sábado, dezembro 09, 2023

TEMPO

Acordei com o sabor do teu nome na minha boca.
Voltei a fechar os olhos como querendo resgatar-te para luz e disse baixinho o teu nome. Como que a murmurar Amor ao teu ouvido. Mas tudo é agora longe e o tempo tem uma dimensão muito diferente. Porque é assim o tempo dos sonhos. E no entanto, também nele tu permaneces. Onde a intimidade é sempre outra. Onde os dedos se riem junto com a tua pele. E nela plantam raios de sol. Que a fazem brilhar. Como os teus olhos. Magnéticos. Dos quais todo o tempo passado longe é um desperdício de existência.

Acordei com o sabor do teu nome na minha boca.
E com a força com que um barco fende as águas de todos os mares, o meu corpo chama por ti. Em vontades. Desejo de continuidade. Profundo. Nestes encontros incontrolados és sempre Tu. Como uma inevitabilidade. Onde existimos a pedaços. Em descontínuo. Mas sempre em vontades. Contínuas. Sem tempo. Pois em todos os tempos tu existes. Em mim. Assim. Em Amor.


Quero-te em todos os tempos.
E o tempo contigo é sempre isso.
Medida. Em falta.

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