Inspiração apartir de uma imagem...
Sobre os destroços do que fomos,
Há um pó que ainda paira no ar,
Pequenas partículas de sentimentos,
Que teimam em não repousar,
Sobre os destroços do que fomos.
Esses destroços que por vezes visito,
Onde por vezes vou para nos tentar ver,
Despido de quaisquer pensamentos
Anteriormente feitos,
Permanecem suspensos no tempo,
Como que à espera,
Que deitemos mãos à obra
Para os erguer de novo.
E eles não sabem,
O tamanho da minha vontade,
Em fazê-lo.
E eles não sabem,
Que eu permaneço à tua espera.
E eles não sabem,
Que é o aproximar da tua silhueta,
Que busco,
Quando desta varanda,
Pendo a minha cabeça sobre os braços,
E fixo o chão,
Onde outrora deixavas a marca dos teus pés,
No regresso a casa.
Os destroços permanecem,
Empoeirados.
E a minha vontade,
É que eles assim possam permanecer.
Porque neles ainda vejo a tua forma,
Neles ainda consigo sentir o teu odor,
Porque ali,
Naquele lugar,
Tu ainda existes,
Comigo.
São apenas destroços,
Meros cacos do que fomos,
Mas neste momento,
Para mim,
São tudo!
Se calhar,
Um dia,
Surges tu e incentivas-me a reconstruí-los.
Se calhar,
Um dia,
Arranjo alguém com quem os reconstruir.
Se calhar,
Um dia,
Eles simplesmente, desaparecem!
Mas nada disso agora importa,
Nada disso é relevante,
Porque as memórias do nosso amor,
São tantas e tão grandes,
Que não cabem naquele espaço,
Nem têm tempo!
Espero por ti!
8 comentários:
De facto, existem imagens que contam histórias.
E os destroços que fomos um dia são pilares de betão do que somos hoje, do que queremos ou não ser amanhã.
Os destroços são a nossa história e com eles deveremos aprender.
Por isso, empoeirados ou não, eles lá permanecem, na história. Nunca se sabe quando vamos precisar de nos lembrar deles!
Beijo e parabéns, pelo ar renovado deste post!
Muito bonito!
Muito giro, meu Brain. Continuas com uma escrita fantástica, para não dizer que está cada vez melhor.
Bem escolhida a foto, gosto muito do contraste da beleza do corpo, com o "cinzento" dos destroços. Gosto dos contrastes da vida, e não da monotonia da mesma.
Ao olhar para esta imagem, prefiro reter a beleza daquele corpo masculino (em vez dos destroços), lembrando-me que ainda existem corpos dignos de serem olhados e apreciados.
Beijos
TUA
Dos destroços que recordo neste momento prefiro fixar o propósito que esteve por detrás de cada um deles.
À ideia de destroços como o presente, expurgado do mais ínfimo dos sentimentalismos e saudosismos, gosto de recordar a carga histórica do passado e que colocou suspenso no ar aquilo que outrora fora um sonho, uma obra, e que hoje se resume a pó que insiste em pairar no ar.
Porquê olhar para o passado?
Porque está lá a nossa identidade e é agarrados a ela que lançamos braços arregaçados para o futuro.
Olhar para o passado de forma bela, com ânsia de um menino de chegar ao futuro.
E aí sim, temos o sonho transformado novamente em realidade.
Os detroços... são apenas e tão somente uma passagem, a metamorfose do que seremos. E no futuro aí sim, este passarão a fazer também parte do nosso espólio de identidade, tal como o registo de ADN desta nossa existência.
Tempestade,
O nick-name é poderoso e o comentário de igual forma.
Contributo excelente!
Sê bem vindo(a)!
Espero voltar a ver-te por cá.
Obrigado,
O vosso blog também é muto profundo.
Bom dia,meu querido tempestade,sim porque és o nosso!
Tu tens uma escrita poderosa,bela,e infiltrante.
É fantástico o que os destroços provocam em cada um!!!e é certo que se uns "acabam ali",outros agarram o "adubo" da vida e lutam pelos sonhos.
O teu sorriso assim o indica,os teus atributos a mistura de "ambientes" a Tempestade!
Parabéns.
Todos crescemos com os erros,quase todos lamentamos as falhas,mas triste de quem não viu onde falhou o que falhou para mudar.
Tanta vida,e tantas reconstruções.
Prometam que a doçura dos sonhos,nunca acabem em amargura e destroços.
A vida é isto,e cada dia tem mais sabor.
Perfume para todos
O passado e os odores cósmicos que dele remanescem em memórias, em destroços e em sonhos, são como feitiços que nos turvam a visão presente. Turvam porque condicionam a nossa existência, atribuindo cores, formas e movimentos que, de facto, não existem, mas teimam em nos alimentar na ilusão da sua existência. Se mantivermos as cordas tensas do passado, não gozamos plenamente e na sua genuína essência o presente, remetendo a vivência deste, como passado, num futuro próximo. É como uma linha de montagem que começa a adiar os processos naturais. Respeitem-no, mas não se percam no passado, por respeito também ao seguimento espontâneo da vida...
Brain: abraço. Cumprimentos para todos.
"(ºoº)"
João Cordeiro,
Obrigado pelo alento e incentivo.
Continua por cá, enquanto isso te fizer sentir bem.
Abraço,
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