sábado, julho 30, 2016

DAS MÃOS

As pedras são locais de repouso. Nas sombras.
Sentados as mãos unem-se. Lugares de certezas. Em carícias.

Das tuas, eu falo-te em árvores. E tu sorris.
Pensas na força do tronco, enquanto eu te quero dizer da segurança das raízes.
Tu falas-me do meu rosto. E eu sorrio.
Penso em beleza, desconhecendo do que me queres dizer.

Ao cimo os pássaros. Com eles somos lugares de sonhos.
Não sabemos do que nos dizem no seu chilrear. Batem asas e mostram-nos liberdade.
Um nunca estar no mesmo lugar. Busca contínua.
Há um ninho perto de nós. E falas da vida a crescer.

Eu digo-te das tuas palavras. E tu sorris.
Pensas no conteúdo em sabedoria, enquanto eu te quero dizer do carinho em profundidade.
Falas do meu sorriso. E eu sorrio ainda mais.
Penso em meninice, desconhecendo do que me queres dizer.

Vida em conjunto. Duas peças de um mesmo jogo.
Cada um sabe o que o outro fala. Não sei se algum sabe do que o outro diz.
As palavras são como pássaros. Voam livres.
Mas carregam significados diferentes em cada um de nós.

Quando eu te digo amor, tu ouves êxtase.
Quando tu me dizes para sempre, eu ouço felicidade.

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