Caminho
descalço sobre as palavras para não as ferir. Por entre o tempo que se derrama
sobre as suas letras, por vezes, mora o medo. E como não sei onde fica o seu
epicentro (fraturas expostas), de algumas guardo distância. Desconfortos de
existência. Como se num carrossel as suas letras formem uma magnetização
própria. Que me atrai em contínuo. Delas fujo. Não as uso. Em cobardia. Por não
saber o que depois delas fica. Por não saber como ficas.
Há quem seja comum. Pouco acrescento. Mas não tu. Gosto de te ver chegar ao
texto. Demorares-te nele. Ver os teus olhos navegarem pelas suas ondas. Os
arqueios dos teus lábios a acompanhar a sua navegação. Os brilhos surgirem nos salpicos
deixados pelos ventos amenos que te vão trespassando o peito. E depois da
leitura, como quem beija na boca, olhares-me nos olhos. E com o seu silêncio dizeres-me
que sou teu. Como quem fala Amor. E o diz numa canção.
Seremos sempre nós por entre as sílabas. Serás sempre embalo.
Condimento das frases. Música. Calor e lágrima. Corpo de texto.
Vagas de sentires.
Dueto a solo.
Num "mundo de loucos", em que as relações interpessoais muitas vezes nos "passam ao lado", vamos, com base nas nossas vivências e alguma imaginação à mistura, fazer deste cantinho um centro de reflexão e de diversão.
sábado, setembro 09, 2023
DUETO A SOLO
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