quarta-feira, outubro 25, 2006

Medo

O medo, essa força misteriosa que nos rouba a alegria e o sonho, devia vir no dicionário como antónimo de vontade.
O medo é como um terreno minado; nunca o atravessamos mesmo que do outro lado estejam todos os nossos desejos.

Margarida Rebelo Pinto
in "Diário da Tua Ausência"

11 comentários:

Brain disse...

"Desculpem o desabafo... mas esperar é, muitas vezes, apenas o nosso medo de mudar..."

Tens razão PP, muitas das vezes o medo é que nos condiciona.
Fiz um Post, em 26/Abr intitulado "Medos e Vontades" e agora, que re-li esta "definição" em conjunto com o teu "desabafo" achei por bem publicá-la.

Um bom dia a Todos.

Anónimo disse...

...o medo de deixar algo a que já estamos acomodados e, sendo bom ou mau, dominamos e conhecemos bem os meandros em que nos movimentamos. O medo de perder, por muito pouco que seja aquilo que se vai com a mudança. O medo de ficarmos perdidos, sem rumo ou orientação, sem sentido de vida, O medo de passar do dia (por muito enevoado que seja) para a noite. O medo de encontrar outros medos.
Mas o medo também cansa e perde força quando, acicatados pela falta de outras soluções, resolvemos finalmente admitir que a mudança é um mal ou um bem necessário. A vontade sai do esconderijo e avança para a decisão. As pessoas estão, umas mais outras menos, habilitadas ou obrigadas a lidar com o medo... assim nos exige a vida, assim nos confronta a vida. “(º0º)”

Anónimo disse...

medo, medo, medo...

e quando a fonte medo está prefeitamente identificada, como lutar contra ele?...

contornar astuciosamente a sua fonte?
fazer frente?

como, como, como?

Anónimo disse...

sorry os erros..

Anónimo disse...

Se os desejos estão do outro lado., a barreira do medo,casa não desaparece,diminui.
bj.

Anónimo disse...

...caso não desapareça,diminui...desculpem.

Brain's Wife disse...

Medo...

O meu maior medo, é o de PERDER
De perder alguém
De perder os que mais amo,
Tenho medo que lhes aconteça algum imprevisto, e deixem de fazer parte da minha vida, desta vida...
Talvez este medo seja um pouco obsessivo, mas acompanha-me já há muitos anos, desde que perdi um ente querido, de uma forma completamente inesperada e marcante.

Tenho medo de perder o meu grande amor, medo que o amor dele por mim deixe de existir, pois não acredito no "felizes para sempre"
E com as relações pessoais tão intensas que todos vivemos no nosso dia-a-dia, nomeadamente profissionais, pode existir sempre alguém que se torne o novo amor, daquele que amamos.

Contudo e em jeito de remate, tenho medo de perder, mas não tenho medo de viver. Por isso, tento todos os dia enfrentar este medo e seguir em frente.

Beijos

Anónimo disse...

Papoila, quando a fonte do medo está bem identificada há que combatê-la... não às cegas, mas procurando os seus pontos fracos e agindo com determinação... e se, no limite, nos sentimos cansados, saturados e impotentes para o combate, há que procurar os verdadeiros amigos, aqueles que nos defendem a qualquer preço...

Como a Kitty, tenho um medo ENORME... o de perder a minha Mãe... e os meus Irmãos... e os meus Amigos... mas, há tempos, enviaram-me este pensamento magnífico:

"... E de novo acredito que nada do que é importante se perde verdadeiramente. Apenas nos iludimos, julgando ser donos das coisas, dos instantes e dos outros. Comigo caminham todos os mortos que amei, todos os amigos que se afastaram, todos os dias felizes que se apagaram. Não perdi nada, apenas a ilusão de que tudo podia ser meu para sempre."
Miguel Sousa Tavares
(a propósito da perda de sua Mãe, a escritora e poetisa Sophia de Mello-Breyner) – Julho 2004

Brain's Wife disse...

Bom dia

Pensamento magnifico este, PP

Encaixa direitinho no meu estado de espirito actual, por isso vou acreditar "... que nada do que é importante se perde verdadeiramente." e que afinal "Não perdi nada, apenas a ilusão de que tudo podia ser meu para sempre."

Obrigada, por este pequeno, grande contributo.

Brain disse...

Kitty,

Tenho medo de perder o meu grande amor, medo que o amor dele por mim deixe de existir, pois não acredito no "felizes para sempre"

Eu não acredito no amor eterno por si só. Mas acredito que o amor vivido, "trabalhado" a dois, pode ser eterno.

"Felizes para sempre" penso que é perfeitamente possível. Assim os dois o queiram, assim os dois façam por isso.

Põe de lado o teu medo, e mostra o teu amor ao teu "grande amor".

Já lhe disseste que o amas hoje?
Já lhe deste aquele beijo carinhoso junto com aquele abraço cúmplice?

O amor não existe por existir. O amor, conquista-se e "trabalha-se" em prol da sua conservação.

Beijo.

Brain disse...

PP,

Pensamento magnífico este.
Vou fazer um Post dele.

Obrigado por mais um excelente contributo.