Sem
nenhum anúncio chegaste. Trazias nas mãos toda a dor do teu imenso pequeno mundo.
E com toda a força nelas o encerravas. Era só teu. Mesmo quando olhavas as mãos
vazias em dias de tempestade, e esse mundo não era mais que uma superfície
inteiramente líquida. Um mar de ausências no qual mergulhavas. Não para te
encontrares. Nunca para te encontrares. Mas para (propositadamente) te
perderes. E enquanto ficavas nessa solidão fabricada, eras sempre distância. E
frio. Para mim. Por não me conseguires conter nessas mãos, enquanto dançavas descalça
uma dança que era só tua. Sobre vidros. E desejavas que a vida não fosse mais
que um instante.
Pequeno crime.
Hoje, seguro essas mesmas mãos. Olho-as atentamente enquanto tento abrir caminho
por todos os mares. Porque sei que nelas serás sempre tu. Em qualquer lugar. Mesmo
que não aqui. Mesmo que não comigo. Porque é nelas que tu existes e onde está a
tua essência. Extensão dos teus olhos. Os mesmo que respiro. Em profundo. E através
deles viajo como um postal endereçado a um destino desconhecido. Sem importar onde
é a chegada. Porque sei que lá (sempre) te irei encontrar.
Já quis ser o teu olhar. Extremidade do teu sol.
Agora apenas quero continuar a viajar nele.
Porque hoje sei que
O meu destino
Sempre serás tu.
Num "mundo de loucos", em que as relações interpessoais muitas vezes nos "passam ao lado", vamos, com base nas nossas vivências e alguma imaginação à mistura, fazer deste cantinho um centro de reflexão e de diversão.
sábado, maio 27, 2023
PEQUENO CRIME
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