também (e ainda bem), mas, sabes que assim é um acumular de frustrações. Ainda não faz muito tempo que disse a alguém ;-) para, perante tamanha ansiedade, tentasse, por algum tempo, não procurar, deixar repousar os guerreiros e viver com aplicação toda a “restante” vida.
Talvez, desse modo, a corda também mingúe. Nota, no entanto, que toda esta prosa só funciona se acreditares nela… Tens de encontrar um escape… eu, escrevo…

Flor, outro Andarilh…?!? Hum, olha que somos todos dementes! ;-))

Anónimo disse...

Amigo...
O que é ,e o que será????
Hoje sinto-me a Flor mais bela do canteiro.
Se seco amanhã?Não sei...
Hoje sou das mais belas...
Papoila,não te "deixei",mas só te falarei quando te achares com força para os meus "empurrões" :)

Anónimo disse...

as iniciativas das tentativas não foram tomadas sempre pelos mesmo lado. mas concordo que a frustação e desgaste é grande...

a vontade é imensa, do tamanho do mundo, a esperança, reduzidissima... a tender para zero...

Anónimo disse...

hummm, linda flor! que animada?!
deixa-lá o amanhã!

podes falar à vontade, desde que sejas branda...

Anónimo disse...

Sou sempre animada...
Hum,notam diferença?!?!
Ainda bem,pois...estou agora mais Feliz.
Caminhamos,e um dia ao chegar ao cume,pode estar sempre alguém...e esse já cansado por ter esperado tanto por nós.
Perfume.

Anónimo disse...

hummmm, flor...

Anónimo disse...

Bom dia!
Vou contar-vos um segredo:
O dia está nebuloso, mas está sol! Só temos de retirar a névoa de cortiça que tapa a sua majestosa presença.

Também estou assim. Sei onde pára a minha felicidade, mas tenho algumas cortinas de trabalhos e empenhos a afastar. O meu sol está lá, sinto o seu calor e já quase o vejo…

Ala, que se faz tarde!...
"(º0º)"

Anónimo disse...

que revelação oportuna, andarilhus!
vou usar o teu segredo. posso?
chuaaac

Brain disse...

Meus amigos,

Eu até vos digo mais: Já apanhei chuva hoje, mas entretanto as nuvens dissiparam-se e está a ficar UM CALOR....

Anónimo disse...

Papoila, usa, usa… Verás que te sentes melhor…

Mais, dissipam-se as nuvens e não só encontramos o SOL que imaginávamos, como descobrimos que afinal o seu CALOR é imenso. Respiramos fundo, de olhos semicerrados e escutamo-nos: “Valeu a pena ter esperado!”.

Anónimo disse...

tb tive chuva, intensa mas rápida. conto que sejam os últimos resquícios desta tempestade que passou aqui por cima...

boa esse teu "UM CALOR", mas eu prefiro que o meu calor apareça brandamente... tenho receio de tempestades tropicais...

Brain disse...

As tempestades tropicais, têm caracterísitcas fantásticas:
- Aparecem de repente;
- São Intensas;
- São Rápidas!
Num abrir e fechar de olhos, tudo volta à "normalidade"

Assim o consigamos fazer nós, com as nossas tempestades.

Beijo grande para ti Papoila! :o

Anónimo disse...

pois, mas pressupõem um âmbiente de "altas temperaturas" e eu, actualmente, prefiro as amenas...

Brain disse...

É isso mesmo Papoila,

Procura os ambientes onde te sintas melhor, e deixa as intempéries para quem delas precise.

Anónimo disse...

Magnífico!
...
Deixo só uma ideia meio estranha...
Imagine uma esponja...
se a água for um momento triste...
Ela absorve...

Assim é também com essa "força"!
Vai absorver tudo o que está guardado e junta a qualquer coisa menos boa que acontece no presente.

Essa sombra pode chegar de mansinho, sem percebermos que nos tomba.
Por isso quase nos vence!
Mas, levantar é (quase) sempre possível.
Depende da nossa vontade mas não só.

Tudo de bom.
Um abraço,
MªJ.