quarta-feira, junho 29, 2011

3 Dedos

(memórias de uma noite de ausências)

Porque sempre foste um homem de mãos abertas, para tudo e para todos, foi apenas no final da noite que, quando finalmente olhaste as mãos, reparaste que apenas tinhas recolhido 3 dedos.

Não necessitando seres tu um especialista em matemática, olhaste os restantes e viste que não só havia mais dois pares de 3, como ainda sobejava um outro. E ao contrário do que pensaste, nem era sequer o mais pequeno. Era o maior de todos.

Incrédulo, ficaste a olhar as mãos.

E não sabendo se deverias ficar preocupado, indignado, triste ou magoado, procuraste por razões. Procuraste. Mas não as encontraste.

Porque não havia razões capazes de te afagar o desolo.
Não havia razões que justificassem a ausência.
Não havia razões que minorassem o mau sentir, pela falta sequer, de uma simples palavra.

E então reviste-te. Olhaste-te por dentro. Foste às entranhas de ti.
E viste. Viste que aquilo que cada um deles era para ti, tu não o eras para eles.
Tu eras apenas um. Mais um, quando não eras a necessidade do momento.

E então, fechaste as mãos. Recolheste todos os dedos. Todos com excepção de um. O maior. Com a certeza de que, o gesto não havia partido de ti, mas daquele, que pela força da sua ausência, não fez com que ele se recolhesse, de forma autónoma.

E aquele gesto, o gesto que ficou, não era teu.
Naquele momento, aquele gesto, eras TU!

terça-feira, maio 31, 2011

Lançamento de "A Vida nos Dias"

Não existe uma só verdade.
A verdade é o somatório de múltiplas realidades.

Por vezes,
seguem caminhos separados,
eventualmente até paralelos,
sem nunca se tocarem.

Outras vezes,
encontram-se de forma perfeita,
numa autêntica simbiose,
como se não fosse possível até,
terem existido como realidades separadas.

Não existe uma só verdade.
Existem pelo menos tantas
quantos os intervenientes.

(Filipe Paixão in "A Vida nos Dias")


Caros Amigos,

É já no próximo dia 17/Jun (sexta-feira), pelas 21h30 no Café-Teatro Rivoli (Porto), que vou lançar o meu 3º livro.
Um novo romance, escrito durante os últimos 3 anos que tem por título “A Vida nos Dias”.

Porque a presença de cada um faz a diferença, gostaria de poder contar com todos vocês.
A animar o evento, estará a 575 Band, com todos os seus êxitos e algumas surpresas…

Aparece e traz um amigo!

terça-feira, maio 10, 2011

Novo livro...

...em Junho.

sexta-feira, abril 29, 2011

Velhas Vontades Novas


Todos os dias me (re)nascem (velhas) vontades novas nas pontas dos dedos.
São vontades de ti. De te dizer e de te ser.

Procuro não poucas vezes a sua origem, mas ela permanece guardada nas entranhas de um tempo de mim. Algures perdida nos vincos das minhas mãos.

Por vezes, surgem nas batidas pulsadas dos sentimentos nas memórias de ti.

Outras, surgem num pensamento de tempo guardado numa das nossas sombras que deixamos para trás. Em algum canto. Como se não tivessem importância, ou o momento tivesse sido apenas mais um. Perdido. Numa colecção de momentos (tão) nossos.

Mas… os nossos momentos, nunca são apenas mais um. As misturas das nossas sombras nunca acontecem por acaso. São momentos sombras sempre pensados. Sempre esperados e muito desejados. Nunca são apenas mais um. E quando acontecem, a nossa sombra não tem a tua forma nem a minha. Tem a minha forma dentro da tua. E tu, és uma forma tão maior que nós, que nos consegues fazer: Vulto único. Sombra ímpar. Consegues fazer-nos (um só). Assim. Não duas formas unidas. Mas apenas uma. Uma forma maior: Nós.

Todos os dias me renascem velhas vontades novas nas pontas dos dedos. Vêm dos vincos das minhas mãos.

Mas eu sei que não são vontades. És tu!
És tu que te renasces em mim.

De novo.

Sempre.

Em cada novo dia que começa.

terça-feira, novembro 09, 2010

Saudade


Saudades impossíveis de preencher
Sentires impossíveis de apaziguar

Parabéns
Mãe

quarta-feira, outubro 06, 2010

Quanto?


Quanto tempo dura a imensidão
de um dia inteiro de ti?

Quanto tempo pode viver em mim
uma única palavra vertida dos teus lábios?

Quanto tempo se pode prolongar
o sabor de um beijo teu na minha boca?



Uma vida inteira
é tão pouco tempo para te viver...

E no entanto...
É apenas isso que tenho disponível para ti.

terça-feira, julho 13, 2010

Atrás de ti, a tua sombra,
misturada com a penumbra do nosso quarto
após o teu bater da porta.

Não te seguiu.
Optou por ficar aqui.
Junto com o teu silêncio.