Há momentos,
Em que somos abruptamente
E de forma avassaladora,
Invadidos por um sentimento,
Que,
Absorve todas as cores do nosso ser,
Nos desnuda a alma,
Nos desarma os sentidos
E faz com que a dor,
Seja maior que o peito.
E assim,
De alma nua,
De sentidos derrotados,
Somos levados a sucumbir,
À inevitável
Implosão do nosso ser,
Sobre nós próprios.
Então,
A saudade do futuro,
Torna-se algo de maior,
E a simples impossibilidade
Da sua existência,
Cria em nós um desejo,
De saltar o presente,
E passarmos a coexistir,
Num universo paralelo,
Em que esse futuro inexistente,
Seja uma realidade,
Em conjunto com o nosso presente,
Completo com todas as suas cores.
E esses sentimentos,
Por vezes,
Surgem como vagas,
De forma sequencial,
Umas após outras,
Numa cadência irregular,
Que por serem assim,
Potenciam a dor,
Pela simples expectativa,
Da sua ocorrência.
Entre as vagas,
Vislumbramos as cores de qualquer céu,
Que não sendo o nosso,
São uma promessa,
São um desejo.
Quando a maré acalma,
E a tempestade passa,
Vislumbramos novamente o nosso céu,
Que,
Com a violência da tempestade,
Nos passa a parecer diferente,
E o azul dele,
Não mais parece o mesmo,
Não mais é o mesmo.
E assim,
Entre as vagas do sentir,
Vamos aprendendo a viver,
Uma vida que não era a nossa,
Uma vida que não gostávamos,
Uma realidade,
Contra a qual queremos lutar,
Que teimamos em combater,
Mas que,
Por existir,
Nos leva por vezes a mergulhar,
Para tentar evitar,
Uma nova “Vaga do Sentir”.
10 comentários:
Há vagas assim, que destroem muralhas e telhados, partem cercas e arrancam árvores inteiras pela raiz.
Esses tsunamis, que tão avassaladores são, também passam.
Levam gente, levam vidas, levam sonhos desfeitos em areia. Mas passam.
E quando o mar revolto decide voltar ao seu lugar e o nosso coração também, conseguimos vislumbrar um céu ainda mais azul, nuvens ainda mais brancas, plantas resistentes ainda mais bonitas, mesmo tendo passado despercebidas toda uma vida.
E por detrás de tantas cercas partidas, a vida não deixa de acontecer, as coisas vivas não deixam de crescer e nós não deixamos de continuar a construir castelos, mesmo sendo de areia e mesmo correndo o risco de uma qualquer vaga o querer derrubar.
PCat
ultimamente só sinto estas vagas. as minhas a as de muitas pessoas que conheço. dou por mim a aconselhar estas pessoas, quando eu própria não consigo me lembrar que são vagas e que, por isso mesmo, irão passar.
o que se passa? porquê tantas "vagas"? será que não conseguimos parar com o corre-corre, com a procura de algo que nem nós próprios sabemos o quê?
beijos.
parabéns!!!
Papoila, o único comentário que me ocorre é pedir-te que leias o meu post anterior o "O meu sorriso".
Vou preparar uma "surpresa" para ti.
Beijo.
Vagas...Quantos nomes e metáforas para estas quedas sem fim que teimam em querbrar o ritmo da reconstrução.
Tanta destruição,e tantas teorias para levantar e seguir...Aprendi a ser muito racional,a fazer as sequências,para mim certas...Mas quando vejo ,que a teoria aparentemente certa me levou a um caos interior!!!Tudo caí.E aí a VAGA,é quase intransponível...pois levou a minha força,e arrastou o meu passado.Compôs nos meus dias a melhor a mais bonita das letras;para aquela que gostaria que fosse a melodia do meu sonho!
E...e foi aí que errei..entreguei-a para ser cantada,a alguém que não tinha voz...E eu não soube dizer:Esta letra não é para ti...
Deixei ir-me na vaga e nunca dei voz à melodia do MEU SONHO.
Papoila,"o meu sorriso";eu que tanto falo nisso...comentei como anónimo.Obrigada por me trazeres ao cantinho das letras
"quebrar"
eu já tinha lido, ontem, o "o meu sorriso", e gostei MUITO. Acabei por "mostra-lo" à flor...
sempre que venho aqui, supreendes-me...
és uma linda caixinha de surpresas.
tudo de bom. TUDO MESMO!!!!
Papoila,viste o "Mesmo que..."
Vê,vale apena sonhar,ou apenas acreditar que as coisas existem.Porém, nem todos as teem.
Hoje já raiei os olhos da minha alma com a emoção destas palavras.Hoje também fquei a pensar tratar da net lá para casa.As letras viciam,e gostaria de aprrender a escrever melhor as coisas que passo para papel.
flor: já tinha lido "o mesmo que..." . e quando li tb fiquei comovida.
já agora: este casal, que acredito que tb tem os seus quês, é um dos casais que me faz acreditar que é possivel viver um grande/longo amor. estão ambos de parabéns por conseguirem viver lado a lado, em família, com muitos amigos e sempre com um sorriso, um gesto de carinho para dar. beijos
Flôr,
Isto é que foi "Entrada em Grande".
Sê bem vinda a este blog e espero que continues por cá, de preferência a gostar do que lês.
Papoila,
Obrigado pela divulgação e pela tua permanência.
Espero que continues a gostar do que lês, da mesma forma que eu gosto de o escrever.
Tudo de bom para ti também.
Beijo.
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