O que vestir agora, depois que a tua pele cobriu a minha. De trilhos de memória terem sido semeados nos meus poros. E eu não ser mais do que chão dos teus caminhos traçados no meu ventre.
O que vestir agora, depois que a tua voz foi calor. Palavras repousadas em mim. Vestindo-me com nadas de sílabas. Sopradas. Gritadas. Nos silêncios que nos unem.
O que vestir agora, depois de sermos unidade crua. De fundirmos vontades. Íntimas. Em segredos secretos. Nossos. De plenitude.
Nada mais me completa. Me define melhor que tu.
Por isso, meu Amor, vem. Vem vestir-me de novo com a tua pele. Percorrer-me de novo com as tuas mãos. Falar-me de novo com palavras rentes. Dizer-me do meu rosto. Dos meus lábios. Do olhar. Da linha do meu pescoço e da surpresa dos meus cabelos.
Vem.
Vem fazer de mim, outra vez, a mais funda certeza da tua existência.
Onde eu existo. Apenas. Para ser o mundo. Em que nos inventámos.
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