sábado, outubro 29, 2016

O FIO INVISÍVEL

As mãos pararam e tudo então era nosso. O Verão que entrava pela janela. O canto dos pássaros. Os teus cabelos. O teu nome no ouro dos meus dedos.
Os teus olhos diziam de nós, como as gaivotas do mar. O salto que nunca tínhamos dado, era agora coisa conseguida. E eu, tão pequeno para albergar todo o momento, era fonte infinita.

Éramos passado, presente e futuro. E tudo se resumia a nós. Sem nada interferir. A vida plena. Em beleza. De nós. Todos os quereres. Todas as vontades. E tu.

O verão passou. Muitos. Décadas. Muitas luas. Metade do limoeiro secou. Em silêncio.
Mas ainda te tenho gravada em mim. Como o teu nome no ouro. Que permanece no meu dedo. Em orgulho. Fonte interna.

Porque não estás aqui?

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