Alinho as palavras que escolho criteriosamente, uma a uma, com a esperança que
elas cheguem a ti. Quero fazê-las melodia. Dar corda à caixa de música que tens
no peito. Quero que sejam pauta de orquestra. Alegria de cordas. Esplendor de
sopro. Embora saiba que nem todas as palavras são música. Nem todas notas. Somente
palavras. Letras alinhadas como estas. Algumas até só espaços. Silêncios. E eu que
não sou maestro, que fico triste com o teu silêncio, apenas tenho este desejo de
música. Em ti. Explodindo-te sorrisos nos lábios. Enquanto nos meus trauteio a
melodia do teu nome. Em segredo.
Vem. Vamos sair esta noite. Traz as mãos vazias e os braços livres. Vamos
juntos olhar a lua. Sabes que é na noite que ela mais brilha. É na penumbra que
ela melhor é conforto. Deleite. Referência. Sei que vamos olhar lados
diferentes. Mas não importa. Só assim a olharemos no seu todo. E então fala-me
desses (teus) lados. Que (só) tu vês. Fala-me das (tuas) sombras. Descreve-me
as luzes. Os cheiros que delas imaginas. E onde mais te tocam. Se nas tuas
sombras, ou nas tuas luzes. Se no teu refúgio, ou no olho da tempestade. Que (me)
és.
E depois diz-me.
(para que eu saiba o que fazer com tanto Amor)
Diz-me em qual desses lugares mais me queres.
Para eu (finalmente) saber, onde morar.
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