sábado, abril 01, 2023

TOCA-ME. DEVAGAR.

Deixo cair o tempo sobre o teu nome e repito-o a todo o instante nos meus lábios cansados, por ele me faltar ainda em quase tudo. Chegámos ao Amor por um mapa de solidão, e por isso nunca os quero descansar, quando exaustos de todos os beijos que as nossas bocas insistem em conseguir, por tanto se pedirem e quererem. Em união. Contínua. Em desejo. Profundo. Quando juntas.


Elas são as pontes entre a nossa nudez, quando o perfume da tua pele invade o meu corpo vazio pela tua ausência, e nele traças com os teus lábios os caminhos para o nosso lar por acontecer.
Esse, que constróis com os teus dedos, quando neles entrelaças palavras de sonhos por viver, e edificas os alicerces de uma vida que renasce como uma certeza infinita no primeiro dia de cada fevereiro.

Vem. Fica. Não tenhas medo do Amor. Pousa a tua mão devagar sobre o meu peito e sente o meu respirar. Nele encontrarás todas as coisas que em nós não param de crescer. Continuamente florescem, ainda que por vezes o inverno de todo o tempo de ausência. E mesmo que chova ainda, não te importes. Sabes que sempre chove nos primeiros dias de fevereiro. Assim como sabes que são as maiores tempestades que derrubam os maiores muros.

Por isso, toca-me. Devagar.
Chama-me ao teu peito com as tuas mãos.
O meu corpo só reconhece o teu.
E eu nunca sei onde é que ele mais te quer.
É a tua vez, de o desvendares.

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